Nicolau Maquiavel..."MAQUIAVÉLICO" ou apenas INCOMPREENDIDO?

Maquiavel dedicou sua vida para tratar da política, exercendo função de homem público na cidade de Florença e posteriormente teorizando-a. A realidade política italiana no início do século XVI, era de um país dividido em diversas cidades-Estado, marcada pelas inúmeras disputas internas e pela ameaça das forças estrangeiras. Florença, apesar do predomínio da família Medici no poder, também vivia a insegurança da instabilidade política. A Igreja de Roma, com seu poder religioso e político, constituía a grande força entre as cidades-Estado, porém voltada aos interesses da própria instituição. Através da leitura da história, Maquiavel conhecia os bons resultados políticos provenientes da adequada utilização da religião, principalmente na Roma antiga com a prática da religião pagã, o que lhe permitia concluir que a religião constituía um poderoso instrumento à serviço da política, desde que sua prática estivesse voltada para tal finalidade. A forma de Maquiavel entender a política divergia da tradição cristã, e em parte dos humanistas, principalmente na compreensão do homem. Para o Florentino, os homens são imperfeitos, volúveis, ingratos, maus e naturalmente não se voltam à busca do bem coletivo, necessitando ser conduzidos para tanto. Deixados a se guiar livremente, promovem a ruína do Estado e de si mesmos. Essa condição humana exige que na construção do vivere civile, o governante utilize de mecanismos que possam regrar a sua conduta. A utilização destes mecanismos, tendo em vista a grandeza da coletividade, permite ao agente político agir conforme a necessidade, o que provoca um conflito entre a esfera da ética com a esfera da política, por isso ser fundamental à política para Maquiavel, realizar-se na aparência. Tendo como pressuposto a condição humana, e a prática política guiada pela necessidade, esta pesquisa analisará a religião como um instrumenti regni, para promover o engrandecimento do Estado, através da calcificação dos interesses individuais aos interesses coletivos, e para o aperfeiçoamento moral do cidadão. A estratégia de Maquiavel, de utilizar-se da prática dos modelos religiosos do paganismo e do cristianismo, sustentará a análise. Os resultados práticos alcançados pela adequada utilização da religião pagã, e o fracasso político da Itália, de Maquiavel, pela inadequada prática do cristianismo, mostra a importância da religião como instrumento da política, para o engrandecimento do Estado e de seus cidadãos.

AFINAL, ELE ERA BOM OU RUIM??

O Príncipe de Maquiavel era o ideal para unificar os principados italianos: um soberano absoluto, perspicaz e arguto.

O soberano idealizado por Maquiavel deve exercer a autoridade de forma inequívoca, mas sempre deixando transparecer ao povo uma imagem patriarcal benevolente, ainda que deliberadamente ilusória e artificial. Esse soberano governa com destemor, inteligência, austeridade e, sobretudo, visa ao bem da Pátria; se necessário, preleciona Maquiavel, o soberano deve dispensar convenções morais e éticas a fim de preservar a integridade do povo e da Pátria que governa.

Não se deixe corromper pelo conhecimento vulgar. Maquiavel foi um grande filósofo e, como todo humano, escreveu sob a égide da circuntância à qual estava vinculado.

Realizei uma breve pesquisa e encontrei uma biografia que pode ser-lhe útil. Procure lê-la; creio que o entendimento da obra será facilitado.

http://www.culturabrasil.pro.br/maquiave…

Sempre que você empreender algum estudo de compreensão filosófica, busque a biografia do autor e o momento histórico no qual ele está inserido. É de grande ajudA PARA NÃO JULGA-LO ASSIM COMO QUEM CRIOU A EXPRESSÃO 'MAQUIAVÉLICO"

Crislaine Rosa e Lindemar Barbosa
Enviado por Crislaine Rosa em 08/04/2010
Reeditado em 10/08/2012
Código do texto: T2184702
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