1- A novela Amor à Vida vem merecendo minha atenção.
Além de Antônio Fagundes, meu ator preferido, eu confiro atuações primorosas e uma trama interessante.
Recomendo a atração, mas admito que há bobagens.
Sempre há.
Uma dessas bobagens fez nascer esse texto.
Nos últimos dias a personagem Paloma foi parar numa clínica psiquiátrica, que é famosa por utilizar métodos tradicionais.
A incoerência e tolice inspiraram Walcyr Carrasco, o autor da novela, na hora de definir como Paloma foi parar nessa clínica.
2- Eu gosto de ver a ficção possível, ou seja, eu curto assistir algo que, apesar de pertencer à novela, poderia ocorrer fora dela.
Quando as cenas representadas conseguem criar ou recriar situações as quais combinam com a realidade, considero genial.
Assistindo a fatos que não convencem, fico aborrecido.
Verifiquemos agora se existe algum motivo que justifique a minha zanga.
3- No aeroporto, quando Paloma e Bruno estão retornando, após eles resgatarem Paulinha, Alejandra coloca um “pacote” na bolsa de Paloma.
A bandida avisa à polícia, Paloma é presa na chegada ao Brasil.
Alejandra e Ninho seqüestraram a menina Paulinha.
Se Paloma descobriu onde os pilantras estavam, deveria avisar aos policiais que investigavam o crime sobre o local para o qual os bandidos levaram a menina.
Ela e Bruno, todavia, resolveram agir sem a participação da polícia.
Ninho, bastante à vontade, foi ao aeroporto se despedir de Paulinha.
Nessa despedida, Alejandra colocou o pacote na bolsa de Paloma.
Enquanto isso, Ninho dizia “Adeus!” a sua filha biológica que o hippie imaginou conquistar através de um seqüestro.
Pode?
4- Esqueçamos essa parte!
A polícia prendeu Paloma.
A família de Paloma, sabendo da prisão, passou a acreditar que a bela doutora realmente era culpada.
Ela nunca sinalizou usar drogas conforme o garoto Jonathan deduziu.
Não interessa!
Ela foi presa com o pacote, virou traficante na visão dos pais.
Desejando se livrar da irmã, Félix escolheu uma clínica pensando em interná-la.
A clínica escolhida usa métodos rigorosos e tradicionais.
Todos sabem disso.
Na prisão, uma presa cisma com Paloma, a gata resiste e leva uma surra.
Vendo Paloma ferida, os pais deduzem que Paloma brigou porque talvez esteja sentindo falta de certas substâncias.
Imaginavam que Paloma, numa prisão, misturada (o curso superior não lhe deu uma cela isolada), jamais brigaria, pois as pessoas valorizam demais a harmonia nos ambientes carcerários.
Pode?
5- Na audiência que decide o futuro da ré, o juiz ressalta que ela é uma médica muito competente.
Como uma médica muito competente desperta tão pouca confiança nos pais?
Nas conversas com a mãe e o pai, as falas de Paloma são alucinações.
Dizem que, no pretérito, ela fugiu com um hippie.
Alegam que ela diz ser mãe de uma menina a qual um exame de DNA desmentiu a maternidade.
Paloma revela possuir novas provas que confirmam sua maternidade e sugerem a falsidade do segundo exame de DNA (existiu um primeiro exame apontando sua maternidade).
Não tem importância!
Se a médica falou, é alucinação, é falso, pois o pacote encontrado na bolsa de Paloma é o suficiente para provar sua culpa e instabilidade emocional.
6- Aliás, a própria Paloma não expõe as provas conclusivas que esclarecem bem a sua maternidade.
Bruno, agora apoiando essa verdade, também nada expõe.
Eles deveriam explicar que Bruno, quando encontrou a garota numa caçamba de lixo, guardou uma peça de roupa com a qual Paloma cobrira a filha.
Essa é a prova que os dois descobriram, porém nada disso vale.
Só vale o pacote na bolsa da moça, sua fuga no passado com o hippie e o exame que desmentiu sua maternidade.
O juiz implacável decide que Paloma deve ser internada.
7- O pai sabe que a clínica escolhida adota uma metodologia arcaica, mas aceita, numa boa, que a filha seja internada na clínica que Félix escolheu.
Assistimos depois Paloma sendo forçada a tomar um medicamento “forte” e levada, na marra, para um quarto onde ela perde os sentidos e recebe um choque elétrico da forma mais estúpida possível.
A aplicação do choque me fez recordar certos filmes de terror.
A partir daí, sempre aparece a enfermeira principal obrigando Paloma a tomar um remédio.
Quando alguém autorizado vai vê-la, a moça está dopada, demente, não consegue dizer nem sequer uma palavra.
Esse tratamento questionável, contudo, é tolerado pelos visitantes, pois a diretora explica que o caso de Paloma é grave.
8- Perceberam?
Uma jovem que conversava, sorria, medicava, tinha uma reputação incontestável.
