O SUPER HOMEM

O SUPER HOMEM

Encontramos no super-homem apresentado por Humberto Eco, em seu livro Apocalíptico e Integrado, a projeção de tudo o que queríamos ser. O super-homem existe desde 1938, é um herói com poderes superiores aos do homem comum. Clark Kent e Mirim Lane, ambos jornalistas. Clark é o super homem, mas não pode revelar sua identidade a Lane, que é apaixonada pelo superman, um pouco do que acontece no filme O Mascara. Nossos heróis precisam se esconder atrás de uma máscara para agirem. Quando colocamos o objeto como manifestação da própria personalidade, imediatamente anulamos a nossa. Ou seja, nossos heróis através da personalidade que assumem viram símbolos e cultura de massa tornando-os sagrados. Por exemplo, quando Conan Doyle cria Sherlok Homes, e o caro Watson, personagens tão marcantes da nossa história, nos faz acreditar em um ser fictício de tal modo que o endereço do famoso personagem, na Bakes Street numero 221 B Londres, foi visitado varias vezes, e nada se encontra, mas os fãs, o grande público apaixonado por suas estórias, acredita que seja mais um disfarce do nosso herói detetive, por que se tornou imortal. O ator Chistopher Reeve, morreu vítima de uma parada cardíaca este ano, mas o super homem não morrerá jamais, é difícil até associar um mortal a um herói, Chistopher caiu do cavalo, quer dizer, na queda não teve a sorte de ser salvo pelo super homem. Spielberg, nos trás o Herói Indiana Jones que sempre leva a melhor sobre seus inimigos, os desenhos passam pelo absurdo do personagem ser atingido por um avião que cai em sua cabeça, mas vertiginosamente sai debaixo do bico do avião batendo a poeira. As estórias são recorrentes - o desejo de ver nosso herói aniquilar o inimigo, ou o inimigo apresentar um problema que só um super-homem consegue resolver. Lampião como herói sertanejo, nos cordéis produzidos a partir de sua morte, revive enfrentando o diabo no inferno, vencendo - o, são personagens que apontam fenômenos de divertimentos ou de excitação.

O estudo sobre um herói envolve uma investigação da psicologia social, suas aventuras são vendidas a um público que não está acostumado a refletir. Lya Luft, cria seus personagens de forma fragmentada, ou seja pega um nariz de um, orelha de outro, sofrimento de um terceiro, alegria de um quarto. Podemos pensar que a criação no caso é coletiva, onde o publico desavisado participa sem saber. O homem na sociedade atual vive algo que podemos chamar de “o já dirigido”. Quando o super man atravessa as barreiras do lógico, do tempo, espaço, basicamente ele está realizando meus desejos e de imediato eu me imagino um super herói, me vejo no personagem. As estórias nos vêm como uma ilusão que pode vir a ser verdade.

O que é a imagem senão a vontade de possuir algo? Eu tenho animais, em imagens, eu possuo não o animal em si, mais a imagem sacralizada, a mitificação da imagem. Um carro zero, um tênis de marca, um celular que me lava pra lua, a imagem como equilíbrio psíquico do indivíduo. O que está depois do objeto, ou o que está atrás da imagem.

Questionamentos.

O Super homem é uma comédia ou um drama?

Poderá uma fábula mudar a ordem do universo?

Wellington Abreu
Enviado por Wellington Abreu em 13/09/2005
Código do texto: T49979
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