RESENHA CRÍTICA DO TEXTO: "Alguns aspectos do uso da informação na economia da informação" ©
Ulisses Silva
No artigo “Alguns aspectos do uso da informação na economia da informação”, parte da revisão de literatura do projeto da tese de doutorado em andamento do economista e Doutorando em administração na Fundação Getúlio Vargas, O Mestre Max F. Cohen. Objetiva o desenvolvimento de um arquétipo que possa ser utilizado para graduação escalar das empresas, segundo a utilização que fazem da informação em todos os níveis da cadeia produtiva, abrangendo as diversas áreas a exemplo de processos e sistemas. Cohen lança luz numa matéria tão antiga quanto atual, que é o tema da informação, abordando as mudanças ocorridas desde a revolução da informação no início do século XX, questionando o uso da informação pelos atores econômicos e sociais nos dias atuais, e suas consequências para a economia, com destaque para o novo consumidor que se forma a partir da facilidade de acesso ao grande numero de informações que tem ao seu dispor, e seu papel fundamental nessa nova velha economia de mercado. Para Cohen, a funcionalidade da informação não se resume aos processos de TI ou à cibernética, muito menos aos novos modelos de relações surgidas a partir da internet, sua importância vai além, está na forma em que é usada, cita como exemplo a interação e interconectividade entre os atores econômicos, e sincronização das operações empresariais, Ele afirma que a informação não é especificamente alguma tecnologia, mas o novo comportamento dos agentes econômicos, mostrando que apesar de sua origem remota, ainda se tem muito a aprender sobre suas potencialidades e limites. Nesse artigo, Max F. Cohen trata as seis estratégias genéricas que são buscadas pelas empresas, sendo elas: 1. Redução de custos - por meio da reestruturação das funções organizacionais e introdução de eficientes sistemas transacionais, reduzindo custos de manutenção com os sistemas de informações, dos serviços com as vendas diretas pela internet, e na cadeia de suprimentos com estoque e na expedição; 2. Criação de valor – segundo o autor, se baseia na TI e gestão da informação, tendo como característica a capacidade de relacionamento e interconexão entre clientes e fornecedores baseada nas redes, sendo exógena à empresa, sincronizando informações com os consumidores, clientes, fornecedores, estoques, manutenção. A internet passa a ser uma ferramenta importante nesse processo diminuindo a distancia e tempo entre os atores, afirma ainda, que o foco passa a ser no consumidor e não mais no produto; 3. Inovação – para Cohen, é um processo interativo, novas tecnologias são desenvolvidas com flexibilidade para suportar mudanças constantes e necessárias, gerando novos serviços, fusões e ou transformações, além das customizações em massa através da interação constante dentro da empresa, nos vários departamentos, e fora da empresa, com os clientes participando do processo utilizando ferramentas oferecidas pela Internet e com fornecedores. Cita como exemplo o estabelecimento das livrarias virtuais. Cohen garante que o resultado é a aprendizagem, a inteligência competitiva, gerando novas oportunidades de negócios para a empresa, todo esse processo passa pela TI, nas buscas, monitoramento, observação e previsão; 4. Redução do risco – na avaliação de Cohen, o controle e uso correto dos sistemas de informação, o treinamento dos usuários, dentre outros, garante uma segurança maior no tráfego de informações, evitando ataques por hackers, infecções por vírus, sabotagens, desastres, ruídos de comunicação e perda de dados. Ele cita quatro fontes potenciais de risco: mudanças na TI; mudanças organizacionais; mudanças em processos; mudanças de pessoal; nos últimos anos vivemos mudanças em sistemas bancários, a fim de trazerem mais segurança para instituições e clientes. 5. Virtualização – É uma nova forma de operar, nas últimas décadas com o advento da internet, empresas transferem para os clientes parte das decisões através de serviços e produtos que podem ser virtualizados, independente de dimensões como tempo e espaço. Ambiente virtual, segundo o autor, transcende ao físico, nesse último, a informação serve para controlar toda a cadeia, no virtual para oferecer novo tipo de valor, esse novo ambiente traz novos canais de comunicação entre os agentes e estrutura os espaços que ele denomina de ICDT (Informação, Comunicação, Distribuição, Transação), possibilitando virtualização de serviços e produtos, cita também três estágios: visibilidade; capacidade de semelhança; novos relacionamentos com clientes; sendo suas características: velocidade; estratégia; customização; arquitetura de TI componentizada. A flexibilidade garante uma maior estabilidade em tempos de turbulência, a cadeia de valor virtual envolve etapas sequenciais: coleta; organização; seleção; síntese; distribuição da informação. 6. Diferenciação de produto – Agrega uma vantagem competitiva através da customização de produtos e serviços oferecidos por meio de novas tecnologias. Por fim, o artigo trata o tema forma clara, apresentando vasta bibliografia que garante uma completude apesar de não ser definitivo. O advento da revolução da informação deixa em um curto espaço de tempo um arsenal de possibilidades e mudanças sem limites, deixando para trás definições conceituais, sistemas, produtos e corporações.