Essa mesma pessoa virou uma demente, apenas recebendo visitas inúteis dos pais passivos e insensíveis.
Lutero, um médico amigo da família, se uniu a Bruno e a avó de Paloma.
Revoltados eles elaboram e executam um plano para libertar a moça.
Ontem assistimos às cenas nas quais os heróis tiraram Paloma da clínica.
9- Enfim, nesse meu resumo, notamos um monte de incoerências as quais jamais aconteceriam no mundo real.
Admitindo que Paloma fosse internada, que pais aceitariam tranqüilos colocá-la numa clínica desse tipo?
Além disso, vendo a demência crescente da moça, quem a conservaria lá?
Será que os pais da realidade nunca a ouviriam?
Ou será que ignorariam que Paloma é a filha, doutora, que nunca usou drogas?
A personagem Paloma não combina com o Ninho, porém ter namorado o cara não a faz uma eventual traficante.
Caso ela não fosse a mãe de Paulinha, isso não a faz uma maluca, pois a menina sempre gostou muito de Paloma como se ela fosse sua mãe.
Caramba! As novelas precisam parar com isso!
Não dá para tratar o telespectador como um idiota.
10- Alguém dirá que novela é idiotice.
Não é! Novela é legal.
Basta que os autores não queiram empurrar situações sem lógica ou sentido.
Eu sei que o Carrasco poupou a vida de César porque eu pedi.
Sei que ele merece um voto de confiança.
Lastimei demais, no entanto, as cenas estapafúrdias citadas acima.
11- Faustão diria: “Ô meu! Que loucura é essa?”
Fátima Bernardes pretende discutir o tema no seu programa diário.
Não! Não!
Prefiro a Paloma demente!
Esquecendo o Faustão e a Fátima chata, possuo a solução ideal.
Que tal Carrasco me colocar como enfermeiro na clínica dos horrores?
Eu garanto que seria muito carinhoso com a moça.
Eu conseguiria acalmá-la sem usar nenhum remédio.
Eu a faria viajar sem desejar retornar ao frio mundo real.
E os choques?
Comigo ela, desfrutando orgasmos incríveis, só teria choques de imenso prazer.
12- Lendo esse final, vocês dirão que sou metido e convencido.
Nada disso!
Não sejam injustos ou cruéis!
Provando que sou um cara humilde e gostoso, vou revelar um segredo.
Psiu! Na foto acima, a Paolita (Pal na intimidade) está falando comigo.
Um abraço!
Além de Antônio Fagundes, meu ator preferido, eu confiro atuações primorosas e uma trama interessante.
Recomendo a atração, mas admito que há bobagens.
Sempre há.
Uma dessas bobagens fez nascer esse texto.
Nos últimos dias a personagem Paloma foi parar numa clínica psiquiátrica, que é famosa por utilizar métodos tradicionais.
A incoerência e tolice inspiraram Walcyr Carrasco, o autor da novela, na hora de definir como Paloma foi parar nessa clínica.
2- Eu gosto de ver a ficção possível, ou seja, eu curto assistir algo que, apesar de pertencer à novela, poderia ocorrer fora dela.
Quando as cenas representadas conseguem criar ou recriar situações as quais combinam com a realidade, considero genial.
Assistindo a fatos que não convencem, fico aborrecido.
Verifiquemos agora se existe algum motivo que justifique a minha zanga.
3- No aeroporto, quando Paloma e Bruno estão retornando, após eles resgatarem Paulinha, Alejandra coloca um “pacote” na bolsa de Paloma.
A bandida avisa à polícia, Paloma é presa na chegada ao Brasil.
Alejandra e Ninho seqüestraram a menina Paulinha.
Se Paloma descobriu onde os pilantras estavam, deveria avisar aos policiais que investigavam o crime sobre o local para o qual os bandidos levaram a menina.
Ela e Bruno, todavia, resolveram agir sem a participação da polícia.
Ninho, bastante à vontade, foi ao aeroporto se despedir de Paulinha.
Nessa despedida, Alejandra colocou o pacote na bolsa de Paloma.
Enquanto isso, Ninho dizia “Adeus!” a sua filha biológica que o hippie imaginou conquistar através de um seqüestro.
Pode?
4- Esqueçamos essa parte!
A polícia prendeu Paloma.
A família de Paloma, sabendo da prisão, passou a acreditar que a bela doutora realmente era culpada.
Ela nunca sinalizou usar drogas conforme o garoto Jonathan deduziu.
Não interessa!
Ela foi presa com o pacote, virou traficante na visão dos pais.
Desejando se livrar da irmã, Félix escolheu uma clínica pensando em interná-la.
A clínica escolhida usa métodos rigorosos e tradicionais.
Todos sabem disso.
Na prisão, uma presa cisma com Paloma, a gata resiste e leva uma surra.
Vendo Paloma ferida, os pais deduzem que Paloma brigou porque talvez esteja sentindo falta de certas substâncias.
