Ninguém me desafiou, então escolhi três séries para começar a falar de uma lista de dez.  
Qual gostei mais? Eu amei Impuros, atores incríveis e um enredo que é pura adrenalina. Já li sobre a vida de vários traficantes nos  jornais, mas confesso que não consegui parar de assistir e estou torcendo pela segunda temporada. De tirar o fôlego.
Fiquei viciada no Conto da Aia, algumas cenas ficaram registradas, e é difícil esquecer o que  volta e meia surge nos noticiários: violência contra mulheres.  
O psicopata de You é muito, muito doido,  ele consegue ser pior que o Dexter. E eu adoro o Dexter. 




Impuros

A série se passa no Rio de Janeiro, nos anos 90. Evandro do Dendê (Raphael Logam, ele é demais!) é um jovem da favela carioca cujo principal objetivo ao fazer 18 anos é ganhar o próprio dinheiro de forma honesta; desde que não seja aceitando ordens. Evandro é ambicioso, quando se apresenta para o serviço obrigatório militar, é aceito; o irmão e o amigo nerd que sonhavam com a carreira sobram. No exército ele aprende sobre armas e faz novas amizades, enquanto isso o irmão de Evandro  entra para o tráfico e é executado após roubar o dinheiro da propina de policiais corruptos.
Nesse momento entra um detalhe:Evandro na tentativa de tirar o irmão do crime, torna-se responsável pela execução.

Evandro decide se vingar, para cumprir uma promessa feita para a mãe e neste momento da narrativa, percebemos que é a história da vida de Evandro que começa a tomar forma. Inteligente, articulado, ele ganha notoriedade dentro da hierarquia do comando vermelho e começa a crescer no morro do Dendê. Durante um assalto a  um carro forte, Evandro atira e fere Victor Morello, o agente federal que torna-se seu maior inimigo.

Temos a relação de Evandro com a mãe, religiosa  e bem pouco tolerante, a perseguição do agente federal, com direito a vinganças e muita ação. O lado cruel do  personagem que no início até gerou simpatia, é apresentado conforme Evandro alça mais prestígio e fama dentro do crime.  
Finalizando:a  fotografia é incrível, o enredo muito bem escrito, uma  série brasileira imperdível.





O Conto da Aia

O conto da Aia é um romance da escritora escritora canadense Margaret Atwood lançado em 1985. Conta a  história de Clare uma mulher independente, casada com um homem apaixonado, mãe de uma menininha, e que de repente tem a vida virada  pelo avesso. E nesse momento que Clare recebe outro nome:Offred.

Tudo acontece quando o país é tomado por um novo sistema de governo, extremista e sem lugar para as mulheres. Neste novo mundo as raras mulheres que ainda são férteis,  servem para reprodução, as demais passam a executar trabalho escravo. Existe o drama mais famoso e comentado na forma em que essas mulheres são fecundadas, um estupro consentido pelas esposas dos comandantes,  em nome da nação e da fé. O estupro é uma violência, mas o fato de ser consentido por outra mulher é desconcertante.

A maternidade é uma violência da concepção ao parto; a mulher é punida com todas as formas de  humilhações. . O pior disso tudo é reconhecer que algumas dessas cenas não são apenas fantasias, hoje mesmo em algum lugar do mundo isso pode estar acontecendo. Não vou tão longe, aqui na cidade em que vivo mulheres são agredidas e morrem vítimas dos próprios maridos, há roubo de bebês e outras atrocidades.

O conto da  Aia tem atores conhecidos de outras séries bem populares, vivendo  personagens consistentes, uma narrativa ágil e dinâmica que nos surpreende a cada episódio. Riquíssima em detalhes aparentemente banais, mas que merecem um olhar mais atento: a relação entre as mulheres e a forma como elas se ajustam, avançam e regridem; a sensibilidade dos relacionamentos no meio do caos.
Aos poucos percebe-se que ficção tem elementos políticos e sociais  bem realistas, alguns já estão presentes na nossa sociedade. E é essa possibilidade que assusta, e torna a séria tão atraente. Algumas cenas estão gravadas na memória, são tão fortes que o simbolismo beira ao desconforto. O Conto da Aia é uma série para assistir e sentir como ressoa.




You

You é uma adaptação do livro homônimo de Caroline Kepnes, eu adoro séries baseadas em livros. E é uma grande história. No início eu tive a falsa impressão, de que iria assistir um romance bobo sobre psicopata que se apaixona, perturba e persegue a vítima. Mas não é bem assim.
Joe tem cara de bom moço, parece aqueles atendentes que a gente esquece o rosto cinco minutos após ter saído da loja. E ele trabalha em uma livraria, existe lugar mais tranquilo e acolhedor? Claro que as aparência enganam, e aos poucos ele nos apresenta a verdadeira personalidade. Lembra um pouco nosso velho Dexter, no entanto joe é mais descontrolado e comete erros, o que o torna quase igual qualquer um. Quase, porque ele é um serial killer, e Isso é muito interessante.

Joe fica obcecado por Beck, uma linda aspirante a escritora. Ela não é apenas bonita; é  inteligente, um pouco confusa e muito sexy. O único erro de Beck foi ter entrado justamente naquela  livraria, e é claro ser viciada em redes sociais. Todo o tempo ela posta fotos e comentários, bate papo com as amigas  e discute toda a vida pessoal. A vulnerabilidade é apresentada como um prêmio, e para um sociopata isso é muito estimulante. Como se fosse um jogo, Joe e Beck brincam de gato e rato.

Joe se apaixonou pela possibilidade de um relacionamento perfeito, no instante em que viu Beck espiando as estantes, folheando os livros, e sorrindo de forma simpática.  Joe deixa bem claro que não há opções para a Beck, ele é obsessivo, manipulador e muito persistente.
Neste momento a narrativa fica arrepiante, Joe deixa bem claro que não existe nada nem ninguém que possa impedir seu final feliz. E é esse o convite: assistir o enredo crescer  em sequências de tirar o fôlego, o final é completamente imprevisível.
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 05/01/2019
Reeditado em 05/01/2019
Código do texto: T6543690
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