Retrospectiva: Programa Tribunal na TV
Um background sonoro com cenografia imponente enriqueceu-se com a narrativa suspense que deu início à panorâmica do Programa Tribunal na TV, exibido pela Band (Maio/201 até Fev/2011).
O projeto foi desenvolvido num conjunto de ações dramatizadas, cuidadosamente produzidas com suporte em depoimentos verídicos, inclusos em processos criminais que transportaram o telespectador, a uma finalização compreendida por júri efetivo, que somatizou-se ao discurso esmiuçado do apresentador e jornalista polêmico, investigativo, incisivo e irônico de perfil inconfundível, MARCELO REZENDE, no comando das edições!
Estratégias de defesa e de promotoria foram enfatizadas nas simulações dos julgamentos que exibiram o contexto passo a passo da trama real, gerada por ambições, passionalidades, insanidades, vinganças, emboscadas, traições, perversões, vícios e prostituições que se consumaram em tragédias, muitas vezes, anunciadas.
Declarações paralelas de profissionais convidados expuseram conclusões científicas, responsáveis pelas formalizações em processos.
Alguns depoimentos de familiares, pessoas próximas das vítimas e até mesmo, relatos de anônimos, foram ilustrados alternadamente nas edições, para elucidarem o telespectador no entendimento das ações, reações e consequências que se efetivaram nas tragédias, mais uma forma de sustento às provas colhidas ou em protesto aos resultados dos julgamentos.
Significativas participações do narrador nas composições dos cenários externos foram o ponto chave das exibições, pois engrandeceram o ápice do suspense no desenrolar das tramas, anunciaram os passos funestos que efetivaram os crimes e ressaltaram os preliminares dos desfechos trágicos que saíram do contextual doméstico, ganharam as páginas policiais e o clamor público.
Expressões metaforicamente empregadas durante as narrativas enriqueceram ainda mais, o contexto de todas as edições do programa que destacou ainda, falhas investigativas e periciais, que se finalizaram com protestos velados de indignação e de ironia, onde brechas da Lei e manipulações jurídicas tiveram o seu peso considerável nas determinações das sentenças.
Em sua larga experiência como repórter investigativo, MARCELO REZENDE vivenciou extraordinários momentos que lhe respaldam na percepção das premissas inerentes aos casos polêmicos, embasando o seu testemunho ímpar que se revelou discursivamente no momento solene de cada edição do programa que surpreendeu nos resultados, conduzindo a um desfecho reflexivo, subentendendo-se como o clamor social de todos aqueles que se envolveram direta ou indiretamente com a tragédia na época ocorrida ou através das versões dramatizadas.
O programa Tribunal na TV foi um reality show com proposta avançada que superou a idealização de um simples entretenimento. Não premiou heróis sobreviventes em confortáveis cárceres coletivos, onde o convívio sob pressão é psicologicamente testado e motivado pelas ambições monetárias que se sobrepõem aos valores éticos e morais.
Mostrou-se verdadeiramente um canal social, intelectual e popular que abraçou todas as correntes cívicas, exercendo sua cidadania na mídia sem sensacionalismo, prestando esclarecimentos, levando ao conhecimento de muitos, os mecanismos que se desenvolveram no decurso dos processos criminais, nas estratégias multilaterais, na inversão de valores morais, nos preceitos jurídicos, nas emboscadas interpessoais, sociais e na auto sabotagem.
Desde o mais simples e curioso telespectador, chegando ao mais intelectual e graduado target, todos se envolveram com o programa que reportou boa parte das emoções vivenciadas nos tribunais, e ressaltou as justificativas que conduziram às sentenças proferidas.