TRIBUTO A NAT KING COLE
Nair Lúcia de Britto
Aquela era uma época de grandes mudanças na arte musical. Grandes estrelas despontaram para alegrar a juventude: Os Beatles, Elvis Presley e os Rolling Stones. Como aos demais jovens, eles me empolgavam, eu curtia suas vozes no rádio... Bem eu as curto até hoje por meios de comunicação mais modernos. Pessoas de todas as idades também curtem porque essas estrelas são e serão eternas.
Mas uma voz entre todas me era muito especial. Era a voz do cantor Nat King Cole que tocava profundamente meu coração. Aquela voz suave e inigualável me trazia muita paz. Era como o canto de um pássaro de luz... reportando-me a sentimentos amorosos e que me convidava a dançar...
Naquele tempo, fins da década de cinquenta, era a época do disco rotação 68, que continha uma música de um lado do disco e outra do outro lado. Depois surgiu o LP, onde ás músicas eram gravadas em maior quantidade. Podíamos ouvi-las na vitrola, com muito cuidado para não arranhar o disco.
Para ouvir mais vezes Nat King Cole, pedi a minha mãe que me comprasse uma vitrola, e tanto insisti, que ela comprou uma, conforme suas possibilidades financeiras. Era uma vitrola de corda com revestimento vermelho e que só funcionava dando corda através de uma manivela. A gente dava corda e punha o disco para tocar. Quando a corda estava acabando a voz do cantor ia se arrastando até silenciar. Então, era preciso reativar a corda para continuar ouvindo a canção.
Difícil não é?
Pois era assim que eu podia ouvir meu cantor preferido que era Nat King Cole.
Até o dia em que uma tia, que tinha um sítio onde não havia luz elétrica, me propôs trocar a minha vitrola de corda pela dela, que era elétrica. Na verdade não foi uma troca, foi um presente que a querida tia Olga me deu.
Comprei briga com meu pai, por causa do meu exagero em ouvir esse cantor. Eu só queria dormir ouvindo Nat King Cole.
Então no Dia da Consciência Negra eu quis lhe prestar esse Tributo relembrando a pessoa bonita que ele era.
Segundo pesquisa, ele foi um dos principais porta-vozes do jazz. Cantor e pianista que deixou grandes clássicos da música como: Mona Lisa, Stardust e Unforgetable. Mas a minha canção preferida era At Last.
Ele começou sua carreira de cantor na Igreja onde seu pai era Pastor. Ao participar de um coral, desenvolveu seu grande talento. E, entre 1944 e 1965, lançou trinta álbuns de estúdio, sendo que alguns são considerados obras marcantes do jazz.
Sua formação em piano, guitarra e baixo; na época da grandes bandas, tornou-o bastante popular. Sua voz melodiosa, associada ao piano, dava à canção um toque especial. Também cantou em Português e em Espanhol: Ojos Verdes e Ninguém me Ama foram alguns dos seus sucessos.
Lutou muito contra o racismo durante sua vida toda, sempre se recusando a cantar em plateias com segregação racial.
Em 1948, atearam fogo em frente a sua casa porque o local era só para brancos. Mas ele não se intimidou e sua família foi a primeira a compartilhar com as dos brancos.
Durante um show em Birmingham (Alabama), em 1956, foi atacado no palco por membros de um grupo de sequestradores, enquanto cantava Little Girl. Mesmo logo socorrido, foi derrubado e machucou as costas. Ele terminou o show que estava fazendo, mas não mais voltou a cantar no Sul dos EUA.
Na mesma época, o cantor foi convidado a se apresentar em Cuba, mas não lhe foi permitido se hospedar no Hotel Nacional, por racismo. Ele honrou o compromisso e seu show foi um grande sucesso!
Hoje, existe um busto na frente do Hotel Nacional em homenagem ao cantor.
Em 1959 o Estado de S Paulo documentou a visita ao Brasil do cantor e músico de jazz. Neste país ele fez uma turnê de uma semana no Rio de Janeiro e em São Paulo. Fez um grande show no Maracanãzinho, até almoçou com o presidente da República Jucelino Kubitschek no Palácio das Laranjeiras; só não conseguiu conhecer Pelé.
Atualmente, Natalie Cole dá continuidade ao trabalho do pai, com quem muito aprendeu. Cantora e compositora norte-americana, ganhou de nove prêmios GRAMMY Awards e, certamente, é um grande orgulho para o saudoso cantor.
