ESCRITURAS SILENCIADAS PELO (NEO)COLONIALISMO... hoje, neoliberal...
Segundo Casa grande & Senzala, Freire aborda o interstício da mulher como ama de leite no Brasil colônia.
Ela desempenha um papel fundamental para aprender um linguajar caboclo entre português e o banto. Ao dar o alimento mastigado aos bebês e crianças brancas, vai incutindo-lhes tons e valores da cultura híbrida. Os colonos são introduzidos no falar de um português adocicado com expressividade afrodescente. Esse hibridismo linguístico forte molda a alma da agente brasileira! Amplia o léxico do brasileirismo e regionalismo - base sobre a qual - a literatura vai construindo seus discursos específicos. Esse duplo cuidado -ora imposto - ora promovendo o lugar do negro aos poucos e no sofrimento na baixa hierarquia social e colonizadora atroz - vai marcar gerações das amas de leite e dos filhos "amamentados", além da introdução ao mundo adulto fortalece laços ou estilhaça racismos e preconceitos raciais na formação das famílias e clãs do Brasil colonial e imperial.
J B PEREIRA
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Referências
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ama_de_leite
Ama de leite é a mulher que amamenta criança alheia quando a mãe natural está impossibilitada de fazê-lo. Geralmente esse encargo era dado às escravas que já tinham filhos.
Tal ocupação já foi até associada à precocidade sexual dos rapazes brasileiros nascidos e criados em engenhos e fazendas. É pelo menos o que Gilberto Freyre, em Casa-Grande & Senzala, deixa entrever em trecho de sua obra:
"Já houve quem insinuasse a possibilidade de se desenvolver, das relações íntimas da criança branca com a ama-de-leite negra, muito do pendor sexual que se nota pelas mulheres de cor, por parte do filho-família, nos países escravocratas. A importância psíquica do ato de mamar, dos seus efeitos sobre a criança, é, na verdade, considerada enorme pelos psicólogos modernos; e talvez tenha alguma razão Calhoun para supor de grande significação esses efeitos no caso de brancos criados por amas negras".[1]
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Editora Record, Rio de Janeiro, cap. IV, pág. 283, 34ª edição, 1998.
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Aos poucos - o hibridismo cultural se fortaleceu sutil e explicitamente com a dança, os ritos, a formação de perfis culturais e familiares diferentes dos europeus. Também na culinária se percebe esse hibridismo étnico e cultural no povo mineiro.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Dicionário Mineirês:
Palavras e Expressões de Minas Gerais -
Dicionário Mineiro
http://nacozinhadamargo.blogspot.com.br/2013/08/palavras-e-expressoes-de-minas-gerais.html
http://www.letras.ufmg.br/site/e-livros/Dialeto%20Mineiro%20e%20outras%20falas%20-%20Estudos%20de%20Varia%C3%A7%C3%A3o%20e%20Mudan%C3%A7a%20Lingu%C3%ADstica.pdf
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Em Salvador, mulheres vão às ruas contra o racismo e o genocídio
https://www.geledes.org.br/em-salvador-mulheres-vao-as-ruas-contra-o-racismo-e-o-genocidio/
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O LUGAR DA MULHER E DA CRIANÇA
NA OBRA CASA-GRANDE & SENZALA
Msc. Ana Regina Ferreira de Barcelos
Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC
anafbarcelos@yahoo.com.br
Msc. Júlia Siqueira da Rocha
Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC
juliaconsultoria@yahoo.com.br
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARIÈS, P. História Social da Criança e da Família. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
BURKE P. Gilberto Freyre e a nova história. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 9(2): 1-12, out de 1997. Disponível em:<
http://www.cefetsp.br/edu/eso/patricia/freyrenovahistoria.html>. Acesso em: 13 jul, 2010.
FREITAS, M. C. de. Fazer história da Educação com Gilberto Freyre: achegas para pensar o aluno com o repertório da Antropologia.In: FARIA FILHO, Luciano Mendes de. (Org.)Pensadores sociais e história da Educação. 2 ed.-Belo Horizonte: Autêntica editora, 2008.
FREYRE, G.. O escravo negro na vida sexual e de família do brasileiro. In: FREYRE, G. Casa- grande & senzala.51ª Ed. rev.- São Paulo: Global, 2006.
GONDRA, J.; GARCIA, I. A arte de endurecer “miolos moles e cérebros brandos”: a racionalidade médico-higienista e a construção social da infância. Revista Brasileira de Educação. nº 26, Mai/Ago, 2004.
O Brasil sob outro olhar Gilberto Freyre, sob um novo olhar. Disponível em:<http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_link.cfm?Edicao_Id=78&Artigo_ID=78
3&IDCategoria=958&reftype=2> Acesso em:13 jul 2010.
OSTETTO, L. E. Da rua à fábrica: a condição infantil na República. In:
Perspectiva.CED, Florianópolis, v.8, nº 15, pp. 91-125, Jul/Dez. 1990.
