Cavalo Indomado
Os críticos do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o chamam de "populista", zombam da sua fisionomia de peão cucaracha e repugnam frente a seu espanhol um tanto enrolado.
Realmente o visual de Chávez não atende a nenhum dos pressupostos de beleza de Hollywood e seu espanhol é por vezes ininteligível. Sobre sua política econômica, o que se pode dizer é que tenta elevar a renda do povo e promover melhorias sociais. Se isso é ser "populista", então viva o populismo. O que é que esses críticos gostariam? Que ele empobrecesse ainda mais a população e, ao invés de programas sociais, elevasse a renda dos banqueiros, como ocorre há anos no Brasil? Sinceramente...
Todos os que se interessam pelo futuro da América Latina, e dos latino-americanos que somos, devem ficar atentos a Chávez. Se errar, que seja criticado, porque é um governante, não um deus. Mas a crítica deve ser mais qualificada.
Um dos aspectos que diferenciam Chávez de outros presidentes da AL é que ele tem auto-estima, e tenta inspirá-la ao povo. Leiam a matéria abaixo e comprovem:
"Chávez muda símbolos da Venezuela como parte da "revolução"
Folha Online
O presidente Hugo Chávez decidiu mudar os símbolos nacionais da Venezuela para adaptá-los à nova orientação do Estado, que promove uma "revolução bolivariana de esquerda".
A decisão de alterar a bandeira e o brasão venezuelano foi tomada na terça-feira (17) pela Assembléia Nacional em primeira votação. Como o Legislativo é composto apenas por governistas, espera-se que a medida seja sancionada no segundo turno nas próximas semanas.
"No brasão, haverá a figura de um cavalo indomado galopando para a esquerda, branco, com a cabeça reta e olhando para a frente, emblema da independência e da liberdade", diz o artigo nono da nova lei. No atual brasão, o cavalo olha para trás, pelo lado direito.
Essa foi a primeira lei aprovada em primeira discussão pela nova Assembléia Nacional. A lei proíbe ainda "o uso dos símbolos nacionais em concentrações públicas e propagandas proselitistas". O deputado Luis Tascón afirmou que "a revolução deve ser acompanhada de uma nova iconografia".
As medidas são parte da chamada "revolução bolivariana", batizada em homenagem ao herói da independência sul-americana Simon Bolívar.
Chávez havia solicitado a mudança à assembléia no último dia 20 de novembro. "Esse é um cavalo refreado, é um cavalo que alguém freou e o fez olhar para o passado, para trás, esse não é um cavalo indomado", explicou, convocando os deputados a resgatar "o cavalo de Bolívar (...) esse cavalo é imperial".
Desde que assumiu o poder, Chávez já modificou o nome do Congresso, da Suprema Corte e até do próprio país.
A nova lei acrescenta uma estrela branca de cinco pontas às sete que já existem na bandeira no centro da faixa azul, outro pedido de Chávez.
A bandeira amarela, azul e vermelha da Venezuela tinha sete estrelas desde 1863, representando as sete províncias originais que se rebelaram contra a Espanha.
Chávez sugeriu adicionar a oitava estrela para representar a Província Guayana, que foi inicialmente leal aos espanhóis, mas depois integrou a Venezuela independente."