solidão

“os versos assemelham-se a um corpo

quando cai

ao tentar de escuridão a escuridão

a sua sorte

nenhum poder ordena

em papel de prata essa dança inquieta”

(josé tolentino mendonça)

a manhã é o meu suplício, na tentativa quase que absurda de resgatar forças para recomeçar. abro os olhos e vejo a inutilidade das horas, o fel da insegurança, o desespero de não conseguir agarrar o tempo. o jorge saiu cedo. resta-me o beijo de despedida, as palavras doces da noite anterior e a nossa cadeirinha da praxe. tudo o resto se resume num vazio doloroso, com a solidão a fazer de mim uma marioneta.

lunapensativa
Enviado por lunapensativa em 07/05/2005
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