Sexualidade: RELAÇÕES DE PODER, QUEM MANDA NO CASAL?

“AS RELAÇÕES DE PODER: QUEM MANDA NO CASAL? ”

Um dos meus atores favoritos é Jack Nicholson. Sua extensa filmografia leva a uma também extensa reflexão. Com o passar dos anos ele foi se especializando em fazer o mesmo papel e ainda assim me agrada substancialmente. Depurando um pouco, podemos citar alguns filmes em que ele mostra o ser humano com todas as suas nuanças sexuais no que tange as relações de poder.

E o que é isso? Os sexólogos têm dois xodós atuais: a formação do gênero ( como fomos criados e educados ) e as relações de poder, que são a maior parte dos nossos contatos sociais. Um manda, outro obedece. Só que em sexo não deve ser assim. O saudável é a troca.

Em “O Destino bate à sua porta” com a linda Jessica Lange, mostra o tipo de amor egoísta, o mais usual. A submissão ferrenha. Se temos um plano comum ele deve ser levado aos mais extremos sacrifícios. Tudo pelo prazer. O prazer como um fim e não um meio. Ë feio, não é saudável. Muitas vezes leva a morte.

Em o “Acerto Final” mostra a diferença de idade. Eu sou velho e rico e dou meu dinheiro, você é nova, pobre ( se fosse rica também não namoraria um coroa ... ) e bonita e me dá seu corpo. Ali na esquina há este exemplo. Esta postura perante ao mundo soa ridícula, mas é muito fácil de se encontrar.

Em “Cão de Guarda” o homem é um cachorro. Basta alimentá-lo e fazer um carinho que ele abana o rabo. Raso como piscina de criança. Quem conduz quem? Se o melhor amigo do homem é o cão e o da mulher é o diamante, que sociedade é essa que prefere um animal a um parceiro e uma pedra de valor à uma pessoa?

Na conquista tudo é válido, mentir, enganar, criar até uma personalidade que não existe. Vale para os dois sexos ... Vide a NET ... Em “Batman”, onde o coringa é o personagem-chave, abre-se o leque dos amigos – sem a aprovação deles o homem não namora – dos valores e da sedução. Se eu não puder contar que saí com aquela gata, que graça tem?

Outro que eu adoro é “Hoffa”, a sublimação em pessoa. Médicas, advogadas, dentistas ,engenheiras, enfim todas estas mulheres trabalhadoras e dedicadas, parecem conseguir apenas: labutar. Esquecem ( ou escondem ) suas frustrações e se jogam na lida profissional. Perdem filhos, maridos – isso quando conseguem arrumar uma relação estável, pois nem isso vem dando conta... O indivíduo luta para ser um destaque na sociedade , ter poder e dinheiro. Mas ama mal e porcamente. Você já não viu isso antes?

Na “Honra do Poderoso Prizzi”, uma comédia realista. Podemos ver a fêmea em um plano superior. Nós escolhemos ou somos escolhidos? Você, no seu relacionamento, como foi? O ideal seria um encontro. Mas é tão difícil de se achar ... Quanto mais encontrar alguém ... E o casamento como instituição, está falido? Obviamente que não. Mas deve ser repensado. Imagine se alguém que estava namorando, fica grávida e aí tem que mudar a vida em 03 planos diferentes: mudar de casa, mudar de corpo e mudar de dono ... Será que as chances de ser feliz são boas ?

Em “Questão de Honra” , o velho versus o novo. Difícil competir com o jovem e forte, mas você é velho e experiente. Tem influência. Um meio termo entre aprender para crescer é o mais palatável. Não precisa pegar todas essas fitas e olhar em sua casa para saber o que estou falando. O mundo aí fora nos mostra constantemente esses fatos todos.

Um dos assuntos mais delicados e que provavelmente será tema de um texto especial é a fidelidade. A quem ou a que? Deve ser árduo ser o outro(a) . Vantagens inerentes de que se é o(a) amante: consiste que o encontro é sempre em alto estilo, todo mundo arrumado e cheiroso. Mas jamais irá obter a aprovação social ... Em “Sangue e Vinho” tudo troca o tempo todo. Muito interessante como existem horas em que somos “o amante” e em outras “a esposa” ... Não existem papéis exclusivos.

Esse faço questão de que todos assistam porque mostra o ditado cristão: na saúde e na doença , na alegria e na tristeza ... A solidariedade. A troca. A compreensão. É “Ironweed” . Sopa no mel estar amando quando somos jovens, ricos e fortes. Agora, vai amar sendo fracassado, pobre e doente ... A beleza da coisa está aí, na entrega.

E finalmente o filme que lhe rendeu mais uma de suas inúmeras premiações: “Melhor Impossível”, que mostra que mesmo estando doente e sofrendo é possível mudar para melhor, ceder um pouco e se adaptar à realidade do parceiro.

“- Se você fizer isso pra mim eu faço pra você.

– E se não fizer eu faço do mesmo jeito, porque é pra você.” Belo.

Se um casal conseguir, num simples levantar de sobrancelhas – tal e qual o Nicholson – demostrar toda aquela cumplicidade que não se consegue exprimir em palavras. É show. Taí uma relação de trocas e não de poder.

JB Alencastro