19º Domingo do Tempo Comum — ANO C - 11/08/13
Todos sabemos que em uma competição sempre vence a equipe melhor preparada, a que treinou mais, se dedicou mais aos exercícios, aprimorou o condicionamento físico, consumiu alimentação balanceada, não fez extravagâncias, dormiu cedo e acordou cedo. Em uma equipe profissional os atletas são submetidos a uma disciplina rígida e que por isso mesmo, requer deles desapegos e renúncias. De vez em quando aparece no grupo um mau atleta que sai de noite para ir para a “Gandaia”, esses não tem futuro e logo a sua má fama será do conhecimento de todas as equipes.
Participar do Reino de Deus não é muito diferente da vida de um atleta dedicado e que leva a sério sua missão e seu trabalho. A primeira condição é não ter medo. Imaginem um atleta ter medo de entrar em campo porque o adversário é muito forte. O Cristão deve ser destemido, principalmente no confronto com as forças do mal, pois o projeto é de Deus e o Reino a ele pertence.
Em segundo lugar fala do tesouro no Céu, para alertar que, o Cristão nunca pode perder o Foco da sua missão e do seu objetivo. Ele não luta por coisas efêmeras que passam, não são essas coisas ilusórias que devem nortear a sua caminhada, seu modo de pensar e de agir, mas sim as coisas do alto, valores que são uma fortuna e um tesouro incalculável, perto das “quinquilharias” que muitas vezes em nossa jornada corremos atrás, desviando nossa atenção do foco principal que é o Reino.
Depois o evangelho fala dos imprevistos que podem ocorrer na missão onde ninguém pode fazer “corpo mole”. Imaginem um atleta que só “enrola”, não treina, não faz exercícios físicos, não se prepara, achando que basta entrar em campo e fazer o trivial. Os treinamentos são justamente para que o atleta supere qualquer marca e exceda as expectativas. Há cristãos que não vigiam, isso é, se acomodam em uma Vida de Fé que não exige muito esforço. Time que entra em campo na condição de Favorito, muitas vezes “pipoca” e acaba surpreendido pelo adversário, por excesso de confiança. Assim também os Cristãos que se julgam já salvos, justos, perfeitos, não precisam fazer muita coisa pois afirmam que têm o Galhardão garantido. Quanto engano!
E finalmente uma palavra chave que aparece no final do evangelho, diante da pergunta de São Pedro, se o assunto era só com eles ou para todos. É a Palavra Administrar, estar á frente, ser o responsável diante das pessoas. Pode ser uma comunidade ou uma Família, uma equipe, uma pastoral. Não importa. O Cristão que descobriu a sua missão de evangelizar e ser testemunho no mundo recebe a Graça de Deus e deve administrá-la com toda responsabilidade, empenho e eficácia, dando sempre o melhor de si para beneficiar aos outros.
A Graça se expande, motiva, alimenta, renova as pessoas com quem o cristão interage e se relaciona. Produzo essa reflexão nos dias em que está ocorrendo a JMJ em nosso País e fico pensando em nosso Administrador Sábio e Fiel que é o Papa Francisco, que poderia ficar acomodado no Vaticano sem expor-se á riscos na visita as Nações, no confronto com os poderosos deste mundo, que muitas vezes são contrários aos ensinamentos do Evangelho.
Fazer-se pequeno para poder melhor servir, parece ser este o lema do Papa Francisco, é esse o perfil do Rebanho que Jesus envia no evangelho de hoje. Aos pequenos ele confia o seu tesouro. Tal qual o atleta que citamos ao início, quanto mais fizermos e irmos fundo nessa experiência com Jesus, mais agraciados seremos.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP