Lixo Virtual

Diariamente recebemos informações de praticamente todos meios de comunicações existentes, e achar que tudo que lemos ou ouvimos é verdade, seria encarar de forma inocente a realidade que a cercam.

Há quem diga que estamos na “Era da informação”, duvidar de tal afirmação seria inviável, mas vale ressaltar o que disse Stephen Kanitz: é preciso colocar em prática a "vigilância epistêmica", ou seja, não podemos acreditar em tudo que lemos, ouvimos ou mesmo aquilo que nos é dito.

Hoje em dia é muito fácil achar algo que falte conteúdo, ou algo que não contenha relevância, pois vivemos na “Era da informação”, e a liberdade de expressão nos garante falar qualquer coisa, até algo que não tenha fundamento.

A globalização no que concerne a internet, ou outros meios de comunicação, praticamente “diminuiu o mundo”, tornou tudo acessível, até mesmo à postagem de um texto fulo na internet, e vale acrescentar de forma até perigosa, que na globalização o sinônimo de “Era da Informação” seria a “Era da Incerteza”.

É fácil depararmos com textos de todas as formas na internet e podemos verificar que muitos textos não acrescentam nada a nossa cultura, muito pelo contrário, se torna desprezível ao vermos que não tem coerência alguma.

Kanitz expõe que devemos separar o joio do trigo, e para tal devemos ter o mínimo de discernimento, analisar de forma lógica e racional, usar nosso critério critico.

"Estudos comprovam que crianças de até três são ingênuas, acreditam em tudo que veem, por isso adoram mágicas, e que a partir dessa idade adquirem uma maior desconfiança, mas esquecem e voltam a ser como antes, não distinguindo a verdade da mentira."

Devemos sempre estar à procura de novos conhecimentos para que não soframos com esse "Tsunami" de informações que sempre nos atingem, e o único modo de salvação seria promover a vigilância epistêmica em nos próprios. Só não podemos nos esquecer de salvar os outros, por isso a vigilância epistêmica tem que ser propagada a todos.

Liberdades de expressão, sim, só não podem confundir tal palavra com exposição de palavras fulas ou pensamentos inexatos, devemos sempre agir conforme o bom-senso, apenas a verdade.

Inspirado no texto "Cuidado com que Ouvem" de Stephen Kanitz.

Revista Veja, Editora Abril, edição 2028, ano 40, nº 39, 3 de outubro de 2007, página 20