SOARES, G. A.. Gilberto Freyre, historiador da cultura. [S.I.] Afro-Ásia. 2002. Disponpível em: < http://www.afroasia.ufba.br/pdf/27_6_gilberto.pdf.>. Acesso em 12
jul 2010.
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A. M. Cohen. Jânia M. Ramos. Organizadoras. Dialeto mineiro e outras falas. Estudos de Variação: No mudança linguística. Faculdade de Letras/UFMG. Belo Horizonte. 2002 .... Português Moderno (PM) e no Português Antigo (PA), na tentativa de.
Exemplo:
"Ele evita de subir escada" - falar anatigo mineiro (caipira?) no falar oral contemporâneo - cf. caso nº 25: (p. 16)
Ele evita subir escada - falar contemporâneo (já sem a preposição)
http://sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/04-%20HISTORIA%20DA%20EDUCACAO%20DAS%20CRIANCAS-%20JOVENS%20E%20ADULTOS%20NO%20BRASIL/O%20LUGAR%20DA%20MULHER%20E%20DA%20CRIANCA.pdf
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Boa referência bibliográfica sobre feminino e corpo colonizado em:
http://www.ufjf.br/revistaipotesi/files/2011/04/18-Corpos-transfi-gurados.pdf
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O que ela fez?” Nasceu mulher e negra
Date: 10/03/2018in: Mulher Negra
21220100001
O Feminicídio é um problema de todxs. Compartilhar este vídeo é um ato de gentileza e solidariedade.
Esse tipo de pergunta é feita enquanto os dados do Feminicídio no Brasil nos deixa em estado de alerta. Por dia são 13 feminicídios, sendo 8 assassinatos de mulheres negras e 50% dessas mortes causadas pelos próprios parceiros das vítimas. São assassinatos justificados pela mídia como crime passional e, muitas vezes, tratados dentro dos parâmetros da normalidade.
Enviado pelo Coletivo Madalena Anastácia PE para Geledés
https://www.geledes.org.br/o-que-ela-fez-nasceu-mulher-e-negra/
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É preciso questionar as regras que me fizeram ser reconhecida apenas aos 71 anos, diz escritora
Date: 10/03/2018in: Mulher Negra, Patrimônio Cultural
A escritora Conceição Evaristo mal se lembra de ter referências masculinas ao seu redor em seus anos de formação, crescendo cercada de mulheres negras que trabalhavam como cozinheiras, lavadeiras e empregadas, profissões tão humildes como a casa pobre em que vivia com a mãe e os nove irmãos e irmãs na favela do Pendura Saia, em Belo Horizonte.
por Júlia Dias Carneiro da BBC Brasil
https://www.geledes.org.br/e-preciso-questionar-as-regras-que-me-fizeram-ser-reconhecida-apenas-aos-71-anos-diz-escritora/
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Veja sobre a mulher silenciada na literatura:
Corpos transfigurados :
Uma análise do corpo mestiço em
O alegre canto da perdiz,
de Paulina Chiziane
Adelaine La Guardia *
Anamélia Fernandes Gonçalves **
RESUMO:
Esse artigo propõe uma investigação da representação do corpo feminino
em O alegre canto da perdiz, da escritora moçambicana Paulina Chiziane,
tomando-se como categoria de análise a mestiçagem, conforme entendida por
Maria Lugones (1999). Pretende-se evidenciar como o nativo se apropria da
mestiçagem como estratégia de sobrevivência dentro do regime colonial, ao
mesmo tempo em que nega o conceito instituído de uma identidade primordial
e cristalizada, apontando para um processo permanente de autoidentifi cação.
Palavras-chave: Corpo. Mestiçagem. Identidade. Colonialismo. Paulina Chiziane. http://www.ufjf.br/revistaipotesi/files/2011/04/18-Corpos-transfi-gurados.pdf
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‘‘Algumas das mulheres de Machado de Assis’’
Camila Gouveia Prates de Paiva (Graduanda – UEL/PR)
9 de novembro de 2010 – 16h às 18h - Sala da Videoconferência
As mulheres de Machado de Assis geralmente vêm caracterizadas com fortes personalidades
– existem algumas exceções, como Maria Luísa do conto “A causa secreta”. Em “Noite de
almirante”, encontramos Genoveva, uma moça de vinte anos, esperta e de olhar atrevido –
segundo o narrador – por quem Deolindo se apaixona. Tomados pela paixão, ambos fazem
juras de amor eterno, mas Deolindo sai em viagem e, ao retornar, descobre que seu objeto de
afeição vive numa praia ao lado de outro homem. Cego pela raiva, Deolindo tenta matar
Genoveva, mas ela o dissuade e, por alguns instantes, ele crê que a terá de volta, Deolindo diz
que a moça lhe jurou amor e que por isso deve ficar com ele. Mas Genoveva explica que no
momento do juramento era verdade, mas o tempo foi passando e um outro homem lhe ganhou
o coração. Após a recusa de Genoveva, Deolindo ameaça se matar e não o faz. Fazendo com
que Genoveva tenha cumprindo sua promessa e ele na verdade não cumpre a sua, que é
morrer. Capitu, a personagem principal de Dom Casmurro, é a causa para que Bentinho
coloque no papel todas as suas memórias. Desde menina podemos perceber que existe nela
um senso de manipulação, que é ela quem domina todas as situações e faz com que Bentinho
se apaixone por ela. Em menina conseguia se sair de todas as situações com a maior das
destrezas enquanto Bentinho se deixava denunciar, como no capítulo décimo quinto, em que a
menina faz inscrições no muro e ambos ficam flertando de mãos dadas por algum tempo, ao
serem surpreendidos pelo Pádua, Capitu logo arruma uma desculpa a qual Bentinho não
consegue legitimar. Machado criou ainda Virgília, em Memórias póstumas de Brás Cubas, que
abandona Brás Cubas, para se casar com Lobo Neves, porque este será ministro mais rápido,
e o que ela quer é nome. Esta mesma Virgília que após preterir Brás Cubas o deixa anos mais
tarde pensar que foi ele quem a reconquistou.
