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procuro um refúgio para me esconder dos socialmente acomodados. sinto a falta de olhos brilhantes, distantes mas cúmplices entre si. corpos de eterna expressão. infantis no seu querer agarrar o sono e compreender o mundo.
num refúgio da ribeira encontrei rostos artísticos que partilham a mesma paixão. a poesia. não somente palavras que se dizem por dizer ou que se dizem intectualmente falando. a importância da palavra vem de dentro, de estados de espírito que nos avivam fascínios ou melancolia ou revoltas incontidas. e ao proferi-las damos de nós lentamente. oferecemo-nos como dádivas especiais que foram agarradas no ar num momento de magia.
é a poesia comunicação. e quando a sentimos, quando mergulhamos no seu colo, sossegamos todas as nossas revoltas. apuramos toda a nossa melancolia. despertamos os nossos maiores fascínios. num só grito.