O tempo sem experiência de Olgária Mattos
Há uma apresentação no site da CPFL chamada o Tempo sem experiência, palestra de Olgária Mattos.
Para quem não sabe, •Olgária Matos é filósofa pela Universidade de São Paulo, mestrada em filosofia pela Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne) e doutora pela Universidade de São Paulo. Seu trabalho tem ênfase em História da Filosofia, e principalmente nos seguintes temas: tempo, filosofia, razão, democracia e história. Seu livro Os arcanos do inteiramente outro ganhou o Prêmio Jabuti de Ciências Humanas em 1990, pela editora Brasiliense.
O vídeo Tempo sem experiência trata dos temas que têm preocupado a todos: a falta do tempo, o que fazemos com o nosso tempo, a era em que não há nada novo, apenas novidades. Como lidamos com o tempo? Onde estão em nós as marcas do tempo que passou?
Com base neste trabalho dela: O tempo sem experiência, fiz algumas considerações adaptadas para o universo feminino.
Na verdade, eu já era muito fã do seu trabalho, e estou organizando o evento: Reflexão e Releitura - caminhos trilhados e a trilhar da mulher brasileira, para o qual a convidei para o debate, ela não pode aceitar, mas eu tinha escrito as minhas considerações que interligavam o tema por ela brilhantemente desenvolvido, à vida feminina contemporânea. Algumas dessas considerações vocês lerão abaixo, bem como a recomendação: assistam o vídeo do link.
Naquela apresentação se fala que passamos a relacionar tradição com atraso, quando se pensa nisto relacionado aos temas femininos como virgindade, ser criada para casar e agora para o mercado do trabalho, são mudanças profundas que se encaixam, com a forma como lidamos com o tempo nesta contemporaneidade e suas consequências. A saúde da mulher foi profundamente afetada com as mudanças que ocorreram nestes costumes, isto sem falar na dificuldade que temos que as moças hoje em dia amamentem seus bebês, a mulher não consegue mais fazer naturalmente o que lhe é genético, parir e amamentar - isto porque tudo aquilo que é natural, demanda tempo.
Outro ponto é quando pensamos na espera, o homem esperava, esperava a colheita, os tempos eram longos e o homem esperava...
Aplicando-se isto à mulher, havia a espera do namorado, pretendente, depois as visitas deste, depois a espera pelo casamento, depois a espera do marido que saiu para trabalhar, a espera do filho que se gesta, a espera do marido e dos filhos que voltam para casa no final do dia: a mulher no lar esperava. Hoje não há essa espera, não há a preparação para essas esperas.
Intuo que essa falta de preparação para a espera, seja um dos motivos da solidão, da melancolia, do tédio, sentimentos tão presentes em nossos dias, parafraseando uma citação feita pela filósofa: "As rugas e marcas em nossas faces são assinaturas das grandes paixões a nós destinadas, mas que não vivemos, porque não estávamos em casa. Nós não temos tempo para viver a experiência que o destino nos traria."
A palestra na íntegra: http://www.cpflcultura.com.br/video/integra-tempo-sem-experiencia-olgaria-matos
Há uma apresentação no site da CPFL chamada o Tempo sem experiência, palestra de Olgária Mattos.
Para quem não sabe, •Olgária Matos é filósofa pela Universidade de São Paulo, mestrada em filosofia pela Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne) e doutora pela Universidade de São Paulo. Seu trabalho tem ênfase em História da Filosofia, e principalmente nos seguintes temas: tempo, filosofia, razão, democracia e história. Seu livro Os arcanos do inteiramente outro ganhou o Prêmio Jabuti de Ciências Humanas em 1990, pela editora Brasiliense.
O vídeo Tempo sem experiência trata dos temas que têm preocupado a todos: a falta do tempo, o que fazemos com o nosso tempo, a era em que não há nada novo, apenas novidades. Como lidamos com o tempo? Onde estão em nós as marcas do tempo que passou?
Com base neste trabalho dela: O tempo sem experiência, fiz algumas considerações adaptadas para o universo feminino.
Na verdade, eu já era muito fã do seu trabalho, e estou organizando o evento: Reflexão e Releitura - caminhos trilhados e a trilhar da mulher brasileira, para o qual a convidei para o debate, ela não pode aceitar, mas eu tinha escrito as minhas considerações que interligavam o tema por ela brilhantemente desenvolvido, à vida feminina contemporânea. Algumas dessas considerações vocês lerão abaixo, bem como a recomendação: assistam o vídeo do link.
Naquela apresentação se fala que passamos a relacionar tradição com atraso, quando se pensa nisto relacionado aos temas femininos como virgindade, ser criada para casar e agora para o mercado do trabalho, são mudanças profundas que se encaixam, com a forma como lidamos com o tempo nesta contemporaneidade e suas consequências. A saúde da mulher foi profundamente afetada com as mudanças que ocorreram nestes costumes, isto sem falar na dificuldade que temos que as moças hoje em dia amamentem seus bebês, a mulher não consegue mais fazer naturalmente o que lhe é genético, parir e amamentar - isto porque tudo aquilo que é natural, demanda tempo.
Outro ponto é quando pensamos na espera, o homem esperava, esperava a colheita, os tempos eram longos e o homem esperava...
Aplicando-se isto à mulher, havia a espera do namorado, pretendente, depois as visitas deste, depois a espera pelo casamento, depois a espera do marido que saiu para trabalhar, a espera do filho que se gesta, a espera do marido e dos filhos que voltam para casa no final do dia: a mulher no lar esperava. Hoje não há essa espera, não há a preparação para essas esperas.
Intuo que essa falta de preparação para a espera, seja um dos motivos da solidão, da melancolia, do tédio, sentimentos tão presentes em nossos dias, parafraseando uma citação feita pela filósofa: "As rugas e marcas em nossas faces são assinaturas das grandes paixões a nós destinadas, mas que não vivemos, porque não estávamos em casa. Nós não temos tempo para viver a experiência que o destino nos traria."
A palestra na íntegra: http://www.cpflcultura.com.br/video/integra-tempo-sem-experiencia-olgaria-matos