SERÁ QUE SOMOS PESSOAS?

Que hoje e sempre se tratou a pessoa como mera coisa ou meio, já sabemos; que o respeito à dignidade da pessoa não passa de argumentos políticos(permita-me o vulgarismo da linguagem)já stamos careca de saber. Mas ansia-nos de entendimento saber como conceituar "pessoa" sem cairmos na degradação ou leis estagnadas.

Como aplicar, intelectualmente, a sujestão aristotélica acerca do conceito de pessoa, já que, segundo ele, as mulheres e os escravos seriam seres intermediários entre os homens e os animais? Isso jamais se aplicaria no intelecto, porém está impregnado no meio físico cultural. E o que é o intelécto privado de cultura?... Infelizmente, como vimos, essa sujestão de Aristóteles passou de abstrato a concreto em forma de vírus, cuja doença é de longas datas conhecida por vários nomes entre nós: preconceito, machismo, etc. Eis um conceito parcial legislado universalmente.

Etmologicamente, "pessoa" nasceu do grego 'PRÓSOPON'; por conseguinte, no latim passa a 'PERSONA' - máscara, personagem, termo literário usado no teatro. Assim posso entender que pessoa não é aquilo que somos, contudo o que representamos para um meio (platéia). Logo, se aplicarmos aos político, ou seja, o termo em sua literalidade, teremos: alguém que está representando ao povo (platéia) aquilo que de fato não seja ou se oculta ser...

Coube ao Cristianismo, a bossa nova de estabelecer que, por sermos todos os homens iguais, estes merecessem o título de pessoa. Outra vez a suma teoria privada da verdadeira prática.

Hoje a história nos deixa evidente que o próprio Cristianismo desconsiderou sua assertiva, haja vista que o vírus aristotélico fosse hereditário para a cúpula ortodoxa; porque não incluíram os negros, tampouco as mulheres naquela igualdade.

Contudo, uma palavra soou initerruptamente no coração da nossa polis: (polis não comporta povo em sua significação)IGUALDADE, do latim aequalitatas, -atis.

Depois Santo Tomás de Aquino dirá: "a pessoa é um ser singular, completo, incomunicável e distinto de qualquer outro ser". "Pessoa significa o que há de mais perfeito em todo o universo".

Max Scheler (1874-1928) elaborou a teoria, a meu ver sutilíssima, que realça o caráter dinâmico da pessoa:'a pessoa manifesta-se sobretudo nos atos superiores que pratica livremente'.

Scheler traduz perfeitamente o que precisamos sentir nos dias atuais: ser pessoa é representar em si mesmo a pesssoa do outro...

Deixo em aberto minha resenha como forma de uma iniciante reflexão como na chamada do título e procurarei instruir-me densamente afim de ter uma sólida argumentação acerca deste tão importante conceito.

lucheco
Enviado por lucheco em 17/09/2006
Reeditado em 11/06/2007
Código do texto: T242161