BANDA CAETANO : OUSANDO REINTERPRETAR CAETANO VELOSO

(RECIFE-PE)

Como o próprio nome indica, os rapazes são fãs inquestionáveis de Caetano Veloso, que por aqui deu o ar de sua graça e não se furtou a honrar a banda batizada com o seu nome. Chegando lá, num barzinho que, infelizmente já fechou, a Toca da Joana, não só asistiu, aplaudiu e pediu bis, como fez questão de subir ao palco e dar uma canja mais do que bem vinda!

Não se contentou e, depois de voltar para sua mesa, sempre com um sorriso e um olhar crítico de adimiração, voltou ao palco quando a banda iniciou Jorge da Capadócia.

Quem leu os jornais no dia seguinte, conferiu a entrevista que a unanimidade da MPB deu ao Diário de Pernambuco e ao Jornal do Comércio:

_ Snti como se estivesse tendo um déja vu. - Disse sua majestade, num elogio galante e encorajador do sonhos dos rapazes.

Tanto que foram convidados para participar do Projeto da Assembléia Legislativa intitulado Segunda Cultural, que foi justamente de onde eu acabei de chegar, em estado de graça e totalmente chapada pela visceralidade do vocalista, Cláudio Brasil, que conheci em outras eras, quando ainda desconhecido, tocando nos barzinhos da orla de Olinda.

O cara é um artista completo, na minha leiga opinião de platéia; a voz, sem imitar, aproxima-se da do mestre, e seus gestos e pulos e volteios no palco não só deliciam como impressionam quem o vê.

Ele não imita Caetano, vai onde o homenageado nunca foi, mas ao mesmo tempo, confunde-se com a figura homenageada, como se Caetano estivesse reencarnado em seu corpo franzino, sexy e cheio de requebrados másculos, femininos e andróginos.

A banda é um show à parte, com suas guitarras envenenadas, e arranjos surpreendentes, para músicas que todos sabem de cor e salteado.

Ninguém ficou imune ao fascínio dos garotos da Caetano, nem quem é fã do mestre, nem quem o detesta, e assim será com a banda, ou você ama, ou odeia, pois eles não vieram para passar em branco na cena musical de Recife, quiçá, do Brasil.

Apesar de ter apenas dois anos de fromação, estão colocando a comunidade artística pernambucana em polvorosa, e já gravaram seu dvd, vendido por míseros quinze reais na porta do Teatro do Parque, onde o show aconteceu, depois da abertura de Tito Lívio, com Ivinho do Ave sangria na viola, figurinhas carimbadas da noite musical recifense.

Enfim, foi tudo de bom!

Virei fã, e, como toda fã que se preze, aqui estou eu fazendo propaganda do trabalho da galera; eles estão no orkut e no youtube, e quem quiser, pode conferir, e por favor, comente aqui, dando uma opinião. Principalmente quem for da área, o que não é o meu caso.

O que mais me surpreendeu foi a ousadia de mexer com músicas consagradas no cenário artístico nacional, interferir em obras primas intocáveis e intocadas por décadas, e, no entanto, agradando ao próprio compositor. Foi mesmo uma surpresa agradibilíssima!

Confiram, quem sabe o que aqueles garotos ainda vão aprontar?