medo
(não sei que dia é hoje. apenas que é tristíssimo e que aparenta ser o último de todos os dias)
... e eu estou muda novamente. cortei a minha garganta para não falar. tenho medo. e odeio este medo. este medo é absurdo e contorna-me apenas. no interior do medo fica o vazio. e este, sim, preenche-me e debocha de mim.
o fim que se adivinha é o meu. é também exclusivamente o meu fim. e eu já não sei evitá-lo. ele instala-se como um grande senhor e não arreda pé. porque quer ser fim até ao fim.
não te sinto. provavelmente tu também já não me sentes. não sei se consigo ficar. se não conseguir é o fim. da nossa oportunidade única.