Álbum "O Circo Singular" de Patrícia Polayne

Poucas artistas podem se orgulhar de unir o regional com o universal e de o fazer com tanta competência como a sergipana, radicada no Rio de Janeiro, Patrícia Polayne. O batido discurso, usado com certa frequência e rara coerência e qualidade musical, sintetiza muito bem o que Polayne vem produzindo. Destaque para o ótimo álbum O Circo Singular, lançado no final do ano passado, através da FUNARTE.

O título do CD é uma alusão à influência circense da sergipana. A artista experimentou durante cerca de cinco anos a vida mambembe, quando acompanhou uma trupe de palhaços. Com eles, aprendeu a arte da pirofagia, da palhaçaria e técnicas malabares. Todo esse universo integra as composições e as apresentações de Patrícia de forma bastante original.

O repertório do álbum aglutina temas e releituras que traçam um paralelo que leva a tradição em direção à contemporaneidade. A atmosfera das composições contém as cores de um nordeste híbrido e volúvel que flerta com as "modernices" em voga no música contemporânea. Cirandinha eletrônica, repente urbano, bossa super nova, xote trip hop, rave orgânica, coco contemporâneo, macumba andina, xaxado trance, cacumbi, samba de aboio, chorinho lounge e mântricos maracatus modernos integram o trabalho inovador desta artista nordestina.

Destaque para canção que dá nome ao CD e Arrastada, repente contemporâneo que rendeu dois prêmios à Polayne no Festival Nacional de Música da ARPUB (Associação das Rádios Públicas do Brasil) nas categorias de Melhor Música e Melhor Arranjo.

Nota: 8,0

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