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‘‘Gerada em um seio masculino’’
Ariadne Maria de Mendonça Chaves (Mestranda – UFSJ/MG)
9 de novembro de 2010 - 16h às18h - Sala 3 - Prédio 1 (LETRAS)
“Gerada em um seio masculino” é a apresentação do projeto de dissertação que está sendo desenvolvido por mim e pela minha orientadora no PROMEL- Programa de Mestrado em Letras da Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ.
Pertencente à linha de pesquisa em Literatura e Memória Cultural, o projeto focaliza como objeto a construção da figura de Bárbara Eliodora
Guilhermina da Silveira, perpetuada no imaginário sócio-histórico e cultural brasileiro, como a
‘A representação da violência contra a mulher em alguns contos de Marina Colasanti’’
“Heroína da Inconfidência”, através, principalmente, de textos que ressaltam o seu valor como tal. Essa pesquisa aborda o estudo de gênero e crítica feminista, ao procurar traçar a representação da figura feminina de Bárbara Eliodora, e o de fontes primárias, ao estudar essa
mulher a partir de artigos, escritos sobre a mesma, que foram publicados, em especial, no Suplemento Literário do Minas Gerais. Em diversos artigos desse periódico são perceptíveis (des)construções acerca do heroísmo da nice árcade “Barbara Bela”, que a tornam musa e
heroína para alguns críticos, como Aureliano Leite, e mera “coadjuvante histórica” para outros, como Rodrigues Lapa.
Desse modo, aborda-se o desenvolvimento das seguintes questões:
“Como pode a bela Bárbara Eliodora, de musa alcançar o patamar de heroína de um movimento caracteristicamente marcado pela predominância do elemento masculino e que já tinha a sua figura de herói centrada no homem Tiradentes?” “Como pode a nice Bárbara Bela
ter sido gerada como heroína em um seio masculino?”
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‘A representação da violência contra a mulher em alguns contos de Marina Colasanti’
Angela Simone Ronqui (Mestranda – UEL/PR)
8 de novembro de 2010 – 13h30min às 15h30min - Sala 2 - Prédio 1 (LETRAS)
Marina Colasanti é uma escritora contemporânea de múltiplas facetas, pois encontramos, em sua
obra literária, temáticas atuais associadas a mitos, lendas e contos de fadas que, algumas vezes,
não possuem um “final feliz” como nas versões adaptadas que conhecemos. Alguns de seus
contos e/ou mini-contos expressam uma representação da violência contra as mulheres, seja esta
física ou, de acordo com Pierre Bourdieu, “simbólica”. Por isso, faz-se necessária a análise
detalhada de alguns de seus contos, tais como: “Por preço de ocasião”, que aborda a temática da
mulher como um objeto pertencente ao homem; “Quando já não era mais necessário”, retratando o
castigo que a mulher sofre quando ousa fugir do domínio masculino; “Para que ninguém a
quisesse”, que aborda o ciúme e o sentimento de posse que o marido tem em relação à esposa,
presentes na obra Contos de amor rasgados (1986); além de “A moça tecelã”, em que a
protagonista sofre com a autoridade exercida pelo marido, “Um espinho de Marfim”, que aborda o
domínio do pai em relação à filha e, finalmente, “Porém igualmente”, símbolo máximo da violência
física contra a mulher, presentes em: Um Espinho de Marfim e outras histórias (1999). Busca-se,
nesse trabalho, por meio da análise dos contos, verificar a representação dessa violência física
e/ou simbólica que, desde os primórdios, a mulher vem sofrendo e como, por meio de sua
literatura, Colasanti faz, de certa forma, uma denúncia de certos valores machistas que, há muito
tempo, ferem as mulheres.
‘‘Outras caras do poder:
http://www.assis.unesp.br/Home/PosGraduacao/Letras/SEL/caderno_resumos_X_SEL.pdf