El Dorado - Single Review, Expectativas e Mais.

El Dorado, o primeiro single do mais novo álbum do Iron Maiden, entitulado The Final Frontier.

Há uns dois dias, ou algo do tipo, não me lembro muito bem, o site da banda revelou um mistério que ele mesmo havia criado. Semana passada, também sem muita certa, um cronômetro com contagem regressiva foi colocado bem na entrada do site. Pra que servia, ningém fazia ideia. Pois bem, aqui está: El Dorado, o novo single do álbum vindouro da banda. E mais, também foram exibidas a capa e tracklist do disco, a capa do single, datas dos shows da turnê que por sinal começa hoje e alguns relatos da banda.

Vamos por partes.

A capa do disco está bem estranha. Já era sabido o rosto do novo Eddie, mas apenas isso. Agora com o lançamento do geral, vê-se um contexto meio futurista, no espaço sideral, algumas caveiras dentro de roupas de astronautas, um planeta ao fundo no céu, um símbolo estranho no que parece ser um computador abandonado devido à presença de teias de aranha e... o Eddie segurando alguma coisa que não faço ideia do que seja. Independente disso, ficou estranho pelo fato do personagem ser muito grande e o item pequeno demais. Sem contar que o monstro perdeu mais uma vez um símbolo, que eram aqueles parafusos na testa, devido à lobotomia realizada no Piece of Mind. Se compararmos com as capas de discos desse Neo-Maiden (ou seja, de Brave New World pra cá), a capa do disco anterior ainda é a melhor de todas.

A tracklist. Bom, não dá pra dizer muita coisa, a não ser que será um disco longo. Se não me engano, esses 76 minutos batem qualquer outro tamanho de álbum produzido pela banda. Mesmo assim, a Donzela repete a fórmula de discos anteriores com suas músicas de sete, oito, nove e dez minutos.

1. Satellite 15....The Final Frontier 8:40

2. El Dorado 6:49

3. Mother Of Mercy 5:20

4. Coming Home 5:52

5. The Alchemist 4:29

6. Isle Of Avalon 9:06

7. Starblind 7:48

8. The Talisman 9:03

9. The Man Who Would Be King 8:28

10. When The Wild Wind Blows 10:59

Se isso é ruim? Talvez seja. Pro fã que espera encontrar hoje o Iron Maiden da década de 80, isso é péssimo. Já pros fãs que entendem que as coisas mudam e que suas bandas favoritas evoluem, isso não é problema algum. Claro que quando eu digo "bandas que evoluem" eu NÃO incluo aqui o AC/DC. Mas incluo, dentre muitas outras, o Metallica. É engraçado os fãs do Metallica falarem mal do Maiden, sendo que o Metallica está fazendo a mesma coisa que o Maiden. Logo... fãs de Metallica nem sempre têm razão. Assim como fãs de AC/DC que dizem que Maiden é tudo igual, soa muito igual. Bom, esses caras com certeza nunca ouviram nada além de The Number of the Beast e Fear of the Dark. Eu digo as músicas, não os discos homônimos.

Mas voltemos.

Turnê. Começa hoje

e vai até 21 de setembro, passando pelos EUA, Canadá e Europa. Nesses da Europa a banda tocará em alguns eventos phodásticos. Coisas que nós tupiniquins nunca vimos por aqui. Quando vimos algo mais parecido com isso foram em raros eventos, como o Rock in Rio e o Monsters of Rock. Pra quê evento de rock no Brasil sendo que quem tem dinheiro nele pensa que o mesmo já morreu? É lamentável.

O single. Que foi o motivo de eu ter sentado aqui e ter escrito isso. A capa dele lembra muito capa de Histórias em Quadrinhos americanas, tipo Marvel, DC, essas coisas. O mais legal foi o contorno que deram a ela, em formato circular, como se fosse a marca de um CD que está há muito tempo ali dentro. Repare nisso quando for no site do Maiden, fizer o cadastro por lá e baixar a música e a capa. Sim, a banda disponibilizou-a para download.

