Modelos de família e intervenção terapêutica
Modelos de família e intervenção terapêutica
Fala dos modelos de família, partindo da família nuclear, modelo “padrão”, onde um homem e uma mulher se uniam para ter filhos. Partindo daí esta idéia é alargada, mostrando a importância das fronteiras da família enquanto sistema, com o mundo exterior, e, por conseguinte seus vinculos internos. Família esta que era entendida como um Oasis onde as pessoas tentavam se proteger do mundo exterior, e com a função maior de criar uma identidade própria e educação dos filhos. O texto cita outros modelos de Famílias desde as ampliadas (trangeracionais), onde os avós podem tomar o papel dos pais, família monoparentais, famílias geradas por recasamentos, e até os casamentos homossexuais onde duas pessoas do mesmos sexo adotam um filho.
A visão feminista de família, proveniente da revolução sexual de 60 e 70 define que “Uma família saudável é aquela em que seus membros se encontram comprometidos com o estímulo do potencial de todos, com a evitação de todo tipo de exploração interpessoal, e com o recíproco oferecimento de apoio, cuidados, assistência e afeição (Rampage e Avis, 1998, p. 203)”.
Ou seja, estabelece um modelo de relações familiares fundamentadas tanto na igualdade quanto no respeito às diferenças, em oposição ao modelo reacionário e repressor até então vigente. Mudando assim a visão de família patriarcal e autoritária, para um modelo famíliar sistêmico.
Esta mudança de perspectiva rompe com o antigo o modelo patriarcal, que isolava a família, tendo o pai como o norte, com papel de orientar e reprimir, formando um individuo submisso sua vontade, e perpetrador dos dogmas familiares, para o modelo atual, onde a sociedade invadiu a família, tornando as fronteiras e limites mais difíceis de serem administrados, tornando a formação da unidade familiar muito mais complexa, o que também dificulta a formação da identidade do individuo em desenvolvimento. Acredito que antigamente o que se era na família, nem sempre era reproduzido no ambiente social, pois, a família era entendida como um “eco-sistema” protegido; hoje em dia com essa invasão, entendo que esta diferença se torna bastante tênue, sendo que as atitudes no ambiente social, escolar, e de trabalho, normalmente refletem interações intra-familiares e vice-versa.
Neste contexto a terapia familiar, atualmente visa desenvolver os elementos da família, fortificando seus vínculos, e o sistema, visando emancipar a família para que possa identificar seus “gargalos” por si só, e autogestionar-se. Sem modelos pré-definidos de terapia, onde o poder é repartido, levando todos, terapeutas e seus clientes, a navegarem no mesmo barco do fazer terapêutico, em busca de novas perspectivas situacionais, e resolutivas.
Resenha do artigo-"Modelos de família e intervenção terapêutica"-
"Family models and therapeutic approach"
de: Edna Lúcia Tinoco PoncianoI; Terezinha Féres-CarneiroII,
I Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Programa de Psicologia Clínica
II Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Psicologia