Resenha crítica: livro PSICOLOGIA UMA(NOVA)INTRODUÇÃO INTITULADO


Referências:
FIGUEIREDO, Luís Claudio. Livro Psicologia uma (Nova) introdução- Precondições socioculturais para o aparecimento da psicologia como ciência no século XIX.


RESENHA CRÍTICA DO CAPITULO DO LIVRO PSICOLOGIA UMA(NOVA)INTRODUÇÃO INTITULADO “PRECONDIÇÕES SOCIOCULTURAIS PARA O APARECIMENTO DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA NO SÉCULO XIX. A EXPERIÊNCIA DA SUBJETIVIDADE PRIVATIZADA”.



RESENHA DA OBRA


       O livro Psicologia uma (nova) introdução, de autoria de Luíz Claudio M. Figueiredo e Pedro Luiz Ribeiro de Santi, apresenta resumidamente uma visão panorâmica e crítica da psicologia contemporânea. Um histórico referencial da psicologia como ciência independente, abrange a suspeita de que a liberdade e a singularidade dos indivíduos são ilusórias, que emerge com o declínio das crenças liberais românticas, abre espaço para os projetos de previsão e controle científicos do comportamento individual.

     Para os autores para que haja um interesse em conhecer cientificamente o “psicológico” são necessárias duas condições fundamentais: Uma experiência muito clara da subjetividade privatizada; e a experiência da crise dessa subjetividade. Chamaram de experiência da subjetividade privatizada: a percepção de que somos livres, diferentes, capazes de experimentar sentimentos, terem desejos e pensar independentemente dos demais membros, da sociedade. Associada a esta percepção aparece à sensação de que não somos tão livres e diferentes quanto pensávamos tudo não passa de uma ilusão.

     Para entender tais objetivos os autores, trazem a luz da reflexão, que essa experiência de sermos sujeitos capazes de decisões, sentimentos e emoções privados, só ocorre em situações de crise social. Quando algo, como uma tradição, crença e costumes são contestados, se percebe novas formas de vida. No entanto, o homem se vê responsável por suas escolhas e decisões, nas quais não consegue apoio da sociedade, transformando-se mais solitários, rodeados por suas ideias, por que suas opiniões, anseios e sentimentos não condizem com a maioria, coisificação em massa. Sua concepção de certo e errado, numa sociedade em crise, nem sempre é compatível.

     As perdas de referencias coletivas obrigam o homem a construir referências internas. Surgindo assim um espaço para a subjetividade privatizada, os questionamentos se formam ao derredor, quem sou eu, como me sinto, em relação ao que se experencia, qual é o desejo, o que têm relevância, o que é certo ou errado. Ao tomar suas próprias decisões é confrontado e arca com a responsabilidade por elas. Constrói gradualmente sua identidade e individualidade, muitas vezes oposto do que a sociedade espera. Nesses momentos de crise de desagregação sociocultural surgiram novos sistemas religiosos, enfatizando a responsabilidade individual, atribuindo a consciência e ás intenções mais valor que os próprios atos e obras.

     Outro ponto convém assinalar a existência de um sistema social econômico, os produtos produzidos inicialmente eram para trocas em comunidade, no entanto, o mercado cria inevitavelmente a idéia de que o lucro de um pode ser o prejuízo do outro e cada um quer defender seus próprios interesses. Em conseqüência, o trabalhador livre perde o apoio social, da comunidade. O fato da liberdade individual implicou em uma carga de responsabilidades e inconvenientes, e para tal foi necessário, a elaboração e técnica de controle social, chamado de Regime disciplinar, para formatar o indivíduo para uma ordem social. De certa forma a ordem se maximiza, e se minimiza a experiência da subjetividade do indivíduo.


Análise critica



O livro A psicologia uma(nova)introdução, permite-nos refletir que desde os primórdios o homem busca seu espaço, o ser livre, democrático, responsável por seus atos. No entanto, essa visão de liberdade é completamente ilusória, somos de alguma forma alienados pelo sistema vigente, ou seja, regras e disciplinas nos governam, estamos constantemente em crise em um “Construir” constante, um indivíduo social inquietante. Abrindo espaço para a psicologia cientifica atuar.

Águida Hettwer