LUIZ GONZAGA – DE PAI PRA FILHO

nair lúcia de britto

 

A minissérie, apresentada na Globo, em quatro capítulos, com epílogo dia 18 de janeiro de 2013, foi uma adaptação, para televisão, baseada no filme produzido por Breno Silveira e que conta alguns episódios da vida de Luiz Gonzaga do Nascimento, o Rei do Baião. Foi muito bem-feita e relata os amores de Luiz Gonzaga e a convivência um pouco conturbada  com Gonzaguinha, outra personalidade marcante da nossa música, e que também deixa saudade.

Uma das passagens mais emocionantes da minissérie foi a reconciliação de Luiz Gonzaga com seu filho. Enriqueceram esse trabalho cuidadoso as músicas e as paisagens; além do bom desempenho dos artistas.

Land Vieira, Chambinho do Acordeon e Adélio Lima interpretaram Luiz Gonzaga nas várias fases de sua vida. A interpretação de Gonzaguinha coube aos atores Julio Andrade, Diancarlo di Tommaso e Alísson Santos. A interpretação tanto do pai como a do filho, foi excelente; assim como as interpretações musicais.

Sob o aspecto social verificou-se o rigor paterno do nordestino perante os filhos, a lida árdua; mas que, apesar de tudo, é um povo batalhador, corajoso, que não tem medo do trabalho nem das situações mais adversas.

A cultura nordestina é riquíssima e, apesar das dificuldades, esse povo tem uma alegria invejável que só eles sabem expressar com sua música exuberante; e com sua dança de passos hábeis e ligeiros, em consonância com a melodia contagiante e gostosa. O que foi bem retratado nessa produção.

Mas, segundo pesquisa, o autor do livro Baião em Crônicas, Onaldo Queiroga, um estudioso devotado da vida de Luiz Gonzaga, comentou que há muitas passagens interessantes da vida desse músico, porém seria impossível narrar tudo num só filme ou minissérie. Mas que,  apesar
de algumas omissões, a produção teve um saldo bastante positivo.


O escritor refere-se ao posicionamento político do músico que, de fato, tinha um vínculo com o militarismo por ter trabalhado no Exército por dez anos. Mas não foi revelado no filme que Luiz Gonzaga gravou “Pra não dizer que não falei de flores” no auge do regime militar, referindo-se à famosa canção de Geraldo Vandré, contrapondo-se à ditadura.

Diz ainda que Gonzagão teve realmente um período de declínio na carreira com o surgimento da Jovem Guarda, mas nunca lhe faltaram shows em várias regiões do Brasil. Acha que não foi dada a devida atenção ao período em que pai e filho estiveram juntos, nos seus últimos anos de vida.

Queiroga afirmou ainda à imprensa que foram omitidos também os shows beneficentes que Luiz Gonzaga fez pela seca do Nordeste, a grande colaboração do companheiro Zé Dantas no decorrer de sua carreira; e, por fim, o reencontro com Nazinha, seu primeiro amor, depois de cinquenta anos de ausência.

Luiz Gonzaga foi um grande artista que deu muitas alegrias aos brasileiros com sua arte inigualável. Contudo, essa alegria ainda vive através de outros artistas talentosos que seguiram seus passos e continuam cantando a música alegre e brejeira do Nordeste brasileiro.

Nair Lúcia de Britto
Enviado por Nair Lúcia de Britto em 21/01/2013
Reeditado em 17/08/2015
Código do texto: T4097424
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