Nair Lúcia de Britto
Aquela era uma época de grandes mudanças na arte musical. Grandes estrelas despontaram para alegrar a juventude: Os Beatles, Elvis Presley e os Rolling Stones. Como aos demais jovens, eles me empolgavam, eu curtia suas vozes no rádio... Bem eu as curto até hoje por meios de comunicação mais modernos. Pessoas de todas as idades também curtem porque essas estrelas são e serão eternas.
Mas uma voz entre todas me era muito especial. Era a voz do cantor Nat King Cole que tocava profundamente meu coração. Aquela voz suave e inigualável me trazia muita paz. Era como o canto de um pássaro de luz... reportando-me a sentimentos amorosos e que me convidava a dançar...
Naquele tempo, fins da década de cinquenta, era a época do disco rotação 68, que continha uma música de um lado do disco e outra do outro lado. Depois surgiu o LP, onde ás músicas eram gravadas em maior quantidade. Podíamos ouvi-las na vitrola, com muito cuidado para não arranhar o disco.
Para ouvir mais vezes Nat King Cole, pedi a minha mãe que me comprasse uma vitrola, e tanto insisti, que ela comprou uma, conforme suas possibilidades financeiras. Era uma vitrola de corda com revestimento vermelho e que só funcionava dando corda através de uma manivela. A gente dava corda e punha o disco para tocar. Quando a corda estava acabando a voz do cantor ia se arrastando até silenciar. Então, era preciso reativar a corda para continuar ouvindo a canção.
Difícil não é?
Pois era assim que eu podia ouvir meu cantor preferido que era Nat King Cole.
Até o dia em que uma tia, que tinha um sítio onde não havia luz elétrica, me propôs trocar a minha vitrola de corda pela dela, que era elétrica. Na verdade não foi uma troca, foi um presente que a querida tia Olga me deu.
Comprei briga com meu pai, por causa do meu exagero em ouvir esse cantor. Eu só queria dormir ouvindo Nat King Cole.
Então no Dia da Consciência Negra eu quis lhe prestar esse Tributo relembrando a pessoa bonita que ele era.
Segundo pesquisa, ele foi um dos principais porta-vozes do jazz. Cantor e pianista que deixou grandes clássicos da música como: Mona Lisa, Stardust e Unforgetable. Mas a minha canção preferida era At Last.
Ele começou sua carreira de cantor na Igreja onde seu pai era Pastor. Ao participar de um coral, desenvolveu seu grande talento. E, entre 1944 e 1965, lançou trinta álbuns de estúdio, sendo que alguns são considerados obras marcantes do jazz.
Sua formação em piano, guitarra e baixo; na época da grandes bandas, tornou-o bastante popular. Sua voz melodiosa, associada ao piano, dava à canção um toque especial. Também cantou em Português e em Espanhol: Ojos Verdes e Ninguém me Ama foram alguns dos seus sucessos.
Lutou muito contra o racismo durante sua vida toda, sempre se recusando a cantar em plateias com segregação racial.
Em 1948, atearam fogo em frente a sua casa porque o local era só para brancos. Mas ele não se intimidou e sua família foi a primeira a compartilhar com as dos brancos.
Durante um show em Birmingham (Alabama), em 1956, foi atacado no palco por membros de um grupo de sequestradores, enquanto cantava Little Girl. Mesmo logo socorrido, foi derrubado e machucou as costas. Ele terminou o show que estava fazendo, mas não mais voltou a cantar no Sul dos EUA.
Na mesma época, o cantor foi convidado a se apresentar em Cuba, mas não lhe foi permitido se hospedar no Hotel Nacional, por racismo. Ele honrou o compromisso e seu show foi um grande sucesso!
Hoje, existe um busto na frente do Hotel Nacional em homenagem ao cantor.
Em 1959 o Estado de S Paulo documentou a visita ao Brasil do cantor e músico de jazz. Neste país ele fez uma turnê de uma semana no Rio de Janeiro e em São Paulo. Fez um grande show no Maracanãzinho, até almoçou com o presidente da República Jucelino Kubitschek no Palácio das Laranjeiras; só não conseguiu conhecer Pelé.
Atualmente, Natalie Cole dá continuidade ao trabalho do pai, com quem muito aprendeu. Cantora e compositora norte-americana, ganhou de nove prêmios GRAMMY Awards e, certamente, é um grande orgulho para o saudoso cantor.