"The Newsroom" - série jornalística da HBO
A série “The Newsroom” criada por Aaron Sorkin, que ficou conhecido por ganhar um Oscar com o filme “A Rede Social”, teve seu primeiro episódio exibido em agosto de 2012 pela HBO, e é o meu mais novo vício.
Se passa nos bastidores de um telejornal exibido em canal de notícias a cabo ficcional. Protagonizada pelo ator Jeff Daniels, que vive Will, o temperamental âncora do jornal, de conteúdo político e opinativo , que juntamente com sua equipe, coloca no ar diariamente os acontecimentos do mundo.
Na redação, onde a maioria das cenas se passam, além da correria diária pela notícia em primeira mão, os jornalistas tem que lidar com seus dilemas pessoais, que só tornam a série mais interessante, pois deixa evidente que apesar de todo profissionalismo inerente nas pessoas envolvidas em um telejornal ao vivo, há a parte humana de cada um.
No episódio Piloto, Will volta de férias e se dá conta que foi abandonado pelo seu parceiro de bancada, e ainda perdeu grande parte de sua equipe de produtores. Assim, entra em cena Charlie Skinner (Sam Waterston, de Lei e Ordem), uma figura muito simpática, que faz o chefe idealista de Will. Charlie informa que tem uma nova produtora executiva, a renomada Mackenzie MacHale (Emily Mortimer) e que vai formar uma nova equipe. Aí que as coisas começam a esquentar, pois Will e Mackenzie já foram namorados, e tiveram uma separação meio conturbada. Sei saída, Will assimila sua nova situação, e o temperamental muda sua postura com relação aos colegas e com relação ao jornal, pois assume a tarefa de moralizar o jornalismo americano. Quando coloca em prática sua nova postura, Will esbarra no corporativismo, e tem seu cargo ameaçado.
No elenco também estão Alison Pill, John Gallagher Jr., Josh Pence, Olivia Munn, Thomas Sadoski, Dev Patel e Jane Fonda.
O discurso de Will no início do primeiro episódio determina o rumo da história que está sendo desenvolvida para a temporada: a América se perdeu, mas pode se reencontrar. Em entrevistas, e na série, Sorkin, o criador da série cita Dom Quixote como referência do trabalho que Will se propõe a fazer. Enfrentando ‘moinhos’, ele desafia o sistema e a mentalidade social já enraizada para tentar moralizá-los. Quando coloca em prática sua nova postura, Will tem seu cargo ameaçado, pois irá bater de frente com a elite da emissora, que chega a conclusão que o âncora está falando demais. Neste ponto entra em assuntos como o caso “tea party” e esbarra no empasse que envolve o corporativismo da mídia e as barreiras contratuais.
A equipe do jornal cobre notícias reais do nosso passado recente. A morte de Bin Laden, o acidente nuclear de Fukushima estão entre os assuntos apresentados. O desdobramento dos fatos , desde uma pequena pista até o desfecho do acontecimento, é vivenciado na redação. Em um jogo intuitivo e jornalístico, onde não há espaço para erros, os produtores conseguem ir até o olho do furacão da notícia, primeiro que todo mundo. E a cada episódio, nós, os expectadores, mesmo sabendo o desfecho da notícia, nos deliciamos com os bastidores, com as decisões que um jornalista precisa tomar para que um acontecimento vire a notícia que vemos sentados em nosso sofá.
Comecei a assistir graças a apresentadora Marília Gabriela, que discutia jornalismo com uma de suas entrevistadas e as duas confessaram que eram muito fãs de ““The Newsroom”, como ela mesma disse é uma série para jornalistas e para quem não é jornalista.
A estreia aqui no Brasil não será simultânea com a dos EUA, como foi com “True Blood” e “Game of Thrones”, mas a segunda temporada estreará em 15 de julho, apenas um dia depois dos EUA. Mais uma vez a HBO prioriza os fãs, pois a emissora vem sendo conhecida por essa atitude louvável que deveria ser seguida pelas outras.