A mudança de um discurso por conveniência.

Nas relações sociais, o que mais me fascina é a possibilidade de analisar as atitudes e comportamentos das pessoas por uma óptica "contínua". Ou seja,poder perceber,continuamente, como as pessoas agem, levando ou não ,em consideração seus interesses, gostos, objetivos e chateações. Por conta disso, uma das atitudes que mais impressionam ultimamente, com certeza, é a mudança de discurso das pessoas em prol de conveniência própria.

Com tal prática, percebe-se, para logo, uma falha geral dos preconceitos de moral e ética. Se for bom para mim, os outros que se danem, mas se não for, é uma injustiça!

O pior de tudo é que a prática descrita já começa a estar incutida na formação dos indivíuos sociais. A consciência de todo só se é assimilada se, de alguam maneira, atende a um interesse individual. Atribuo concedido sem querer (!) pela sociedade consumista, ser conveniente não chega mais a ser uma falha moral, e sim defesa e busca pelos direitos. No ano passado,uma situação me deixou alarmado quando troquei idéias com um amigo professor. Na sua prova houve um erro de digitação que propocionou que, ao invés de uma, duas alternativas fossem denominadas verdadeiras. Com o problema insaturado, resolveu, então, decidir com os alunos o que seria melhor fazer: "Voltemos:quem acha que os pontos devam ser redistribuídos, manifestem-se. Quem acha que devem receber os pontos apenas quem marcou uma das cuas certas,opine". O susto não está ai, e sim na atitude de uma aluna que levantou e disse: "Professor, não posso votar porque estou sem a prova. Preciso saber o que marquei para poder me previlegiar".

Em outra situação, inclusive a que me levou a escrever este texto, um amigo, que trabalha durante o dia inteiro e faz faculdade à noite, teve um problema com o horário. Por questões relacionadas à necessidade de se formar, resolveu, então, assistir a duas disciplinas pela manhã.

Uma das aulas da semana, a de Quarta-feira, em uma disciplina em específico, ele chegaria sempre atrasado, pelo deslocamento do trabalho e por ter de almoçar. A professora, ao ouvir o pedido do aluno que queria ver esta mesma aula na turma da noite para evitar transornos, foi catégorica: "Não posso fazer isso. É errado.Preciso fazer chamada e esta situação deliberaria vontade de demais alunos. Como não posso favorecer os outros, a você também não posso". O que fez o amigo? Entendeu a tão nobre "mestra" e fez o sacrifício: assistiu às aulas, não almoçava, e nunca faltou. Mas ele percebeu um contasenso, já que a "chamada", que seria feita, garantida pela tão nobre docente, não estava ocorrendo. Ao ser indagada pela "falta" da lista de presença, ela disse: "Meu filho, resolvi dar uma colher de chá à vocês" (!). Não estou fazendo chamadas". Tempos depois, este meu amigo descobre que a tão fabulosa professora não fazia o já tão abusado chamamento em virtude de dois queridos filhos de amigos que não podiam frequentar suas magistrais aulas. E o sacrificío, a falta de almoço às Quartas-feiras e correrias no trânsito? Como ficam? Não ficam.Quem tem o poder,usa-o da forma que bem entende,e pior: risca-se, sem maiores pudores ,o que foi dito antes.

Este mal da sociedade moderna acaba por negligenciar e complicar o sentido de " certo" e " errado". Pra mim,que estou na sala de aula no trabalho mexendo sempre com valores, não sei mais o que é ética. Muito menos juízo de valor. O importante é saber o que é melhor satisfaz a cada interesse. Os pobres que morrem em tiroteios nos bares de suas favelas, mas cobraremos solução dos governantes se assaltarem nossos condomínios de luxo. Este pensamento não é nem o pior. O pior é arrotar valores e cuspir mentiras. O pior é se fazer de vítima. Já repararam como todo mundo diz que faz as coisas pelos? Discurso:" Eu fiz tudo isso por você..." É fácil dizer que fez alguma coisa por "alguém" quer; o que realmente vai ser proveitoso por outro.

Mas aí é díficil. Chama-se subserviência, é ser capacho e outas coisas mais. É muito conveniente ser bom quando o "bom" também atinge a sim mesmo.

Viver em sociedade é muito mais dificíl, assim como também viver a dois. Onde houver ser humano, sobretudo com estes novos valores (?) que são praticados por ai, será muito desgastante a convivência. Os pais não transmitem mais valores aos filhos porque eles não sabem mais o que é isso. Quando a criança que ir ao parque, mas os pais não querem ir, é proibido. Mas quando se pode burlar a catraca, mentindo a idade do pequeno crédulo, ai papai e mamãe são legais e vão. Todas as estas observações são acompanhados dos velhos recalques, de não se poder mais achar bom o que é do outro, de não poder entender o que o outro quer fazer. Enfim, respeito pra mim, é claro.Pro outro, depende do ponto de vista . Aliás, respeito, hoje, é uma questão de " bom" senso.

Jéssica Rosa Rodrigues
Enviado por Jéssica Rosa Rodrigues em 03/06/2011
Código do texto: T3011726