THE MOODY BLUES – THE MAGNIFICENT MOODIES
A história nem sempre consagra os melhores! Na música não é diferente. Um exemplo é o primeiro álbum da banda inglesa The Moody Blues (o único da primeira formação).
Lançado em 1965, “The Magnificent Moodies” tinha tudo para ser um dos melhores discos da década. Com faixas bem temperadas de Blues, British R&B, ritmos latinos e baladas, ótima qualidade de captação do som, os melhores músicos de então e o mais dinâmico empresário: Brian Epstein (o mesmo dos Beatles). A banda era composta por Denny Laine – voz principal e guitarra, Clint Warwick – baixo (os dois deixaram a banda em 1966 e foram substituídos, à altura, por Justin Hayward e John Lodge), Mike Pinder – tecladista, um dos introdutores do Melotron no Rock, Graeme Edge – baterista e Ray Thomas – “multinstrumentalista”.
Com tantos trunfos, porque o disco não alcançou o sucesso esperado? São vários os motivos alegados, entre os quais, destacam-se o pequeno número de composições próprias e a falta de um estilo definido, o que era uma exigência da época.
Nem tudo foi fracasso, no entanto. A faixa “Go Now”, regravação de um sucesso de Bessie Banks, ficou exuberante na voz de Denny Laine e já havia sido lançada em single, pela banda, emplacando o primeiro lugar nas paradas inglesas, em 1964. Nada disso evitou o “colapso” do grupo e a sua quase dissolução. A chegada de Hayward (voz e guitarra) e Lodge (voz e baixo) deu um novo estilo à banda, que se definiu pelo Rock Progressivo, repleto de Filosofia e questões existenciais.
Em 1967, o Moody Blues lançou o álbum que é considerado um dos precursores do progressivo e, talvez, o primeiro disco realmente conceitual da história do Rock: Days of Future Passed. Apesar de ter mantido mais da metade da formação original, a mudança da banda foi radical, mas a qualidade do som se manteve. Não seria exagero dizer que o Moody Blues anterior a 1967 foi uma das melhores bandas inglesas de Rhythm and Blues (R&B) e o MB posterior a ‘67 é uma das melhores bandas de Art Rock e Rock Progressivo.
Após a saída do Moody Blues, Denny Laine (cujo verdadeiro nome é Brian Hines) integrou outras bandas até se unir aos Wings e Paul McCartney, tendo sido o responsável por vários sucessos da banda. Laine é, com certeza, um talento pouco reconhecido. Uma voz marcante, brilhante guitarrista e competente compositor que passou a viver à sombra de Sir Paul McCartney. Clint Warwick (cujo verdadeiro nome era Albert Eccles) não teve a mesma sorte. Abandonou a música em 1966 e passou a viver modestamente. Em 2002 retomou alguns projetos musicais e em 2004 faleceu, aos 63 anos.
Depois de mais de quatro décadas, o Moody Blues continua na ativa, sobretudo devido à mudança de estilo. No entanto, é uma pena que o seu primeiro álbum não tenha recebido o reconhecimento merecido.
Destaques do álbum:
Go Now: Despertou a atenção de Brian Epstein para a banda / A voz de Denny Laine é forte e suave ao mesmo tempo.
Can’t Nobody Love You: Para muitos, a melhor! / Blues refinado e simplesmente perfeito.
I Don’t Mind: Destaque para a Guitarra e os Vocais.
Let Me Go: Observe o contraponto Vocais/Piano.
It Ain’t Necessarily So: O vocal desta faixa é de Ray Thomas.
Bye Bye Bird: Eletrizante! Deixa qualquer banda calada! Gaita, Piano, Bateria e Vocais perfeitos.
Do material lançado posteriormente:
Time Is On My Side: Bem melhor do que a versão dos Rolling Stones.
Boulevard de la Madelaine: Mistura, muito bem temperada, de Blues com ritmos latinos. / Destaque, mais uma vez, para os vocais de Denny Laine.
Links:
http://drmiccoli.tripod.com/moody_blues.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Magnificent_Moodies
www.youtube.com/watch?v=FmYo0ZRpOgo (Primeira formação / Detalhe para a presença de Epstein no Show)
http://www.youtube.com/watch?v=iNalya_4VkQ&ob=av2n (Segunda formação / 1970)
OBS. publicado em "resenhas" por se tratar da apreciação de uma obra artística.