Alguns Mortos A Menos - Roberto Eco
Tudo acontece nos dias de hoje de uma maneira muito veloz. A tecnologia avança ad infinito. Toda inovação na área tecnológica sempre produz desemprego. Isso sempre foi uma máxima e uma constante.
Segundo Humberto Eco, ao ler um suplemento de um jornal francês sentiu que a medida adotada em relação à carteira pontuada diminuiu os acidentes de trânsito de uma maneira considerável, 18,5% ao ano. Esta estatística, embora alvissareira, trouxe revolta nos mecânicos que se sentiram ameaçados em suas funções profissionais. Fica claro o motivo: menos acidentes, menos consertos de carros a serem consertados. Com o advento das multas, por velocidade, carteira, falta de manutenção nos carros, os motoristas tomaram mais cuidado e conseqüentemente os carros não precisavam tanto do serviço do mecânico profissional. Chegou-se até mesmo a pedir punições mais brandas, para que os motoristas ousassem mais.
No século dezoito, com o advento da industrialização, os tecelões procuravam quebrar suas máquinas para atrasar a industrialização. Quebram-nas pelo medo infinito de serem substituídos pelas máquinas em um curto espaço de tempo.
Antes os carroceiros faziam o translado de pessoas e bagagens para as estações ferroviárias ou rodoviárias quando precisavam viajar. Com o advento dos táxis foi desaparecendo a figura do carroceiro e os que sobrevivem transportam pequenos pertences do usuário. Nos anos oitentas sumiu a figura daquela pessoa que datilografava, dando lugar ao digitador especialista em computação gráfica. Surgiu daí a figura do professor de informática que empregam e propiciam a especialização de muitos.
As pessoas se tornaram mais longevas e por pouco não existe a reclamação dos coveiros e dos donos de casas funerárias.
Hoje o homem vive mais e com melhor qualidade de vida e assiste boquiaberto o avanço tecnológico.
O importante hoje é a reciclagem rápida prevendo a formação profissional de um mundo globalizado, para que a tecnologia não seja motivo de desemprego. Devemos lutar pelo ideal democrático de uma sociedade informatizada.
Uma pessoa, no futuro, deverá ela própria pensar e programar a sua própria reciclagem.