REPÚBLICA: debates que conceituam a Justiça.
Para Sócrates a melhor forma de construção da idéia era em debates públicos, ele abordava determinada pessoa e através de perguntas buscava construir o conhecimento, o presente texto é o entendimento após a leitura do Livro I de “A República”, um maravilhoso debate entre: Sócrates, Céfalo, Polemarco, Trasímaco e Glauco.
O debate avança na definição do conceito de Justiça, afinal, o que é justiça?
O Poeta Píndaro (Píndaro {P…ndaroj} foi o mais brilhante poeta do século V a.C.. Nasceu numa província próxima a Tebas, provavelmente em 522 a.C., na pequena cidade de Cinoscéfalos, na Beócia. Era de família aristocrática e fez seus estudos em Atenas), acreditava que justo era aquele que tivesse levado uma existência justa e pura.
Tanto Céfalo quanto Polemarco corroboram com a idéia de Píndaro, afirmando que justiça é: Jamais enganar alguém ou mentir, ainda que inadvertidamente, nem ser devedor, quer de sacrifício aos deuses, quer de dinheiro a uma pessoa, ou seja, o homem justo é aquele que busca na retidão a linha imaginária para o seu caminhar, de certa forma seria uma evolução do pensamento haja vista que os mesmo acreditavam que o homem justo tem a obrigação de fazer o bem aos amigos e o mal aos inimigos.
Neste conceito, Sócrates mostrou que se pensássemos desta forma a justiça seria inútil, pois de que serve o médico para pessoas sadias? De que serve um piloto de navio para que não esteja navegando?
Sócrates em seguida esclareceu que o homem justo faz o bem a todos, sejam amigos ou inimigos, haja vista não ser licito fazer o mal a ninguém e em nenhuma ocasião.
Para Trasímaco, a justiça consistia na vantagem do mais forte, Sócrates então, mostrou que os mais fortes são os governantes e que estes podem determinar que se cumpram ordens que lhes desfavoreçam, assim sendo, sua vontade seria cumprida e a justiça não ocorreu, pois o mais forte levaria desvantagem.
Para Sócrates, a justiça consiste na virtude, enquanto a injustiça é marcada pelo vício.
Quem é Quem na República?
Mencionar as figuras da República é necessário tanto para a compreensão desta obra de Platão, assim como para destacar a importância de outros pensadores que formaram o pensamento filosófico grego.
Sócrates - Principal figura, na boca do qual Platão coloca seu pensamento. O encontro de Sócrates com os demais personagens se dá no Pireu, onde ele havia se dirigido com a finalidade de orar e constatar as festividades em honra à deusa Bêndis (Diana ou Ártemis) (327a). O local da discussão é a casa de Polemarco, irmão de Lísias e Eutidemos, filhos do velho Céfalo (327b).
Acompanham Sócrates os dois irmãos de Platão, Glauco e Adimanto; também Nicerato que figurará entre os personagens do Banquete. Este era filho do general Nícias que, em 421, celebrou o armistício na guerra do Peloponeso. Nicerato foi condenado a beber cicuta no mesmo período que Sócrates.
Polemarco - Filho mais velho de Céfalo, herdou deste a fábrica de escudos. À época dos Trinta Tiranos, foi também preso e obrigado a beber cicuta.
Lísias - Considerado juntamente com Demóstenes, um dos mestres da oratória clássica grega, foi condenado à morte com o irmão Polemarco. Conseguiu escapar e, ao regressar, processou Eratóstenes pela morte do irmão, no célebre sermão Contra Eratóstenes. É nessa obra que descreve a vida de seu pai Céfalo.
Céfalo - Nasceu em Siracusa – portanto, era meteco -, estabeleceu-se em Atenas e após trinta anos acumulou fortuna com uma fábrica de escudos; foi desapropriado pelos Trinta Tiranos. É Céfalo que convida Sócrates a vir com freqüência em casa para debater com seus filhos (329d).
Trasímaco - é o famoso sofista. Especialista na dialética, irrita-se com a ironia de Sócrates, no início da discussão sobre a Justiça (336d. 337a). Definirá a justiça como “a conveniência dos mais poderosos” (340b).
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/a/a_republica; site acessado em 08 de agosto de 2009.