Identidade do trabalhador brasileiro
SARGENTINI, Vanice Maria Oliveira. Discurso e história: a construção de identidade do trabalhador brasileiro.
O texto de Sargentini irá caracterizar a identidade do trabalhador brasileiro a partir de dados históricos, fazendo a análise do discurso dos mesmos, seu caráter semântico e suas variações de acordo com o desenvolvimento da economia, pois parti da premissa de que o discurso é “materialização do processo enunciativo e de articulação da língua com a história”. A memória coletiva e aquela que todos têm de um fato histórico, no entanto após ser averiguada pela ciência histórica passa a ser memória social. È por essa razão que as variações de discurso estão diretamente relacionadas com as variações históricas de seu contexto.
Par sustentar sua tese, a autora trabalhará três imagens contendo signos verbais e não-verbais, de três contextos diferentes, a primeira uma obra de Tarsila do Amaral Operários da década de 30, a segunda uma foto de Jornal com um movimento trabalhista dos anos 90, e o terceiro uma reportagem da Veja do no de 2001. A primeira imagem faz parte de um movimento cultura que protestava contra a desvalorização do trabalhador, fazendo alusão aos imigrantes e a importância da homogeneidade entre os proletariados, prova disso é a falta de expressão individualizada no quadro, e denotam as coerções que estavam submetidos os trabalhadores, há uma homogeneidade de sentimentos. È justamente nesse ponto que se tem a igualdade com a imagem dois, pois esta denota o protesto de trabalhadores demitidos da Ford, imaginário coletivo em detrimento da individualidade. O ponto divergente entre os dois está no fato de que enquanto o quadro faz alusão à relevância, de denuncia do quadro social ao trabalhador; a foto denota o discurso de resistência dos trabalhadores contra as decisões da classe dominante, as mãos levantadas caracterizam essa expressão de desejos, de interferência nos fatos. A imagem três contrapõe todos os ideais até agora discutidos, este irá ressaltar o imaginário que hoje se difundi aos trabalhadores brasileiros, o da individualização. Com um discurso verbal e não verbal, o texto “10 Mandamentos para a carreira desde seu titulo já denota uma posição positivista ao trabalhador. O texto visual tenta repassar justamente a idéia de individualização onde este é o centro, e sua ascensão dependem unicamente dele, ao seguir o que diz o texto literal. Em suma, o terceiro texto analisado, nada mais é do que uma maneira encontrada pelas classes dominantes nos trabalhadores e aniquilar com o ideário de coletividade, incentivando a individualização, a política de “cada um por si”, mecanismo do capitalismo, “discurso de adesão ao sistema dominante”. Atribuindo um caráter pejorativo as demais ideologias que denotam posição contraria a essa.
Temos assim três identidades bem distintas depois da analise dos textos, o primeiro, início do século XX traz consigo a importância da valorização do trabalhador, o segundo, final do mesmo século, já tendo o trabalhador essa consciência tem-se uma característica de resistência ao sistema. E o terceiro do século XXI tem-se a contrapartida das classes dominantes em tentar incutir a valorização da individualização do trabalhador, e hoje. As lutas atualmente dos trabalhadores são contra a submissão da subjetividade.