Etica na Administração e Responsabilidade Social do Administrador. - Peter Nadas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

Turma de Administração – 1° Período

Professora: Ana Maria Aguillar

Aluno: Francisco Chagas da Silva

Análise e interpretação de Texto:

NADAS, Peter

Ética na Administração e Responsabilidade Social do Administrador.

Análise Textual

Ética e Responsabilidade Social nas Empresas é um tema muito comum na vida de Peter Nadas. Hoje, já com vários trabalhos nessa área, é membro permanente da FIDES – Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social. Eis que é notória a competência para assinar o texto que ora analisamos.

A paradoxal leveza e profundidade como abordou o tema tornou-o agradável e de fácil compreensão ainda que a idéia central seja, pelo menos para os calouros da vida acadêmica, complexa e pendente de muita reflexão. Leveza no que tange o emprego das palavras simples e construções de estrutura singulares; profundidade pela maneira responsável de desentranhar as idéias tornando-as adequadas tanto ao leigo quanto ao especialista. Num primeiro instante nos teoriza a ética cruamente, como se nos trouxesse um embasamento necessário para a compreensão do assunto central. Em seguida pondera a Ética nos negócios, em relação a Lei e na empresa finalizando com a responsabilidade social. Pronunciando-se no imperativo, conclui com varias sugestões declaradamente pessoais.

O Autor Enriquece o texto citando Thomas Hobbes , Miton Friedman, Peter Ducker, Alvin Toffler, João Paulo II, prof. Erensto Lima Gonçalves, profª. Laura Nash e Alfred Sloane, através de suas obras ou opiniões sobre o tema. Exemplifica através de situações ou atitudes em empresas como a Boeing, Johnson & Johnson, J. C. Penney e Vale do Rio Doce.

Podemos considerar o texto organizado pelo seguinte esquema:

Introdução: Muito rapidamente o autor diz a que veio;

1. Moral e Ética: Uma base filosófica tentando distinguir e esclarecer os dois termos.

2. Ética nas Relações Humanas e nos negócios: Aborda o relacionamento entre pessoas e entre pessoas e empresas sob o ponto de vista ético

3. Ética, Moral e Lei:estabelece um ponto balanceado entre o ideal de vida e o real vivido.

4. O Papel da empresa: Empresa e administrador são responsabilizados pelos atos do segundo, cujas conseqüências, favoráveis ou contra, refletem não apenas em ambos, mas em toda a sociedade que lhes circunda.

5. Ética e Responsabilidade Social: As quotas de responsabilidade social assumidas pelas empresas são tão expressivas quanto não interfiram na aferição de lucros.

6. Conclusões: Síntese orientativa do autor.

Analise Temática

O Assunto é polêmico e comporta visões e concepções caleidoscópicas. A moral é conjunto de idéias que norteiam o pensamento de um povo, sem o qual não haveria razão para manter os membros dessa sociedade unidos, pelo contrário, sua ausência determinaria impossibilidade de aproximação desses indivíduos. A ética por sua vez é o exercício dessas funções demandadas da moral, situa-se entre a realidade e a idealização.

A ética ganha percepção apurada nas relações entre as pessoas, quer seja entre indivíduos ou em formação tipo sociedade, família, empresa, etc. É aqui também que norteia dois direcionamentos: o do interesse próprio que visa a sobrevivência, ou seja, eminentemente econômica; e do interesse da coletividade, concebendo-se a felicidade do todo com primordial. A sociedade dita os preceitos em torno dos valores morais cultivados.

Cabe a empresa nortear-se por valores que mantenham um equilíbrio entre produção de bem estar à comunidade e a sua própria sobrevivência, não se deixando aproximar dos extremos dessa gama. A empresa é, nesse aspecto, aquilo que são seus dirigentes. Portando cabe aos indivíduos a racionalização da empresa.

A responsabilidade social nas empresas é influenciada por inúmeros fatores negativos de ordem pessoal que visam a vantagem sem importar-se se é desleal ou não. Entretanto, na globalização atual, determina a sobrevivência da própria empresa uma vez que a aceitação de seus produtos ou serviços está diretamente proporcional vinculada a adoção de medias socialmente éticas. A mobilização das empresas é cada vez maior nessa direção apesar das barreiras pessoais representadas pelos interesses particulares de seus dirigentes.

A polêmica central é, então definir-se os caminhos e seguí-los com vistas a atingir um ambiente de harmonia onde impere a ética e responsabilidade social. O ator sugere uma melhor percepção desses valores mediante a valorização do indivíduo, de suas idéias, das pequenas empresas, dos nossos próprios esforços das instituições, da necessidade de nossa perpetuação como espécie, em fim o respeito a tudo e a todos.

Análise interpretativa

O autor nos traz a tona um problema que escapa ao olhar menos atento até mesmo de pessoas a quem caberia “fiscalizar” a tal problemática. O estágio atual de relacionamento entre as pessoas exige essas tomadas de decisão para não se estagnar sua capacidade de sobrevivência. É, pois, responsabilidade das pessoas, a tomada de decisão, quer em atos administrativos quer na revisão de seus valores pessoais. Essa preocupação é presente em todo o texto apresentado e nos força a uma profunda reflexão. Apesar de algumas idéias não nos parecerem fortemente coesas, no geral não houve dispersão do tema, isto é o foco esteve sempre objetivamente presente em todo o seu desenvolvimento.

Problematização

O texto nos alerta que estamos no meio do desfecho da problemática do mundo moderno, globalizado. É necessário que tomemos atitudes, que acionemos nos esforços em qualquer nível em que estivermos visando o bem estar da coletividade pois só assim ela sobreviverá e, dessa forma, acolherá a nós individualmente. Os valores morais devem ser praticados. Os benefícios exclusivamente individuais são fictícios e, ainda que pareçam benéficos ao indivíduo, são breves e fugidios.

Síntese Pessoal

A ética e a responsabilidade social são chamadas a se fazerem presentes com urgência. O momento é agora. Não podemos postergar sob pena de ficarmos de fora. É como o último ônibus na parada: ou o tomamos ou ficamos à pé. Além disso, carece-nos também fomentar, posto que em algum nível somos formadores de opinião. A própria verbalização de nossas idéias agrega valores ao entendimento geral tornando mais fértil e universal. Cabe a nós escolhermos entre sermos éticos e socialmente responsáveis assegurando um futuro melhor para nós e nossos descendentes ou simplesmente não dar a menor importância e compartilhar a insegurança de se ter uma oportunidade de sobrevivência.

Porto Velho, julho de 2006

O Texo original, objeto dessa resenha, foi publicado no site Responsabilidadesocial.com, em 23 de julho de 2003 e pode ser acessado pelo link:

http://www.responsabilidadesocial.com/article/article_view.php?id=284