outono
a náusea do outono. embriaga-me a alma como se tivesse tomado uma quantidade exagerada de tangos. sofro de uma forma estranha. hoje não gosto de mim. acho-me feia. a minha cara, o meu corpo, a minha alma. quero dormir. ou fumar um charro. e ter coragem para decidir. para não mais me mentir. afinal sou uma mentirosa. mais grave que mentir aos outros é mentir a mim mesma. imaginar-me numa condição que simplesmente não existe. acreditar em sentimentos irreais. neste momento ponho tudo em causa. tudo. nada do que sou, do que sinto, do que digo é para levar a sério. ninguém merece este caco que já não é gente. o melhor seria mesmo morrer. acabar de vez com tanta solidão e ilusão e medo. será que me perdoariam, meus amores?