Resenha descritiva O Mal – Estar na Universidade de Olgaria Chain
Neste trabalho buscaremos expor de forma sucinta o texto o mal - estar na universidade de Olgaria Chain Feres Matos, filosofa graduada na universidade de São Paulo, mestra em filosofia pela Université Paris e doutora pela Universidade de São Paulo (USP), onde atualmente é professora titular. A autora possui ampla experiência na área de filosofia, os temas mais trabalhados por ela são: tempo, razão, democracia e historia. Certamente por esse motivo ela faz uma crítica a situação atual das universidades, que já não prezam os pilares que sustentam a universidade: ensino, pesquisa e extensão.
A autora inicia o texto falando sobre o abandono da universidade cultural e sua substituição pela universidade da excelência ou do conhecimento. Segundo Olgária, essa substituição tem como conseqüência o fim do papel filosófico e existencial da cultura, propiciado pelo atarefamento diário, característico da Universidade que deveria valorizar a reflexão e a pesquisa, mas, ao contrário disso, descamba para o ócio e a inatividade.
Olgária enfatiza ainda que a militarização do campus Universitário da USP, associado à solução de conflitos através da força é resultado da ideologia da competência, ou seja, do modelo de gestão empresarial, que tem como dogma o culto a eficiência, à produtividade e otimização de resultados. A autora cita alguns desses “dogmas” que emergem na universidade, como por exemplo, a proposta de reforma da carreira docente, os acréscimos salariais proporcionados aos docentes que acumulam publicações de livros, ensaios em revistas, número de congressos, orientações de teses, bem como os bônus de pontuação para futuras bolsas de iniciação científica, com aprovação de auxílios acadêmicos que incentivam professores e alunos a iniciarem precocemente suas publicações, sem ao menos passarem por um processo de preparação através de cursos que os ajudem a desenvolver suas teses.
Outra questão abordada pela autora é o projeto de ampliação da UNIVESP (Universidade Virtual do Estado de São Paulo). Em relação a educação a distância a filosofa afirma que esta não responde à democratização da universidade, mas à sua massificação e também está envolta na linhagem de proletarização do saber. Saber este que é técnico e que é transmitido sem experiência, cujo sentido intelectual e histórico lhe escapam.
Ao finalizar o texto, Olgária conclui que a Universidade do conhecimento transgride a pesquisa em função da produção quantitativa e a proposta de democratização do ensino, por isso, a educação a distância não é significativa já que, o que se sobressai dessa proposta é o fim de toda uma civilização baseada nos valores da convivência, da sociabilidade, e da felicidade do conhecimento.