Leonardo da Vinci - Cinco séculos de sucesso
Parte I


Quinhentos anos após a sua morte ele ainda é um mistério! Gênio, desde sua adolescência – conceito que na época não havia, as crianças eram consideradas pequenos adultos – ele já era um personagem notável. Nascido em 15 de abril de 1452, num povoado perto de Vinci na Itália, o pequeno Leo, hoje conhecido como Leonardo da Vinci teve uma educação básica, proporcionada pelos pais adotivos, Ser Piero di Antonio e Caterina, uma camponesa.
Nessa época a Itália era apenas um amontoado de cidades-reinos, como Milão, Verona, Nápoles, Gênova, Veneza e Florença que disputavam o poder entre a política, religião, Roma e o Papa. Porém, a instabilidade política da região não afetou a infância de Leonardo, e seu talento precoce para as artes já era reconhecido. Segundo o seu primeiro biógrafo o italiano Giorgio Vasari – autor de “Vite dei Più Eccellentti Architetti, Pinttori et Escultori Italiani” (“Vida dos melhores arquitetos, pintores e escultores italianos”, inédito em português) – somente após 30 anos de sua morte é que se descobriu que ele aprendeu sozinho o latim, matemática, anatomia humana e física. Desde criança, ficava horas tentando melhorar seus desenhos. Aos vinte anos foi aceito como aprendiz no ateliê do artista Andréia Verrochio, em Florença – cidade que ficava cerca de 50 quilômetros do povoado de Vinci – onde conseguiu seus primeiros trabalhos e obteve notoriedade de bom pintor e de nunca entregar suas obras no prazo por ele estabelecido. Suas pinturas inacabadas ficaram famosas. Outras chegaram aos nossos dias, como o retrato de São Jerônimo, em exposição no Vaticano. Seu melhor cliente era a Igreja, onde fez amigos e conseguiu alguma fortuna. Apadrinhado por Lorenzo Médici – o todo-poderoso de Florença, em 1502 foi nomeado arquiteto e engenheiro geral das regiões de Marche e Romagna por César Borgia, o capitão-geral do exército e filho do Papa Alexandre VI.
Tornou-se o preferido da corte de Luis XII e, mais tarde amigo pessoal e confidente de seu sucessor Francisco primeiro. Deste último, ganhou um castelo (o castelo de Croux). As 20 pinturas dele que sobrevivem até hoje, são famosas. Entre elas a mais famosa de todos os tempos é a Mona Lisa e a outra A Última Ceia. Da Vinci viveu na mesma época de Cristóvão Colombo, Maquiavel, Michelangelo, Martinho Lutero e Nostradamus. (As feras da época).
Enquanto ele pintava Mona Lisa, Pedro Álvares Cabaral navegava pelo Atlântico em direção ao Brasil. Da Vinci – típico do seu tempo – tinha suas manias. Criou sua própria linguagem em códigos e quando não usava os códigos escrevia de trás para frente, fazendo que sua caligrafia só fosse entendida quando vista ou lida no espelho. Usava também uma taquigrafia estranha onde misturava símbolos para exprimir suas idéias. Além de artista pintor, era músico, compositor e tocava Lira.
Dissecou corpos humanos e de animais para entender a posição dos ossos e como funcionavam os músculos e tecidos do corpo. Leonardo tinha como lema o seguinte pensamento: “o amor a qualquer coisa é produto do conhecimento, sendo o amor ardente, mais seguro é o conhecimento”. Além disso, ainda desenvolveu técnicas para projetar imagens e melhor reproduzir seus modelos. Uma de suas telas mais famosa e, hoje, a mais polêmica, Mona Lisa – guardada sob forte proteção e vidro a prova de bala no Museu do Louvre na França – foi a que inspirou Dan Brown no best-seller (O código da Vinci). “Dan Brown em seu livro, sugere que o sorriso mais famoso do mundo retratado na tela de Leonardo esconde um segredo: o nome (Mona Lisa) seria um anagrama feito com o nome das dinvidades egípcias Amon (masculino) e Ísis (feminino). A tela seria, então, a forma que Da Vinci encontrou de elevar o caráter sagrado das mulheres – e de Maria Madalena – igualando-as ao elemento masculino. Contudo, é pouco provável que essa fosse a intenção de Leonardo. Ele não conhecia a mitologia do antigo Egito, que só entraria em evidencia no Ocidente no século 19. Outra dúvida também levantada por Brown é sobre a identidade da modelo retratada – já se disse que ela seria o próprio Da Vinci – mas o mais provável é que Lisa Gherardini, mulher de Francesco Del Giocondo – daí o outro nome pelo qual a tela é conhecida, La Gioconda – seja a dona do sorriso”.
Outra curiosidade interessante abordada por Brown no livro e apresentada no filme é o (Pentagrama Humano).
“Numa das primeiras cenas do livro – e do filme – um homem esvai-se em sangue. Antes de morrer, no entanto, ele resolve dar uma pista sobre o seu assassinato e se deita com os braços e pernas abertos no centro de um circulo, formando um pentagrama humano. A imagem macabra é uma referência ao desenho mais famoso de Leonardo da Vinci, conhecido como (Homem Vitruviano). A obra é uma referência ao tratado ‘Dês Architetura’, do engenheiro romano Vitruvius Pollio, que viveu no século 1 a. C. e de quem Leonardo importou o conceito das proporções arquitetônicas e da simetria do corpo humano. (O comprimento dos braços abertos de um homem é igual a sua altura) escreveu Vitruvius. (Nesse estudo, Da Vinci se inspirou em Pitágoras, o matemático grego que viveu no século 6 a.C. e que acreditava que todo o universo se sustenta segundo uma ação proporcional e geométrica), diz o historiador inglês Martin Kemp, professor da Universidade de Oxford. Segundo ele os princípios da proporção eram uma preocupação comum aos artistas do Renascimento, mas Leonardo levou isso as últimas conseqüências, incorporando às suas obras estudos sobre a simetria dos seres vivos e dos objetos. A inovação de Leonardo ao criar o ‘Homem Vitruviano’ foi posicioná-lo no centro de um quadrado e de um circulo. (Nessa nova apresentação, o esquema de Vitruvius tornou-se uma realização visual definitiva). (É amplamente usado como um símbolo do desenho cósmico da estrutura humana), afirma Martin”.

Para não deixar de relatar mais algumas curiosidades sobre Da Vinci, dividirei esta em duas partes.

Não deixe de ler a parte II. 
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Vincent Benedicto
Enviado por Vincent Benedicto em 25/05/2006
Reeditado em 28/05/2006
Código do texto: T162473