Por Quem Dobram os Sinos
18/05/2006 12h01
Por quem dobram os sinos?...
A imagem mostra a capa de uma dasedições de Por quem os Sinos Dobram,de Ernest Hemingway,em brochura da editora Bertrand Brasil.
Quando Hemingway usou ,para o contexto de \"Por quem os Sinos dobram\",o texto do poeta inglês John Dohne(do século XVI),muito contribuiu para que muitomais pessoas,no mundo todo,graças ás sucessivas traduções de seu livros,o conhecessem.
Confiram o quanto há de verdade no trecho que transcrevo.
A menos que sejamos doentes sociais,sociopatas,misantropos,eremitas,dispostos a uma vida de solidão e isolamento,por motivos de busca espiritual,enquanto podemos comuns,não podemos SER,isoladamente.
Não podemos existir ,no sentido da plenitude...
Eis o texto ,tão conhecido,que nunca é demis repetir para ponderações eaté posterior meditação:
\"Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”.
Mas o romance de Hemingway,vai muito além de filosofia de vida.Sob a "efeito borboleta" e "efeito dominó",tudo que acontece a um ser humano,ao longo da cadeia associativa,acaba por afetar a toda a humanidade.Parece drástico-e o é.Parece terrível-e o é.Parece assustadoramente belo-e o é."Se uma borboleta bate asas no ocidente,poderá provocar um cataclisma na China.".Numa das falas de Robert Redford em um filme,isso é explicitado e quem não conhece a fala de John Dohne,por certo chegará às mesmasconclusões, por associação de idéias.
Temos de ter absoluto cuidado,zelo humanitário com aquilo que dizemos ou fazemos.Como dizer,como fazer,deve ser uma clara meta.Somos todos responsáveis pelo outro,nosso irmão em humanidade.Nada que aconteça,deixa de ter reflexos na conduta social.
Vejam a terrível psicologia motivadora das guerras:causas religiosas,como as do oriente,causas civis,como as de Angola,causas passionais,qual a Guerra de Tróia,com sua veracidade e seu mito,causas econônicas,qual a do Irã...
Esse livro,que talvez os mais jovens ainda não tenham lido,fala também de guerra.Cruenta e desolada,feroz.Pilar,a personagem mulher de Pablo,fala com pungência do extermínio de fascistas,o que foi organizado por Pablo,seu marido.
O autor,cujo suicídio muito deixou a mocinha que fui,chocada-pois,pela primeira vez pensara muito ao ler "O velho e o mar",de Hemingway,nas consequências da solidão para o ser humano-e saber de seu auto-extermínio,levou-me a muitas conjeturas,sobre a responsabilidade do escritor em relação aos leitores,sobre o poder da palavra,o que talvez tenha me levado a estudar psicologia e sentir absoluta necessidade de ajudar meu semlhante a agüentar firme,mesmo crendo em vida depois da vida e tudo mais.
Se você tiver chance deler esse autor,o faça.Há inesquecíveis ,marcantes momentos em sua obra.Perenes,universais,simbólicos,reais...Enquanto você ler,sinos estarão tocando,para chamar à alegria dos batismos,aos rituais religiosos,à tristeza da morte física,que registra perdas e nos traz a noção exata do que significa a expressão "para sempre",associada ao "nunca mais"...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Belo Horizonte,18 de maio de 2006
Publicado por clevane pessoa de araújo em 18/05/2006 às 12h01
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