O certo e o errado na fala de Lula
VALÉRIO, Kátia Modesto. O certo e o errado na fala de Lula. 2006.
Kátia Modesto Valério é doutora em linguística pela UFMG.
O texto, nos mostra, a língua diferente que o presidente Lula fala. Diferente por que está fora dos padrões da gramática normativa. E relata o preconceito linguístico que impera dentro da nossa sociedade.
A autora defende que, na língua não existe “erro”, e sim variedades linguísticas. Fala ainda que esse preconceito é um instrumento de exclusão social, onde a classe mais alta é sempre privilegiada. E que a fala do presidente, representa a linguagem dos excluídos.
Defende que, por mais que se estude uma língua, quase sempre, em uma conversa informal a língua materna vai prevalecer, como acontece com o presidente Lula e comprova esse fato com a ciência.
Diz ainda, que para mudar o nosso modo de falar, teríamos que mudar os nossos laços sociais. E que o nosso presidente não mudou a sua forma de falar por que mantém os vínculos de lealdade com o povo.
O preconceito linguistico é uma realidade da nossa sociedade. Os gramáticos insistem em dizer que a gramática normativa é a única regra correta e que a língua é universal. Mas esquecem de citar, que a maioria das pessoas que tem acesso a língua padrão são de classes privilegiadas.
Segundo eles, tudo que está fora da língua padrão, é errado. Porém a língua que eles pregam é morta. Os linguistas defendem que, não existem erros dentro da língua, e sim variedades. Sabemos que a nossa língua é viva e varia a cada dia. Varia de acordo com a sociedade em que vivemos, da classe social, do nível de linguagem entre outros.
Percebemos com esse exemplo, que existe um preconceito linguístico que impera na sociedade e isso tem gerando uma exclusão social. Como pode um pessoa iletrada chegar ao poder? Se esses cargos foram criados para pessoas da elite. Esse é o grande questionamento apresentado pela autora.
O interessante deste texto é, por mais que, os gramáticos imponham a gramática normativa como à única regra correta e defendem que cargos como o da presidência da república são para pessoas letradas. Com a vitória do nosso presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, essa regra foi confrontada e quebrou esse tabu existente dentro da nossa sociedade. E apesar de Lula está no poder, ele continua falando a sua língua materna, aquela que aprendeu na infância.
Nós acharmos que é preciso acabar com esse preconceito linguístico, autores renomados como Marcos Bagno defende que precisamos sim da gramática normativa para ter uma base. Mas não para impor-la como a única regra que está correta.
Na nossa língua não existe erro e sim variações. Pessoas que não são letradas, mas que aprenderam a língua da maneira que é usada todos os dias no seu meio. Acabando com o preconceito linguístico também iremos diminuir esta exclusão social existente dentro da sociedade, que exclui os mais pobres e aumenta cada vez mais a desigualdade social do nosso país.
O texto pode ser usado por professores em geral e como fonte de pesquisa para várias disciplinas.