“ O papel roxo da maçã”
...Guardo tudo na lembrança;
As coisas que mamãe fazia.
Uma maçã repartida,
Tudo dela se comia.
Lá vem vindo! -Toda enroladinha!
Num papel roxo.
Pronta e docinha,
Pra saborear! Basta repartir.
E, junto a filharada;
Mamãe com seu jeitinho.
Repartia a maçã,
Até o último pedacinho.
Ela é responsável;
Por este bem querer.
Numa família de onze irmãos ,
Todos se amam pra valer.
Meu pai ia pra cidade
E, voltava com o embornal.
Pra família alimentar.
Trazia de tudo um pouco;
A minha mãe acordar.
Talvez já dormindo,
Pra bem cedinho acordar..
Dentro daquele embornal;
Tinha pão em forma de jacaré.
Remédio pra vermifugar,
Um metro de fita pra enfeitar,
Uma peça de tecido pra costurar.
E, outros tantos! -Não se pode esquecer.
Dez da noite! - Não passava;
Pois naquele tempo era assim.
Esta hora era sagrada,
E, dormir todos estavam afim.
Descansar! - Pra cedo acordar;
E, na labuta começar.
Este era o costume;
Das pessoas do lugar.
De meu pai tenho saudade;
A dor da morte já passou.
Mas, saudade é coisa engraçada,
Esta, o tempo não levou.
Hoje, é tudo diferente;
Acordar cedo ainda estou.
Pra cuidar de tudo na vida,
E, muito alegre ainda sou.
Felicidade se conquista;
Com muita dedicação.
Os valores desta vida,
É não viver na solidão.
Por isto faço versos;
Eles me trazem emoção.
Dos tempos de minha infância,
De viver sem ambição