Conhecendo Belinda Peregrín !
Acordei, eram exatamente 9:00 horas da manhã. O combinado era que saíssemos de casa mais ou menos ás 11:30 já que a loja onde haveria a seção de autógrafos teria sua abertura ao 12:00. Saímos de casa no horário esperado e tudo corria bem, até que chegando lá, avistamos uma fila imensa que continha um pouco mais de cem pessoas já esperando a abertura da loja.
Entramos na fila e em poucos minutos fizemos amizade. Após alguns desentendimentos e quatro horas e meia de espera, as senhas foram entregues. Todos presentes foram encaminhados para a Saraiva Mega Store que situava-se pouco distante da onde nos encontrávamos. Entramos e subimos ao auditório. Fomos organizados em ordem de senhas. O público estava eufórico e meu coração parecia querer sair pela boca a todo custo. Algumas recomendações nos foram passadas, até que recebemos a informação que a segurança havia ido buscá-la.
Depois de mais ou menos meia hora, avistamos pela grande janela de vidro vários seguranças. Pessoas corriam e gritavam. Belinda parou e mandou beijos para todos que estavam a sua volta. Um fã subiu a escada rolante que situava-se descendo, em modo de desespero, mas foi pego pela segurança logo que chegou ao andar de cima.
Quando pisou na escada rolante as quatrocentas pessoas começaram a gritar "Belinda, eu te amo" em alto e bom som. Ela aproximou-se e uma grande onde de emoção inundou meu coração. As lágrimas vieram sem que eu pudesse evitá-las. Ela tirou a jaqueta de couro que vestia e acenou emocionada para todos os fãs brasileiros. Pegou o microfone e agradeceu. Não satisfeitos, começamos a pedir que cantasse, ela abriu um sorriso e pronunciou exatamente as palavras:
- Vamos de "Egoísta" entón?
O público concordou aos berros. Ela começou do refrão e até fez uma imitação divertida do rapper Pitbull que a acompanha na música.
Sentou-se e começou a conversar com sua mãe, que situava-se em uma cadeira atrás dela. O organizador pegou o microfone e deixou claro que a cantora tinha horário para sair de lá e que o número de pessoas esperadas era bem menor. Para que não tivesse o risco de todos não serem atendidos, não seria permitido nem beijos, nem abraços. O público aos berros situava-se revoltado. Belinda, com toda sua doçura, mostrava estar inconformada e dizia a seu empresário:
- Pero, porque no?
Disseram a ela que não daria tempo. Ela não quis saber e disse que se sentiria mal se não fizesse isso e que realmente queria. Os organizadores não tiveram opção alguma além de fazer o que a popstar pedia.
Os primeiros fãs começavam a ser atendidos. Após a passagem de uns vinte fãs, Belinda saiu da cadeira em que estava sentada e sentou em cima da mesa, para que pudesse abraçar melhor seus fãs. Indo totalmente contra o que o segurança da própria dizia.
Depois de mais ou menos uma hora, minha vez finalmente estava próxima. Situei-me na fila. Tive a sorte de ir com apenas mais três pessoas, nas quais eram minhas amigas. Quando o segurança deu o sinal, andei devagar, tentando gravar cada segundo em minha mente.
- Hola Belinda, todo bien?
A abracei levemente e a senti sorrir. Estava estagnada. Não conseguia chorar. Estava com um sorriso fixo em meus lábios sem conseguir tirá-lo dali. Gravava com toda atenção seus mínimos detalhes.
- Si - me respondeu com um sorriso, mas aparentada estar um tanto quanto cansada -
Autografou meu CD rapidamente. Quando devolveu-me lhe fiz um pedido:
- Puedes autografar aqui tambien? Mi amiga no puede venir.
- Claro.
Enquanto distribuia autógrafos as minhas amigas, sentei-me ao lado dela, apoiando minha mão em sua perna. Tentei acalmar-me e pensar em tudo que gostaria de dizer. Respirei e lhe disse calmamente:
- Brasil nunca estuvo tan iluminado cuanto ahora.
Rapidamente ela virou-se para mim, olhou em meus olhos e sorriu. O sorriso mais sincero que já vi.
- Oooooown, gracias. - me respondeu feliz -
Virou-se novamente e perguntou o nome de minha amiga, que não conseguia pronunciar nem uma palavra por tamanha emoção.
- Manu. - Disse eu percebendo que ela própria não conseguiria fazer isso -
Olhei para o meu autógrafo notando que não continha meu nome. Olhei em minha mão e lembrei que havia escrito meu nome ali, para que não houvessem erros. A toquei no ombro delicadamente e perguntei:
- Podrias escribir mi nombre tambien?
- Si. Cual es?
Mostrei minha mão. Ela leu baixinho, escreveu e sorriu novamente.
- Gracias Belinda.
Viramos para frente e sorrimos para que o fotógrafo pudesse bater a foto. Logo a abracei novamente. Antes de sair virei para sua mãe e mandei um beijo. Ela acenou e sorriu graciosamente.
Sai do auditório realizada, emocionada e ao mesmo tempo, inconformada, me perguntando se tudo havia mesmo acontecido. Fui ao andar de baixo onde encontrei meus amigos. Estávamos eufóricos, trocando experiencias e simples palavras que fizeram toda diferença.
São esses momentos que nos provam que a expressão Carpe Diem, não poderia situar-se tão correta.