A Revolta de Jesus Cristo
Assisti o filme de Martin Scorsese, A Ultima Tentação de Cristo. Um filme ousado e altamente reflexivo para quem se permite ler a trajetória de Jesus sem aquela fantasia exacerbada pregada pela religião. É possível notar dentro das curvas dramáticas um homem que é aquela imagem e semelhança do que as vezes se escuta das palavras, um ser que sente a dor pela falta e resiste por um objetivo que é humanamente aceitável. Um filme que deveria mudar a concepção de pensamento dos homens em relação ao chicote religioso que recebe nas costas e diz apenas amém. Mas, meu intuito com esta abertura critica de cinéfilo, não é dissertar sob meu ponto de vista nem do filme nem do mestre Nova Yorquino. Quero apenas reproduzir um caso curioso que meu amigo Sarney Jomesolly, um dos grandes atores de Teatro da nossa região contou-me. Foi nas imediações de Taiobeiras e era sexta-feira Santa. Uma grande quantidade de pessoas em forma de procissão andava com suas vestes escuras e suas velas nas mãos, a ave Maria era o som que guiava os passos. Isto em um canto da cidade por que na Praça principal uma multidão fervorosa acompanhava a encenação da via-crúcis, soldados romanos com suas vestes exóticas e um Cristo magricela de peruca rastafari, Maria a esposa de José que ainda sofre com as insinuações Sheakespereanas de “ser corno ou não ser”, andava de cabeça baixa encenando seu papel com devoção. Um céu cinzento que segundo aqueles que guardam a emoção do dia está chorando pela dor de Jesus. Voltando ao plano terreno e a Teatralidade em conto, um dos soldados de nome Zé Catuaba trazia uma rixa de aproximadamente seis meses com o Cristo interpretado pelo Tião Carapuça. Do Pretório de Pilatos até a chegada no Calvário muita coisa estava para acontecer, observou um a um aqueles que seriam seus algozes e sentiu o peito palpitar ao enxergar Zé Catuaba a poucos metros com um chicote que parecia de couro de Bode secado ao sol de trinta dias. Pediu a Deus para lhe dar proteção e passou um rabo de olho para o soldado malquerente que alisou o chicote... Não era bom sinal. Iniciando as Estações Jesus é condenado a morte, antes de ser lida a sentença completa, uma chicotada lhe estala no lombo, doeu, mas o representante do filho do Criador não se deixou cair em tentação. Na segunda Estação recebeu uma cruz pesadíssima contrario daquelas anteriores que eram de pinho, esta parecia aroeira. Pediu proteção aos Céus e andou forçando as hemorróidas com o peso. Na terceira Estação literalmente não agüenta a cruz e cai, encontrou a mãe na quarta Estação e antes que Cirineu lhe levante na Quinta, o soldado lhe deu uma chilapada que o instrumento enrolou nas orelhas e zumbiu nos ouvidos de Jesus, que ao invés de pedir ao Pai que o afaste daquele cálice maldito, soltou a Cruz e deu um soco no soldado Catuaba que o capacete de penacho caiu longe, sem entender nada, a multidão gritou aleluia por Jesus ter se rebelado, mas os dois se atracaram e logo a peruca de Jesus estava em pedaços assim como a fralda de perkleen que usava. A policia bem que tentou intervir mas os devotos excitados feito Judeus aguardando o Messias Herói, não deixaram que fossem separados, aliás, no momento em que o soldado recuperou o chicote e deu com o cabo na cabeça de Cristo resolveram intervir e levá-lo imediatamente ao calvário nos braços para ser crucificado ainda desmaiado.