RESENHA SOBRE AS 95 TESES DE LUTERO

VALTÍVIO VIEIRA

Formação do Autor: Curso Superior em Gestão Pública, pela FATEC – Curitiba – PR; Licenciado em Filosofia, pelo Centro Universitário Claretiano – Curitiba – PR, Licenciado em Ciências Sociais, pela UCB – Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro – RJ, Pós-Graduado em Ciências Humanas e suas Tecnologias; Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal; Formação de Docentes e Orientadores Acadêmicos em Educação à Distância, e Pós-Graduando em Metodologia do Ensino Religioso, ambos pela FACINTER – Curitiba – PR.

SÃO BENTO DO SUL - SC

2011

1. INTRODUÇÃO

A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa (remissão). A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberar parcial ou totalmente da pena devida pelos pecados. Todos os fiéis católicos podem adquirir indulgências para si mesmos ou aplicá-las aos defuntos.

O Objetivo desta, é demonstrar a visão de Lutero sobre as indulgências e conhecer as principais idéias de Lutero, desenvolvidas nas suas 95 teses contra a Igreja Católica Romana.

O problema é será que as indulgências podem ser usadas para a remissão dos pecados das pessoas?

Nesta estão inseridas a Biografia de Martim Lutero, um breve resumo das 95 teses do mesmo autor e a crítica à obra de Lutero.

2. RESENHA SOBRE AS 95 TESES DE LUTERO

Martim Lutero, teólogo e reformador alemão, notabilizou-se por ter lutado, no seio da Igreja, como monge agostiniano, contra seus abusos e erros, notadamente contra a venda de indulgências. Sua oposição constituiu o início da Reforma, simbolizada pela frase “o cristão tem consciência de ser sempre pecador, sempre justo e sempre arrependido”.

Traduziu o Novo Testamento para o alemão, visando torná-lo acessível a todos os fiéis. Em seguida, junto com Melanchton, o Antigo Testamento.

Lutero nasceu na Saxônia em 1.483. Estudou teologia na Universidade de Frankfurt e tornou-se monge. Viajou para Roma e ficou mal-impressionado com a riqueza da Santa Sé. Retornou para a Alemanha e tornou-se professor, adquirindo fama como orador. Lá, expôs a tese de que a fé, baseada nas Sagradas Escrituras e sem intervenção da Igreja, é a única salvação. Sua teoria chocava-se frontalmente com a tradicional doutrina cristã.

Em 1.517, o papa Leão X pediu um tributo extraordinário para auxiliar na construção da igreja de São Pedro. Nessa ocasião, ele propôs a troca das penitências dos pecados cometidos por pagamentos chamados indulgências. Ficava claro, assim, o seu caráter comercial. Na Alemanha, os bancos podiam cobrar a esmola correspondente ao perdão pelos pecados. Vários clérigos criticavam a atitude do papado.

Entre eles estava Lutero, que divulgou 95 proposições que atacavam a Igreja e o seu direito de impor penas materiais para perdoar os pecados. Muitos intelectuais aderiram às proposições de Lutero. A nobreza e o povo também aderiram, seguindo-se desordens e discussões.

Em 1.520, o papa pede que Lutero se retrate. Lutero queima o comunicado do papa em praça pública e proclama que a única autoridade são as Sagradas Escrituras. Sua separação da Igreja é definitiva.

Em 1.521, condenado pela Igreja, Lutero escondeu-se no Castelo do duque de Saxônia. Lá, traduziu a Bíblia para o alemão moderno.

As 95 teses de Lutero, foram fixadas na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg em 31 de Outubro de 1.517. Entre as principais idéias defendidas destacam-se: o papa não tem o poder de perdoar culpa a não ser declarando ou confirmando que ela foi perdoada por Deus; Agiam mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservavam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório, pagavam para serem perdoados dos pecados; as almas do purgatório não há certeza de sua bem-aventurança; a maioria das pessoas estavam sendo ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena; a igreja católica pregava doutrina mundana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando, do purgatório para o céu.N

Para Lutero, a compra de indulgência é livre e não constitui obrigação, os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.

Na concepção de Lutero, o papa deveria esvaziar o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas, o que seria a mais justa de todas as causas, se redime um número infinito de almas por causa do dinheiro.

Por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos ricos mais crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fieis?

A crítica as 95 teses de Lutero, na tese 30, destaca o mesmo autor que ninguém tem certeza de veracidade de sua contrição, muita menos de haver conseguido plena remissão. Se uma pessoa que faz confissão para Deus, de seus pecados não tem certeza da absolvição, na usa de sua fé, que não é duvidar ou achar, mas é ter certeza, fé esta que Lutero tanto pregava e ensinava.

Na tese 43, Lutero descreve que se deve ensinar aos cristãos que, dando o pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências. Lutero se contradiz quando descreve isto, pois, o mesmo sustentava que o homem será justificado pela fé, e não pelas obras, conforme está escrito há contradição de Lutero.

Na tese 66, Lutero descreve os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens. Na atualidade as igrejas em suas várias denominações usam do dízimo como rede para pescar a riqueza.

3. CONCLUSÃO

Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do purgatório a remissão das penas temporais, conseqüências do pecado.

A indulgência se obtém de Deus mediante a Igreja, que em virtude do poder de ligar e desligar que Cristo Jesus lhe concedeu, intervém em favor do cristão, abrindo-lhe o tesouro dos méritos de Cristo e dos santos para obter do Pai das misericórdias a remissão das penas temporais devidas os seus pecados. Assim, a igreja não somente vem em auxílio do cristão, mas também o incita a obras de piedade, de penitência e de caridade.

A Igreja Católica denomina Purgatória, uma purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório, sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição de Igreja fala de um fogo purificador.

Faltas leves deve-se crer que existe antes do juízo final um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a verdade, dizendo que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,32). Desta afirmação pode-se deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro.

Este ensinamento apóia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: “Eis por que ele [Judas Macabeu] mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam movido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado” (2Mc 12,46). E conforme Jó 1,5 “Levemos-lhes socorro e celebramos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai”, por que deveríamos duvidar de que nossas ofertas em favor dos mortos lhes levem alguma consideração? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles.

Lutero, na verdade, pelo fato de as teses serem escritos em latim e não em alemão (língua familiar de Lutero), torna-se públicas, mas não populares as suas idéias, com a finalidade de expor a doutores algumas questões que o incomodavam a vendas de indulgências, corrupção do clero, eram vistas com ameaças a credibilidade da fé cristã da igreja de Roma. Ao tornar públicas suas teses, Lutero esperava receber o apoio do papa, e em 21 de Janeiro de 1.521, foi redigida contra Lutero uma carta de excomunhão. As idéias de Lutero foram distorcidas por membros da nobreza alemã, que usavam da fé, para tomar bens e terras de famílias inimigas e da própria igreja.

REFERÊNCIA

INTRODUÇÃO AS 95 TESES DE LUTERO. Alexander Martins Vianna. Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/034/34tc_lutero.htm. Acesso em: 24 de Junho de 2010.

Valtivio Vieira
Enviado por Valtivio Vieira em 23/05/2012
Código do texto: T3683898
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