CAOS SOCIAL CRÔNICO

A respeito do caos social crônico que se tornou a nossa democracia, eu não fico aqui defendendo partido A, B, C, D, ou candidato A, B, C, D, porque sei que a corrupção generalizada no Brasil já vem ocorrendo há muito tempo; o que ocorre é que o povo já se acostumou a optar entre os males políticos que a nossa democracia nos oferece; como eleitor e cidadão esclarecido e politizado, eu não costumo sustentar políticos corruptos no poder com o meu voto, reelegendo-os continuamente, como a maior parte do eleitorado brasileiro se compraz em fazer; se eu sei que a nossa justiça é corrupta, que não pune com os rigores da lei os políticos que agem ilicitamente em suas funções eletivas, eu, claro, vou puni-lo não votando nele, eliminando-o da vida pública com a soberania popular que tenho; força consciencial que o nosso povo ainda não tem; é muito fácil de entender isso, quando se tem independência de pensamento, quando não se é eleitor de curral, encabrestado, quando se tem o hábito de ler para edificar a própria consciência e passar essa edificação ao próximo; quem constitui o poder é o povo; se esse povo é indecente em sua estrutura psíquica, vai constituir um poder indecente; algum avanço já existe em nossa capacidade intelectual; o que não existe é o avanço em nossa suficiência moral; o nosso eleitorado costuma dá o voto por dependência econômica, por necessidades materiais, por alienação da consciência, por endeusar o político no poder, por migalhas sociais que o poder lhe oferece... A nossa democracia é deficiente porque o povo que a constitui é deficiente; é incapaz em sua forma construtiva de agir democraticamente, porque lhe predomina na consciência as impurezas morais, inferiorizando a estrutura social da qual faz parte, repercutindo nocivamente no poder que constitui... O que o nosso povo precisa é renovar a própria consciência, mediante a prevalência do amor e do bem em suas ações sócias afetivas; quanto mais o povo deixa o orgulho e o egoísmo de lado, e age com humildade e caridade, mais se beneficia das virtudes em si, semeando-as ao seu próximo... A democracia é um poder alternativo e não vitalício; ela é soberana no povo, que deve exercê-la de forma justa, decente e igualitária, oportunizando assim, a todos os cidadãos fazerem parte do seu exercício diário em seu sentido virtuoso e não defeituoso moralmente... O poder, em nossa democracia, se renova, se edifica, a partir da renovação moral da sociedade que o constitui; se essa sociedade não se educa, não se civiliza, não se politiza, não se moraliza, jamais terá um poder decente, visto que, elegerá ou reelegerá sempre, cidadãos imorais pra representá-la!

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 20/11/2014
Código do texto: T5042010
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