Oh Minas Gerais: A herança de um Brasil remoto em busca do ouro o minério de ferro e a fortuna para poucos
Assim começo mais um episódio textual, mas desta vez uma resenha indignada, por falta de caráter e despreparo por políticos e governantes do Estado de Minas Gerais. Recentemente tivemos eleições em nosso país para vários cargos ou bancadas que seria composta a Assembléia Legislativa, assim a troca foi feita, saiu o sinistro governo sucessor de Aécio Neves e o povo escolheu Fernando Pimentel que por sua vez segue os mesmos passos do "psdebista" Antônio Anastasia, isso mesmo, deixo claro, o governo de Minas não mudou em nada seu jeito político e quem paga a conta é o povo que está cansado de ser enganado. Mais uma vez afirmo Democracia e populismo em nosso país só existe nos meses de candidatura de cada candidato, depois.... Há meu amigo, eles agem em defesa de seus próprios interesses.
Desta vez a população pagou caro, uns pagaram com a própria vida, estou me referindo a sociedade de Bento Rodrigues em Mariana.
A herança se renova e nunca muda, podemos esfolhear vários livros, artigos, e dentre outros meios confiáveis de pesquisas, nunca vamos saber quantos escravos, desde os tempos de um Brasil remoto, morreram para fazer o ouro brotar desta terra e enriquecer outras mais; agora novas perguntas seguem sem resposta. Doeu ouvir tanta gente lembrar com nostalgia do restaurante que ficava sob as sombras das mangueiras de Bento Rodrigues. Foi ridículo ouvir tanta gente falar de um lugar que não existe mais e que talvez nunca mais volte a existir. Assim foi durante toda esta semana que passou, uma dor profunda nos olhos de todos que subiram e desceram as ladeiras de chão batido dos distritos que ficam ao norte do centro de Mariana, um lugar apaixonante, onde pela primeira vez tentei fazer meu mestrado em história, e para quem não conhece, Mariana foi a primeira capital de Minas Gerais.
Minas Gerais…. parece que, nesta semana de Novembro de 2015, até o nome deste estado dói um pouco. Afinal, é mais uma vez ela, a mina, ou a mineração, o sonho de riqueza de uns poucos, o motivo de choro de tantos mais. Nunca saberemos quantos escravos, desde os tempos de um Brasil remoto, morreram para fazer o ouro brotar desta terra e enriquecer outras mais. Tantos séculos depois, queremos é saber, desta vez, quantos morreram para fazer minerio de ferro virar fortuna para uns poucos por aqui. Pouco mais de um dia depois da tragédia, queremos entender muito mais.
Por que a barragem de rejeitos rompeu? Por que não havia buscas por sobreviventes por terra em Bento Rodrigues, apenas pelo ar? Se outros animais resistiram sob a lama, por que humanos não poderiam ser encontrados também? Será que o governo não sabia que isto poderia acontecer? Será que os donos da empresa privada ligada a VALE não sabia que isto poderia acontecer? Ou será que eles não sabem que alguma outra barragem corre risco de se romper no município de Mariana, como teme a população de diversos distritos, que em conversa sobre o ocorrido, meu sogro lembrou que o povo de Congonhas também corre este risco. Por que uma barragem maior ficava acima de uma barragem menor, ao contrário da lógica?
Elas estavam supercarregadas, como afirmaram alguns moradores? Havia obras de ampliação da barragem em andamento, como dizem alguns moradores? Elas podem ter causado a tragédia? Como uma barragem pode se romper num período de extensa estiagem? Período de extenso calor? Não tem base... Por que havia duas barragens sobre as cabeças de uma comunidade inteira? Como as mineradoras e,
especialmente, a Samarco, se relacionam com os moradores da região, afinal? Quais órgãos públicos vão se corresponsabilizar pela tragédia? Acho que poucas destas perguntas vão ser respondidas com clareza. O que estou observando é que forças políticas, ministros, vereadores etc. estão decolando em Mariana e procurando os donos da Samarco, isso na minha opinião não adianta, o que deve se preocupar neste triste momento é com a população, pois procurar essas pessoas que sequer nem ficam na empresa todo dia nem irá resolver em nada. Os governantes tem que preocupar é com as famílias que perderam seus parentes, que perderam suas casas, seus carros, seus cachorros, seus remédios, suas lembranças, estes sim merecem ser procurados e ajudados, embora a empresa tem o total dever de dar e esclarecer todas as perguntas feitas acima.
Aproveito e quero parabenizar aqui neste texto sem parágrafo (correto) todos os bombeiros que trabalharam com vida,
qualquer forma de vida, pois sempre já dizia que esta é umas das profissões que admiro muito, e mais brilhante seguida à de professor educador da qual faço parte. Parabenizo aqueles que se passaram por heróis e tiveram seu dia triste e ao mesmo tempo de glória. Outro dia afirmei em uma frase que todos nós um dia terá seus 15 segundos como heróis, então aqueles que tiveram a missão em colocar o mão na lama movediça, que transformara para sempre Bento Rodrigues e estenderam seus braços ajudando a savar animais que passaram por sinais de prantos e agonia ou quase afogando, como observei em algumas imagens, os animais era preciso pedir por ajuda e tudo parecia morto. Parabenizo-os pelo intenso esforço, os que colocaram os pés, as pernas e o corpo para salvar animais que é um ser de Deus, foi lindo e emocianante de se ver e assim deve ter sido a trajetória de glória contra a lama que voltava sua força para o povo mineiro, esta luta foi simbólica em um dia tão trágico, afirmo que qualquer vida que fosse salva deve que recarregava todos de ânimo. Uma salva de palmas e sucesso para os que tiveram a coragem de lutar contra a lama. É isto que os políticos e empresários fascistas precisam aprender.