Gente ou político?
Ao ler a crônica “Mentiroso – qual político não é?” de José Fernandes, publicado no DM, dia 17 de julho de 2012, alguns pensamentos suscitaram em minha mente e me lembrei de uma outra crônica publicada, em 2002, pelo mesmo autor.
A publicação de dez anos atrás se intitula com uma provocativa questão: “Gente ou espécie?” e descreve o absurdo de um cidadão reclamar porque uma moça cadeirante se posiciona à frente na fila para o elevador. Ela, amparada pela lei que lhe confere direitos especiais, tenta argumentar em vão com o nobre cidadão.
A voz instaurada na crônica publicada hoje (dez anos depois) também remete ao questionamento: Gente? Não. Político! Espécie? Não. Político! O povo diante das falcatruas do senado está de cadeira de rodas. Mesmo que conheça seus direitos, ainda ouve impropérios daqueles que se julgam donos da verdade.
Aquilo que chamam de verdade, como bem elucida o cronista, configura em horrenda hipocrisia, pois os senadores submetem seu filhote de à “condição de bezerro” de piranha para salvarem a própria pele e ainda promoverem uma falsa imagem honesta.
Quanto ao povo? Assiste, dentro de suas limitações, aos absurdos na política! E para destronar os macacos que sentam sobre o próprio rabo para rir do rabo alheio, o eleitor deveria poder votar a cassação, não só a eleição de um representante, bem como escolher também o suplente de cada eleito.