E quando você fizer o download, perceberá que a música começa muito bem. A não ser pela fritatina que ocorre até os primeiros 25 segundos e que também aoarece no final. Acho que a versão de estúdio será diferente, sem essas partes. Oras, eu acho possível, já que as versões single e de estúdio da Out of the Silent Planet tinham uma diferença considerável em sua intro. Pois bem, a música começa com os pratos do chimbau a baterem freneticamente e depois segue o baixo a galopar. Aliás, é bom ressaltar o trabalho do Seu Harris nessa faixa. Não sei se isso vai acontecer em todo o disco, mas o baixo ficou muito alto nessa faixa. Com poucas dificuldades dá pra ouvir ele em toda a música. Então o riff e a explosão da música. Bruce entra muito bem aos 1:02. Uma canção típica do Maiden, as guitarras, as baterias, nada muito diferente do que foi feito no AMOLAD (exceto pelo baixo e pelo Bruce começar cantando tranquilamente sem forçar muito a voz). 1:26, o primeiro pré-refrão. E aí eu achei esquisito. A música vira pra outra pegada, o Bruce canta diferente, as guitarras mudam, enfim. É também comum isso no Maiden, mas nesse contexto, dessa música, depois daquela introdução, eu acho que não combinou.Não que o Bruce cante ruim, apenas não combina. Voltam os ritmos da primeira estrofe e o pré-refrão outra vez. 2:53, enfim o refrão. Agora sim o Bruce mostra porque está no Maiden há tanto tempo, a bateria-de-ataque-anti-aéreo continua ótima com sua voz "operizada", se é que dá pra chamar desse jeito. Operizada no sentido de cantor de ópera, um tenor, eu acho isso demais e não se vê vocal assim em lugar nenhum. 3:17, passagem pro solo. Pros solos, três, um pra cada guitarrista, 3:41, o primeiro, 3:53 o segundo e 4:06 (até 4:18, onde a nota fica soando por um certo tempo). Os dois primeiros eu não sei ao certo de quem são (deduzo Adrian e Dave, nessa ordem), mas o último é certeza de que é o Janick. Esse último lembra muito o solo, também do Janick, da música Ghost of Navigator, do álbum Brave New World. Porra, Janick, solo repetido é mancada. E quanto aos outros dois, achei-os fraquinhos. Poderia ser melhor. O curioso é a música ter seus 6:49 de duração com solos tão pequenos. Aqui tá uma mudança com relação aos álbuns anteriores: nas músicas extensas, faziam-se solos enormes em detrimento de poucas letras. Aqui não, foram muitas letras, pra pouco solo numa música relativamente extensa. Voltam o riff, a levada da primeira estrofe, o pré-refrão e o refrão, como manda o ABC das músicas de metal.

De zero a dez? Sete. O refrão salva, assim como a capa do single (já que estamos falando dele). Mas claro, não podemos julgar um álbum de dez músicas num total de 76 minutos por UMA música de 6 minutos e pouco. O que podemos fazer é analisar o que temos até agora, no caso a El Dorado, e dizer se gostamos ou não da música. Como todo bom fã de Iron que conhece a discografia da banda, ele sabe que existem músicas boas e ruins em um mesmo disco.

Outra coisa que acho importante ressaltar é uma entrevista que o Steve Harris concedeu a uma rádio norte-americana em que, dentre muitas perguntas, a mais relevante era a que dizia se este álbum, The Final Frontier, seria o último. Como todo bom fã sabe, Mr. Harris já havia definido que a banda que ele estava começando gravaria apenas 15 álbuns de estúdio. E esse é o décimo quinto. Junta isso com o nome do mesmo e taí uma receita pra assustar qualquer fã. Mas ele disse que não, que não seria o último, que haveria um outro álbum em breve assim como outras turnês. Oras, quando o Bruce voltou em 1999, fizeram uma turnê onde tocaram apenas músicas dos quatro primeiros álbuns (se não me engano chama Gimme Ed 'till I'm dead). Agora em 2008/2009 aconteceu a segunda "parte" dessa "turnê retrô", onde tocaram até o disco 7th Son of a 7th Son. O próximo deve ir no No Prayer for the Dying até o Virtual XI e a última parte seria essa de agora, esse Neo-Maiden. Logo conclui-se que a carreira da banda pode ser dividida em quatro momentos: Ascensão, Auge, Queda e Grand-Finale. Ou Queda 2, como alguns fãs mais saudosistas se refeririam caso a nomenclatura existisse.

No fim das contas temos um disco novo, uma música nova, títulos das outras e um certo tanto de expectativa. No show de hoje a banda deve tocar mais novas canções. Segundo alguém do grupo disse, isso serve pra ver a reação dos fãs com algo totalmente novo. Bom, o que será, será.

Agora, só te resta ir no site da banda, ouvir a música nova e tirar a sua conclusão.

P.S.: Me atrevo aqui a tentar predizer o set-list dessa nova tour.

01 - Satellite 15....The Final Frontier

02 - Starblind

03 - The Man Who Would Be King

04 - Killers

05 - The Trooper

06 - The Alchemist

07 - Rainmaker

08 - El Dorado (primeiro Eddie)

09 - The Reincarnation of Benjamin Breeg

10 - When The Wild Wind Blows

11 - Fear of the Dark

12 - The Evil that Men Do

13 - The Number of the Beast

14 - Iron Maiden (segundo Eddie)

15 - Run to the Hills

16 - Hallowed be thy Name

UPDATE: Rapaz, como eu fiquei contente por ter errado o set list!

01 - Doctor Doctor (UFO Cover) + Intro (Tema de ficcção cientifica)

02 - The Wickerman

03 - Ghost Of The Navigator

04 - Brighter Than a Thousand suns

05 - El Dorado

06 - Paschendale

07- The Reincarnation of Benjamin Breeg

08 - These Colours Don't Run

09 - Blood Brothers

10 - Wildest Dreams

11 - No more lies

12 - Brave New World

13 - Fear Of The Dark

14 - Iron Maiden

15 - The Number Of The Beast

16 - Hallowed Be Thy Name

17 - Running Free

As únicas músicas "velhas" foram as do final, de resto, tudo da fase neo-Maiden. Ótima escolha.