Champignon, mais uma notícia triste...

nair lúcia de britto

Mais uma notícia triste envolvendo um jovem cheio de vida! Quem mais sofre são as pessoas que amam esses jovens; é uma dor das mais doídas, é uma saudade eterna; uma vontade enorme de que essa notícia fosse só um pesadelo, do qual a gente acorda e suspira aliviado por não ser real.

Acho que está na hora de todos refletirem sobre tudo que acontece de errado na nossa sociedade e que tem sido, muitas vezes, uma armadilha fatal, para um jovem que tinha muita vida para viver, muito a oferecer e tudo para feliz.

Os motivos fúteis que estão arrancando os jovens da vida deveriam ser cuidadosamente analisados e sanados; e não esquecidos logo depois do primeiro impacto.

A bebida alcoólica, hoje, é frequente nas reuniões de amigos, é um grande perigo para a saúde e até um risco de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) os brasileiros consomem 18,5 litros de álcool puro, por ano, e é o quarto país das Américas a consumir a bebida. O álcool causa 4% de mortes no mundo, matando mais que a Aids e a violência.

“Isso acontece porque o corpo do abusador não está acostumado com o etanol, diferentemente do dependente do álcool”, explica a médica psiquiatra Ana Cecília Marques, pesquisadora da Unidade de Álcool e Drogas (Uniad), da Unifesp e especialista em dependência química da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras drogas (Abead)

Luiz Carlos Leão Duarte Júnior, o Campignon, talentoso vocalista da antiga banda Charlie Brown Jr., e que queria dar continuidade ao trabalho do amigo, não usava nenhum tipo de drogas, conforme afirma a esposa dele. Mas estava preocupado e abalado emocionalmente. Saiu com os amigos e tomou duas garrafas de sakê; logo depois, já em casa, aconteceu o que nunca devia ter acontecido.

Segundo pesquisa, o sakê é uma bebida milenar japonesa e costuma ser consumida mediante um ritual no Japão. Bebe-se nas grandes ocasiões, como o Ano-Novo, ou para espantar a tristeza ou tornar a pessoa mais extrovertida. Ela é feita com grãos de um arroz especial, que deve ser importado, e água. É uma das bebidas mais antigas e a que contém maior porcentagem de álcool.
Certamente os japoneses sabem como produzi-la e como consumi-la; mas será que os leigos têm o conhecimento preciso?

O álcool, em si, prejudica vários órgãos do corpo, principalmente o fígado e o pâncreas. O sistema nervoso (o cérebro) fica afetado logo após a segunda dose, nos homens. E, nas mulheres, logo na primeira dose. Em consequência, informa a especialista, os sintomas decorrentes da presença do álcool são problemas de atenção, perda de memória, que podem evoluir para demência alcoólica; perda do reflexo, perda do juízo crítico da realidade.

Um artigo do “Estadão” relacionado aos estudos sobre os efeitos do álcool diz o seguinte: “Em todas as idades, o abuso do álcool estava ligado ao aumento do risco de causar uma depressão severa. Os dependentes de alcoolismo tinham uma probabilidade 1, 9 vezes maior de desenvolver um distúrbio psiquiátrico grave em comparação com os que não bebiam”.

É preciso refletir também sobre o que se diz nas redes sociais sobre os outros. No caso dos artistas, eles são pessoas comuns, têm os mesmos problemas e as mesmas tristezas, como qualquer outra pessoa. E um comentário inconveniente pode deixar alguém, que esteja triste, ainda mais triste. Pensem nisso!