Explicando para Teca

Alo Teca! Saudações recantadas (e requentadas)!

Após ler o texto “Entropia”, você pergunta o que fazer para mudarmos este cenário de apodrecimento veloz de nossa qualidade de vida. Todos nós teremos centenas de respostas. Muitas serão comuns entre nós. Existirão diversas formas para executá-las. Mas esbarraremos em dezenas de dificuldades para alavancar o processo:

a) vaidade – muitos não aprovam uma idéia simplesmente porque partiu de outra pessoa; eu editei a matéria “greve branca” há dois anos e tenho esperança que um dia a idéia proposta possa ser desenvolvida por vários de nós. Aticei a turma da Rua Alzira (que reúne multidões para tomar cerveja na copa do mundo de futebol) a entrar numa cruzada para discutir nossos problemas sociais. Talvez antes da próxima copa eles se interessem pelo assunto.

b) desconfiança – se alguém se oferecer para liderar a cruzada, muitos imaginarão que o elemento está aproveitando-se de uma situação dentro do caos para se projetar;

c) recursos – mal temos caixa para sustentar nosso apertado orçamento. Imagine se houver a necessidade de se angariar fundos para custear despesas com propagandas, encontros, palestras, transporte, etc;

d) tempo – a maior parte da sociedade estruturou sua agenda de forma viciada, dando prioridade à televisão, à academia, aos churrascos semanais. Muita parte do tempo é consumida no trânsito depressivo, reduzindo o entusiasmo de pessoas a participarem até mesmo de reuniões dentro do condomínio para resolverem problemas que afetam a própria qualidade de vida. Já não se vai à igreja nem uma vez por mês;

e) precipitação – os ocidentais estão acostumados a executar tarefas complexas sem passar pelo estágio do planejamento detalhado e pelos testes de segurança e avaliação. Desejam resultados imediatos. Mas se arrebentaram com nossa terra em 500 anos, claro que não vamos consertar em 2 anos. Pelo menos devemos plantar as sementes, regar, cultivar e se tivermos sorte, nossos filhos poderão colher a 1ª. safra (mesmo com frutos pequenos e com um pouco de cica).

Deixando de lado outros fatores, nós que ainda temos um vestígio de esperança na alma, imaginamos que o processo tem de ser desencadeado dentro de cada lar por pessoas lúcidas e que possuam o desprendimento e paciência em contaminar seu parente ou vizinho mais próximo, sem desistir na primeira resistência que encontra. Resumindo (parece mas não é simples), o processo se reduz a duas atitudes básicas: mudar o comportamento (não aceitar a norma oficial sem contestar respeitosamente) e ter ânimo para persistir divulgando sua tese (aceitando ponderações sobre ângulos não observados) entre os acomodados que possuem potencial para unir forças em direção ao interesse comum de estabelecer um cenário razoável para nossa sobrevivência. Certamente não teremos facilidades para tal. Mas seremos felizes por sabermos que tentamos honestamente.

Boa sorte para você.

Nós podemos fazer a diferença na verdade do futuro.

Haroldo P. Barboza – autor do livro: Brinque e cresça feliz.

Setembro de 2006

Haroldo
Enviado por Haroldo em 03/09/2006
Código do texto: T231938