Sword Art Online: fadas virtuais

SWORD ART ON-LINE FADAS VIRTUAIS
Miguel Carqueija

Resenha do mangá “Sword Art On-line — Fairy dance” volume 1, de Reki Kawahara, Tsubasa Haduki e Abec. Tradução de Fernando Mucioli. Editora Panini, São Paulo-SP, outubro de 2015. Kadokawa Corporation, Tokyo, Japão, 2012.

“Nos braços do papai só pode eu e a mamãe!”
(Yui)

“Yui. Uma garota que viveu apenas três dias conosco em SAO... e desapareceu logo em seguida. Ela não é humana. É um programa de amparo psicológico para os jogadores de SAO. Uma inteligência artificial nascida com uma anomalia. Mas ainda assim, uma IA.”
(Kirito) (Nota: SAO=Sword Art Online)

“Ela... a minha parceira. A espadachim que eu amava acima de tudo. Asuna, a “Relâmpago”, não voltou ao mundo real. "
(Kirito)



Quando do final da fase Aincrad, o jovem Kirito, após dois anos preso num mundo virtual com milhares de outras pessoas, porque o louco idealizador do jogo estabelecera regras que só permitiam a retirada com a vitória final, consegue retornar ao mundo real. Porém um problema extraordinário o aguarda: sua amada Asuna, com quem se casara no ambiente virtual, em seu corpo real continua em estado de coma. Kirito, fiel a Asuna, passa a visitá-la no hospital. Suguha Kirigaya, prima de Kazuto Kirigaya (o Kirito do jogo Sword Art On-line), é como uma irmã de criação e mora com ele. Secretamente enamorada de Kirito, ela o acompanha no novo jogo, o Fairy dance (dança das fadas), onde a fantasia é mais envolvente, e adota o nome falso de Leáfa. Torna-se companheira de Kirito nas aventuras que passam a viver, pois o rapaz está disposto a chegar ao topo da “Árvore do mundo” – objetivo do jogo – mas onde, segundo um amigo o informou, está engaiolada uma jovem semelhante a Asuna. Então, é onde estaria a alma de sua amada, capturada na saída do jogo anterior por um cérebro maligno.
Algo que chama a atenção nesta série é a profundidade do amor que une Kirito e Asuna, amor inteiramente fiel e dedicado. Acima das lutas, perigos e aventuras, “Sword Art Online” é um romance de amor repleto de sentimentos delicados. Isso, nos tempos atuais, onde se cultiva o ódio e a violência, além da intolerância (seres gêmeos...) reveste-se de extraordinária importância.
Ao contrário do jogo anterior, neste os participantes conseguem retornar á vontade ao mundo real, deslogando-se e depois voltando a se logar, prosseguem jogando. Kirito, porém, encontra pela frente um problema quase insolúvel, graças á pusilanimidade financeira do pai de Asuna, Shouzou Yuuki, que se deixa dominar pelo asqueroso Nobuyuki Sugoh. A empresa Argus, dona do SAO, faliu em consequência das muitas indenizações que teve de pagar às vítimas do inventor do sistema e suas famílias. O espólio foi assumido pela firma de Sugoh, e em consequência este pressiona o pai de Asuna, acenando com a possibilidade de reviver a moça em troca de um noivado sem que ela sequer seja consultada, pois está em coma.
Desanimado a princípio, Kirito logo reage e seguindo uma pista providencial, identifica o jogo virtual onde o espírito de sua esposa está preso, e vai lá. Uma jovem dotada de grandes habilidades, Leáfa, une-se a ele na jornada, sem que o rapaz saiba que na verdade ela é Sugu, sua prima. Afinal, lá eles têm até orelhas de elfos, não se reconhecem tão facilmente. Para Kirito, libertar Asuna no mundo virtual fará com que ela acorde no mundo físico, frustrando os planos do vilão qye planeja até uma lavagem cerebral. Diga-se de passagem, o casamento virtual entre Asuna e Kirito não vale no mundo real, onde eles teriam de casar de novo.
Este o argumento da segunda fase de “Sword Art Online”, um mangá de real substância e beleza e onde os valores da lealdade, da coragem e do amor estão sempre presentes.

Rio de Janeiro, 22 de março de 2016.