A Constituição "Dei Verbum"

A CONSTITUIÇÃO “DEI VERBUM”
Miguel Carqueija



“Dei Verbum” (Palavra de Deus) é uma constituição dogmática versando sobre a Revelação Divina e elaborada no Concílio Vaticano II, promulgada em Roma no dia 18 de novembro de 1965, com a assinatura do Papa Paulo VI e dos bispos conciliares. O documento em questão, sóbrio, profundo, objetivo, ocupa as primeiras seis páginas da 34ª edição da Bíblia Sagrada, pela Editora Ave Maria (São Paulo-SP, 1981). É leitura altamente recomendada para católicos e não-católicos, ainda mais que vivemos em época de grande ignorância religiosa mesmo entre os católicos.
“Aprouve a Deus, em sua bondade e sabedoria, reverlar-Se e tornar conhecido o mistério de Sua vontade (cf. Ef 1,9), pela qual os homens têm, no Espírito Santo, acesso ao Pai e se tornam consortes da natureza divina por Cristo, Verbo feito carne (cf. Ef 2,18; II Ped 1,4).”
“Mas para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram como sucessores os bispos, a eles “transmitindo o seu próprio encargo de magistério.”
“Assim a pregação apostólica, expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se sem interrupção até o final dos tempos. Por isso os Apóstolos, transmitindo aquilo que eles próprios receberam (cf. I Cor 11,23; 15,3), exortam os fiéis a manter as tradições que aprenderam seja oralmente, seja por carta (cf. II Tess 2,15) e a combater pela fé uma vez transmitida aos santos (cf. Jud 3). Quanto à Tradição recebida dos Apóstolos ela compreende todas aquelas coisas que contribuem para santamente conduzir a vida e fazer crescer a fé do Povo de Deus, e assim a Igreja, em sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê.”
De modo geral este valioso documento demonstra da maneira mais lógica e inteligente o valor da Bíblia como a Palavra de Deus (Dei Verbum) e estabelece os três pilares da Revelação: a Sagrada Escritura, a Sagrada Tradição e o Sagrado Magistério.
Paulo VI será sempre lembrado como o papa que tomou nas rédeas o Concílio ameaçado pela heresia progressista, depois que S.João XXIII faleceu em 1963; e nos legou também os valiosíssimos documentos que são a encíclica “Humanae Vitae” e o “Credo do Povo de Deus”.
E como é bom sentir, nesta maravilhosa “Dei Verbum”, a voz milenar, sábia, segura e aconchegante da Igreja Católica!

Rio de Janeiro, 20 de novembro a 3 de dezembro de 2017.