Imaginavam que Paloma, numa prisão, misturada (o curso superior não lhe deu uma cela isolada), jamais brigaria, pois as pessoas valorizam demais a harmonia nos ambientes carcerários.
Pode?
5- Na audiência que decide o futuro da ré, o juiz ressalta que ela é uma médica muito competente.
Como uma médica muito competente desperta tão pouca confiança nos pais?
Nas conversas com a mãe e o pai, as falas de Paloma são alucinações.
Dizem que, no pretérito, ela fugiu com um hippie.
Alegam que ela diz ser mãe de uma menina a qual um exame de DNA desmentiu a maternidade.
Paloma revela possuir novas provas que confirmam sua maternidade e sugerem a falsidade do segundo exame de DNA (existiu um primeiro exame apontando sua maternidade).
Não tem importância!
Se a médica falou, é alucinação, é falso, pois o pacote encontrado na bolsa de Paloma é o suficiente para provar sua culpa e instabilidade emocional.
6- Aliás, a própria Paloma não expõe as provas conclusivas que esclarecem bem a sua maternidade.
Bruno, agora apoiando essa verdade, também nada expõe.
Eles deveriam explicar que Bruno, quando encontrou a garota numa caçamba de lixo, guardou uma peça de roupa com a qual Paloma cobrira a filha.
Essa é a prova que os dois descobriram, porém nada disso vale.
Só vale o pacote na bolsa da moça, sua fuga no passado com o hippie e o exame que desmentiu sua maternidade.
O juiz implacável decide que Paloma deve ser internada.
7- O pai sabe que a clínica escolhida adota uma metodologia arcaica, mas aceita, numa boa, que a filha seja internada na clínica que Félix escolheu.
Assistimos depois Paloma sendo forçada a tomar um medicamento “forte” e levada, na marra, para um quarto onde ela perde os sentidos e recebe um choque elétrico da forma mais estúpida possível.
A aplicação do choque me fez recordar certos filmes de terror.
A partir daí, sempre aparece a enfermeira principal obrigando Paloma a tomar um remédio.
Quando alguém autorizado vai vê-la, a moça está dopada, demente, não consegue dizer nem sequer uma palavra.
Esse tratamento questionável, contudo, é tolerado pelos visitantes, pois a diretora explica que o caso de Paloma é grave.
8- Perceberam?
Uma jovem que conversava, sorria, medicava, tinha uma reputação incontestável.
Essa mesma pessoa virou uma demente, apenas recebendo visitas inúteis dos pais passivos e insensíveis.
Lutero, um médico amigo da família, se uniu a Bruno e a avó de Paloma.
Revoltados eles elaboram e executam um plano para libertar a moça.
Ontem assistimos às cenas nas quais os heróis tiraram Paloma da clínica.
9- Enfim, nesse meu resumo, notamos um monte de incoerências as quais jamais aconteceriam no mundo real.
Admitindo que Paloma fosse internada, que pais aceitariam tranqüilos colocá-la numa clínica desse tipo?
Além disso, vendo a demência crescente da moça, quem a conservaria lá?
Será que os pais da realidade nunca a ouviriam?
Ou será que ignorariam que Paloma é a filha, doutora, que nunca usou drogas?
A personagem Paloma não combina com o Ninho, porém ter namorado o cara não a faz uma eventual traficante.
Caso ela não fosse a mãe de Paulinha, isso não a faz uma maluca, pois a menina sempre gostou muito de Paloma como se ela fosse sua mãe.
Caramba! As novelas precisam parar com isso!
Não dá para tratar o telespectador como um idiota.
10- Alguém dirá que novela é idiotice.
Não é! Novela é legal.
Basta que os autores não queiram empurrar situações sem lógica ou sentido.
Eu sei que o Carrasco poupou a vida de César porque eu pedi.
Sei que ele merece um voto de confiança.
Lastimei demais, no entanto, as cenas estapafúrdias citadas acima.
11- Faustão diria: “Ô meu! Que loucura é essa?”
Fátima Bernardes pretende discutir o tema no seu programa diário.
Não! Não!
Prefiro a Paloma demente!
Esquecendo o Faustão e a Fátima chata, possuo a solução ideal.
Que tal Carrasco me colocar como enfermeiro na clínica dos horrores?
Eu garanto que seria muito carinhoso com a moça.
Eu conseguiria acalmá-la sem usar nenhum remédio.
Eu a faria viajar sem desejar retornar ao frio mundo real.
E os choques?
Comigo ela, desfrutando orgasmos incríveis, só teria choques de imenso prazer.
12- Lendo esse final, vocês dirão que sou metido e convencido.
Nada disso!
Não sejam injustos ou cruéis!
Provando que sou um cara humilde e gostoso, vou revelar um segredo.
Psiu! Na foto acima, a Paolita (Pal na intimidade) está falando comigo.
Um abraço!