O conto A nova Califórnia, de Lima Brreto
O conto A nova Califórnia, de Lima Barreto, conta a história de um personagem chamado Raimundo Flamel. Um sujeito misterioso e estranho; entretanto simpático com as crianças e possuidor de uma bondade Messiânica, que chega a uma pequena e pacata cidade do interior do Rio de Janeiro chamada Tubiacanga. Lá desperta admiração por ser um químico conceituado no mundo inteiro.
Esse grande estudioso da ciência da constituição da matéria, de suas propriedades e transformações descobre que pode transformar ossos em ouro. Após a sua extraordinária descoberta, resolve procurar três homens conceituados: o farmacêutico Bastos, que indicou o Coronel Bentes e o Coletor Carvalhais, a fim de serem testemunhas de sua experiência. Assim o fez.
Dias depois, Flamel desaparece misteriosamente, sem deixar vestígios. Aí começa o reboliço na pacata cidade. Começa-se a violar o lugar de sossego, o campo-santo do cemitério. A cidade, que há cinco anos não havia um registro de furto ou roubo e que só havia portas e janelas em suas casas por serem costumes do Rio, estava presenciando um crime repugnante: o sumiço de ossos.
Após a descoberta dos culpados: o Farmacêutico Bastos, o Coletor Carvalhais e o Coronel Bentes; e esse último revelando o grande motivo dos furtos, faz com que os moradores de Tubiacanga deixem os seus princípios e valores e vejam esperança na nova descoberta.
Com isso resolvem na calada da noite ir ao cemitério para conseguir o precioso material que se transformaria em ouro. Entretanto, os mortos são insuficientes; por isso os ex-pacatos cidadãos da pequena cidade começam uma carnificina, fazendo com que o número de mortos superasse os que estavam já no cemitério.
O único que ficou de fora da matança e dos roubos foi o bêbado Belmiro, mas que não resistiu ver a venda desassistida e uma grande oportunidade de encher uma garrafa de parati. Foi o que fez.