paper PRECONCEITO lINGUISTICO

08/11/2010

PRECONCEITO LINGUÍSTICO

INTRODUÇÃO

Várias discussões foram geradas em torno do tema preconceito lingüístico, em virtude da variação lingüística dos falantes de cada língua. O preconceito lingüístico é a intolerância quanto ao modo de falar das pessoas.

No Brasil falamos português, mas por algum motivo, convencionou-se que o português falado deve ser o mesmo que o português escrito, e isso não acontece devido a mistura de povos que houve neste país, estes incluíram no vocabulário brasileiro palavras de suas origens, o que deixou a língua mestiça como os habitantes. Porém, durante muitos anos, a gramática normativa e a língua foram tratadas como uma coisa só.

O português aprendido na escola é chamado português padrão, cujas regras de composição são definidas pela gramática. Pois bem, o fato é que a língua falada é muito mais viva e flexível do que as regras escritas na gramática. Portanto, língua falada e língua escrita são coisas totalmente diferentes. E é necessário que isso seja compreendido.

DESENVOLVIMENTO

No Brasil o público alvo do preconceito lingüístico são os nordestinos, por terem um vocabulário um pouco diferente que as demais regiões, porém a questão do preconceito lingüístico é também social. Beatriz Soares, aluna do curso de letras da Universidade Vale do Acaraú, trás a discussão que o preconceito lingüístico não existe, o que existe de fato é um preconceito social. Esse preconceito é alimentado diariamente em programas de televisão, de rádio, em colunas de jornais e revistas e em livros também; sem falar é claro, nos instrumentos tradicionais de ensino da língua: as gramáticas normativas e na boa parte dos livros didáticos disponíveis no mercado. Como por exemplo, quando o livro didático trás tirinhas com a fala de Chico Bento, pedindo que os alunos encontrem os erros. O professor deve está atento para esses exercícios, pois os alunos devem saber que a fala de Chico Bento não esta errada, apenas é uma forma diferente de falar.

É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala nordestina é retratada nas novelas de televisão, principalmente da Rede Globo. Todo personagem de origem nordestina é, sem exceção, um tipo grotesco, rústico, atrasado, criado para provocar o riso, o escárnio e o deboche dos demais personagens e do espectador. No plano lingüístico, atores não-nordestinos expressam-se num arremedo de língua que não é falada em lugar nenhum no Brasil, muito menos no Nordeste. Costumo dizer que aquela deve ser a língua do Nordeste de Marte! Mas, nós sabemos muito bem que essa atitude representa uma forma de marginalização e exclusão." (BAGNO, p. 44)

A variação lingüística deve ser trabalhada na escola de forma que os alunos possam aprender a lidar com a variação lingüística de algumas pessoas e se tornem cidadãos que aceitem as diferenças dos outros.

No mundo há muito preconceito: racial, econômico, social dentre outros está o também o lingüístico.

A forma correta de se falar constituída pela norma culta tudo o que ultrapasse essas regras é considerada como um erro. É importante darmos ênfase que é necessário compreender que não existe o português certo e errado, mas sim o adequado e não adequado de acordo com aquela realidade vivida pelos falantes avaliados, a questão da variação, pela mistura de cultura e outros fatores. Bechara menciona ainda que no Brasil as variedades diatópicas (regionais) não exercem tanta influência quanto em outras nações, porém, ao se deparar com um ambiente escolar, o professor não lida apenas com essas variedades, mas também com as diastráticas

Enquanto a língua de casa traduz cabalmente as de um mundo e de uma vivência reduzida, a língua da

escola irá prepará-los acompanhando o seu desenvolve

psicológico e cultural, para descobrir no pensamento

discursivo, as formas que foram elevadas a uma função

cognoscitiva no pensamento

racional (BECHARA, 2002 p.40).

Se a escola deve levar o aluno a desenvolver a língua, fazendo o aluno a descobrir o pensamento discursivo, é preciso que o professor ensine ao aluno não apenas a forma padrão, mas tantas outras existentes para que o aluno possa adequar o uso da língua a uma cada situação vivenciada pelo mesmo, porque muitos valorizam a forma padrão e criticando a variação do falante e então é a partir daí q gera o preconceito lingüístico.

CONCLUSÃO

Percebemos que a questão do preconceito lingüístico, não é apenas o deboche quanto ao modo de falar das pessoas, é um tema amplo, que envolve fatores históricos, sociais e até mesmo a mídia, que traz uma imagem estereotipada de um determinado grupo ou comunidade.

Ao discutir o tema ficou claro que o preconceito lingüístico ainda está muito infiltrado na história da sociedade atual. Temos de criar e renovar parâmetros para que as escolas trabalhem em prol de uma boa educação, pra que essa questão possa ser mais discutida e compreendida, e assim caminhando aos poucos conseguiremos fazer mudanças que possam criar possibilidades de extinguir o preconceito lingüístico.

Podemos concluir que a variação lingüística de pessoas de um determinado grupo, deve ser aceita de uma forma natural, levando em consideração a localidade e o ambiente em que a pessoa vive.

REFERÊNCIAS

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/48610/1/PRECONCEITO-LINGUISTICO-UM-ASSUNTO-A-SER-DISCUTIDO/pagina1.html#ixzz14jBfL4rX

BAGNO, Marcos. O Preconceito Lingüístico.

Kendra Capuccinno
Enviado por Kendra Capuccinno em 22/04/2011
Código do texto: T2924157
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