10 minutos ou 2 gols - Futebol nas Obras

Vale - Brucutu - Pátio 10
Terça, 28/2/12. Pessoal ainda se conhecendo – na pelada – era a 2ª do ano. Estava retomando a intimidade com a bola, já que meu último jogo foi em novembro do ano passado – elétrica da ECM do Valmir Garcia.
Na primeira desta noite, contra José Roberto, Foguinho,Hipólito, Carlos Júnior, e Peg (Progen),logo que a bola rolou, já era visível a supremacia do nosso time que, sem goleiro fixo, era composto por Frederico e Gustavo (Vale), Rodrigo (Progen) este que escreve (José Afonso), Leandro(ECM).
Ganhamos fácil. Não precisamos dos 10 minutos. A segunda vítima da noite, apareceu vestida de Erasmo, Carlos Júnior, Peg, Hipólito e Nixison
(o cara garante que tudo nele funciona – o único defeito de fábrica fica por conta do nome). O time de Carlos Júnior – coitado - continuava fraco e suas brigas por um ou outro lance – querendo ganhar no grito - não diminuía em nada, a inferioridade do seu, diante do nosso. Até àquela altura, eu não havia feito nenhum gol, mas já servido de bandeja aos colegas, – diga-se, de passagem - que é aquilo que mais gosto de fazer. Entre meio aos lances, passei o olho na “de fora”. Percebi Pivô, Heleno e Jocemar se aquecendo, no que presumi que, dali pra frente, é que o bicho poderia pegar.
Para quem não conhece esse pessoal, Pivô é um cara grande, tão quanto um guarda roupa de quatro portas – abertas - que trás consigo além de passeio, roupas de cama, mesa e banho. Heleno já conheço. seja escolhido pelo par, pelo impar, pelo cara ou pela coroa – pra ele tanto faz, joga bem e mantém regularidade. Falta passar uma idéia sobre Jocemar.
Bom! Jocemar, deixa eu ver; hummm.
Jocemar , tá mais para um corredor – um velocista - como se hoje diz.
É! Hoje, tem até mais de uma bola. Tem a 1ª, 2ª, e por aí vai. No meu tempo só havia uma, rsrsrs. “Mostrei o rascunho desta resenha ao Júlio Lazarotti e ele me advertiu: pega leve Sô Zé, o homem é chefe sô. Bem lembrado Júlio. Vamos fazer o seguinte: eu falo tudo, mas fica-lhe assegurado o direito ao contraditório, tá bom? Ahnnn... Mesmo na dúvida, ele achou melhorou. Se me lembro bem, em nosso último confronto aqui em Barão - na quadra pública da Lagoa – ele tentou me acompanhar. Numa bela hora, balancei o corpo à sua frente, deixei-o deitado no chão e converti o lance em gol. Ele passou uns dias de cão. Era me avistar, trazia o dedo em riste por duas vezes, tipo jurando e confirmando, que iria me pegar, rsrsrs.
Deixa pra lá Jocemar, ponderava, sem medo, é claro... No futebol, quando nada dá certo, assim que termina a partida, aquilo vira passado e ali no campo mesmo, só se fala no próximo adversário. Voltando ao nosso jogo, bastou uns poucos minutinhos e a partida terminou. Ganhamos fácil novamente. E que venham os aquecidos. Pois é! Vieram. A bola corria solta, muito disputada, pessoal chegando junto, Pivô me achacando, mas tudo dentro do normal. De repente, eis que não sei lá quando, Rodrigo me lança, entre a zaga deles, mais para a esquerda de nosso ataque. Pensei; esta é caixa. Caixa? Que caixa que nada, meu!
Hipólito - com aquela cara de marciano que tem – saiu do gol, lotado, arrastando tudo que via pela frente. Eu que havia chegado primeiro, dei um toque sutil na bola o deslocando. Para obscurecer o drible desconsertante, que certamente sintetizaria em gol e chacota de quarta a sexta, o cara cuja fama é a de não perder a caminhada, me pega de cheio e joga todo o conjunto para cima. Só você vendo véi. Subi uns três andares, com desenhos de detalhe, diagrama de montagem e projeto básico. Parei no ar a lá Dadá beija-flor e quando estava descendo, meu anjo da guarda protetor percebeu a queda de costas ao chão, levantou vôo e foi só pena que voou.
Resultado: bati com a costela em cima do punho cerrado, provocando um ligeiro afundamento em 2 costelas verdadeiras, 1 costela falsa, 1 costela flutuante. E quem se fode? O apêndice xifóide. Estirado, levantei a cabeça, olhos esbugalhados pela falta de ar, pessoal chegando junto pra acudir, sinalizei pra Jocemar pedindo flexão nas pernas e deitei de novo. Gemendo de dor, escutei o excomungado do Nixison rachando “os bico” de tanto rir – também com um nome desse... Abro os olhos, vem Karla Mota – enfermeira (Progen) –pedindo calma, calma, botando ordem na casa.
O outro grita água, água, enquanto Karla diz: que isso menino? Vira e adverte. Sô Zé! Não pode tomar nada. Nem pra matar a sede? Não! Mato o senhor. Nossa Senhora!!! Vamos ao hospital Nª. Srª. das Mercês bater uma chapa. Ita carái, apavorei de novo. Mais pela eminência de perder dias de trabalho do que encontro a dor.
É como dizia aquele deputado televisivo Justo Veríssimo “pobre tem mais é que morrer”, pensei.
Antes de sairmos vi Henrique, Aquiles e outro guarda roupa - indiano -  Arlindo que passa segurança, chegando pra jogar. José Roberto Piratinha, foi nos levar ao hospital, invertendo todas as marchas de seu carro, rua afora. Uma provocação a quem naquela hora, não podia rir.
Lá chegando, fui prontamente atendido pelo doutor Juliano que analisou as chapas e não constatou fratura alguma. Ufa!!!. Antes isso.
Receitou uns rebitinhos compondo ainda mais minha caixa de remédios e desejou-me breve recuperação.
Preciso  e depressa doutor. Preciso voltar ao jogo logo, logo e de preferência na posição em que mais gosto de atuar.
A de goleiro? A de ala? A de pivô? Perguntou.
Nãooo doutor. A de "teimoso" doutor.
Principalmente pra quem já tem mais de 60 hs. só de minutos de silêncio, tá querendo ainda mais o que? rsrsrs.



Afonso Rego
Enviado por Afonso Rego em 07/03/2012
Reeditado em 31/03/2012
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