Cidadania - uma construção de valores vitais
Cidadania democrática- Uma construção de valores vitais
RESUMO: o respeito às opiniões divergentes são parte do processo democrático que gera mudança eficaz. Começa por cada um, sabendo de seus deveres dentro do ambiente no qual vive e o mundo que o cerca. Exercitar valores constrói cidadãos conscientes e aptos a escolher o melhor para si e para a sociedade.
O Brasil é uma mistura de “raças” como defendido por muitos, é termo já rechaçado pelos estudos científicos. Raça constitui-se somente a humana, com diferentes credos, influenciados por nossos antepassados de diversas regiões do planeta. Hoje há grupos que priorizam um determinado candidato ao governo por entenderem representar mudança ou que irá atender suas reivindicações, tudo baseado em interesses pessoais de uma elite “superior às outras”. No entanto, percebe-se uma diferença entre querer mudança e buscá-la.
O perceptível é a ausência de aceitação do outro, daquele que pensa de forma diferente. Isso, nos últimos meses antes das eleições, causou ruptura de laços de amizade, promoveu “ataques” em defesa de um candidato ou outro, tudo em nome de uma suposta democracia. Esta não significa manchar a reputação alheia, participar de desordem pública, com xingamentos e agressões físicas. O chamado ato cidadão é investigar as informações antes de veiculá-las às redes sociais. Não se deixar levar por boatos quais sejam eles; um país civilizado, instruído, agiria assim.
A sociedade brasileira é composta de várias características distintas, é diversificada, mas com muitos sonhos comuns como viver num lugar melhor, com segurança, saúde e qualidade educacional, direitos inegociáveis. Ao longo da história, regimes surgiram e se foram, contudo, deixaram marcas um tanto indeléveis na formação da sociedade. Constitui-se arbitrariedade, não conceder ao outro o direito à manifestação oposta a da maioria. Ele precisa pertencer a um grupo, filiar-se a um segmento, para que sua voz seja ouvida. Partidos políticos são como o próprio nome diz: partidos, não o “todo”, eivado de regulamentos e ideologias as quais, muitas vezes ferem o direito da população e privilegiam a elite.
Faltam aqueles comprometidos com a mudança tão clamada pela sociedade nas manifestações de 2013. Elas foram um sinal claro da reação popular frente aos desmandos governamentais. Nas urnas, um número expressivo de votos nulos e de abstenções, foi divulgado com certa ênfase, mostrando, então, a falta de confiabilidade nos representantes. Há uma lacuna no que tange ao desejo de construir um país com igualdade de direitos segundo diz a Constituição federal. O questionamento surgido é: será que alguns desses candidatos refletem os anseios da maioria? Será uma ilusão pensar num futuro com oportunidades de crescimento na esfera social e econômica? São perguntas cujas respostas são igualmente difíceis de formular.
O mundo “dita” as regras do “jogo” político. O Brasil precisa cumprir metas internacionais de crescimento, mostrar aos investidores internacionais que é vantajoso aplicar recursos aqui. A qualificação dos jovens nas regiões carentes de investimento através de programas de incentivo é um começo promissor para muitos ingressarem no mercado de trabalho. Porém, com setores cada vez mais exigentes, a mão-de-obra acaba por não preencher requisitos básicos de formação.
É um desafio para qualquer governante atuar nessas esferas. O estímulo ao aprendizado ainda é insuficiente, sendo poucos os índices de aumento do número de leitores entre as classes menos favorecidas. O acesso à cultura através de visitas a museus, teatros, cinemas, enfim, tudo isso faz parte de uma complexa formação intelectual. Ninguém é capaz de reivindicar mudança se não consegue examinar criteriosamente o que ocorre em seu país. Mas há, felizmente, educadores envolvidos em ampliar o processo de formação de leitores conscientes, instigando os estudantes a descobrir o prazer de se ler um bom livro, incentivando cada jovem a ampliar sua visão de mundo. Quem lê, pensa bem e coerentemente.
Outro desafio é utilização dos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) na educação a distância, juntamente com os demais cursos de qualificação profissional (especialização). Essas ferramentas tendem a facilitar que pessoas utilizem o pouco tempo disponível, mas com responsabilidade sobre seu próprio desempenho. Na abordagem, cabe ao professor envolver-se com as novas tecnologias com o fim de propiciar maior eficácia às suas explanações. Contudo, sabe-se de antemão, que nunca uma ferramenta tecnológica substituirá a presença de um bom difusor de ideias.
Por fim, a consequência de se trabalhar conteúdos contextualizados, incentivando discussões, debates em torno dos rumos de nosso país, utilizando a sala de aula como um laboratório do saber, ter-se-á, por certo, um resultado produtivo na formação de mentes livres de preconceitos infundados, de intolerância ao diferente, de partidarismo egoísta que só leva em conta seus próprios interesses. A partir disso, um Brasil novo ressurgirá com cidadãos capazes de escolher o melhor no exercício pleno da democracia.